Extensão universitária: comunicação ou domesticação?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1984 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
dARK ID: | ark:/83112/001300001zgxb |
Texto Completo: | http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67393 |
Resumo: | A Dissertação estuda a questão da extensão universitária centrando-se especialmente no período 1968/76, época de sua maior institucionalização a nível nacional. Toma-se como ponto de partida a dicotomia extensão x comunicação, expressa por Paulo Freire em uma de suas obras e a partir dela tenta-se aprofundar o conteúdo específico assumido pela extensão universitária brasileira que parece se colocar entre parâmetros de domesticação e comunicação. O quadro referencial de análise parte da proposta de Antonio Gramsci, levando-se em conta que aquele filósofo italiano, além de valorizar a instância super-estrutural, fornece apreciações específicas sobre difusão cultural que facilitam a compreensão do movimento extensionista brasileiro. O estudo considera como vertentes históricas da extensão universitária no país, as universidades populares e as idéias aqui chegadas sobre o sistema extensionista dos Estados Unidos. A partir destas duas vertentes é feita uma apreciação sobre a trajetória do extensionismo nas instituições de ensino superior brasileiras, chegando-se ao momento de criação da Coordenação de Atividades de Extensão - CODAE - do Ministério de Educação e Cultura - MEC. A metodologia utilizada envolveu a realização de entrevistas com 20 pessoas que participaram do movimento extensionista no período em questão, o estudo de Relatórios, Planos e outros documentos oficiais, sendo procedida uma análise de conteúdo dos discursos e uma tentativa de reconstituição de toda uma história dispersa no sentido de resgate da memória da extensão universitária do país. Procurou-se igualmente formular um conceito sobre o que deve ser esta função a partir da discussão de propostas de alguns intelectuais que se pronunciaram sobre o assunto. Os resultados a que se chegou mostram que a extensão – como função projetiva da instituição de ensino superior a seu meio - apresenta-se dentro de uma perspectiva mais ampla expressa pela própria contradição da universidade de um modo global. A extensão é uma função eminentemente política que em muitos momentos se prestou a uma ação puramente domesticadora e que em outros procurou caminhar no sentido de uma comunicação com as camadas populares apesar de não ter conseguido grandes resultados... Vale ressaltar, ainda, que se a extensão não foi, até hoje, ponto preponderante na política de ensino superior em relação às demais funções - ensino e pesquisa -, isto não significa que a mesma não tenha tido um importante papel histórico conforme se verifica ao longo do presente trabalho. |
id |
UFC-7_fb0afda39b5d329fad6dfc601adb67a2 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufc.br:riufc/67393 |
network_acronym_str |
UFC-7 |
network_name_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
repository_id_str |
|
spelling |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação?Extensão universitáriaUniversidade popularModelo extensionistaReforma universitáriaProjeto RondonUnião Nacional dos Estudantes (UNE)Organização estudantilA Dissertação estuda a questão da extensão universitária centrando-se especialmente no período 1968/76, época de sua maior institucionalização a nível nacional. Toma-se como ponto de partida a dicotomia extensão x comunicação, expressa por Paulo Freire em uma de suas obras e a partir dela tenta-se aprofundar o conteúdo específico assumido pela extensão universitária brasileira que parece se colocar entre parâmetros de domesticação e comunicação. O quadro referencial de análise parte da proposta de Antonio Gramsci, levando-se em conta que aquele filósofo italiano, além de valorizar a instância super-estrutural, fornece apreciações específicas sobre difusão cultural que facilitam a compreensão do movimento extensionista brasileiro. O estudo considera como vertentes históricas da extensão universitária no país, as universidades populares e as idéias aqui chegadas sobre o sistema extensionista dos Estados Unidos. A partir destas duas vertentes é feita uma apreciação sobre a trajetória do extensionismo nas instituições de ensino superior brasileiras, chegando-se ao momento de criação da Coordenação de Atividades de Extensão - CODAE - do Ministério de Educação e Cultura - MEC. A metodologia utilizada envolveu a realização de entrevistas com 20 pessoas que participaram do movimento extensionista no período em questão, o estudo de Relatórios, Planos e outros documentos oficiais, sendo procedida uma análise de conteúdo dos discursos e uma tentativa de reconstituição de toda uma história dispersa no sentido de resgate da memória da extensão universitária do país. Procurou-se igualmente formular um conceito sobre o que deve ser esta função a partir da discussão de propostas de alguns intelectuais que se pronunciaram sobre o assunto. Os resultados a que se chegou mostram que a extensão – como função projetiva da instituição de ensino superior a seu meio - apresenta-se dentro de uma perspectiva mais ampla expressa pela própria contradição da universidade de um modo global. A extensão é uma função eminentemente política que em muitos momentos se prestou a uma ação puramente domesticadora e que em outros procurou caminhar no sentido de uma comunicação com as camadas populares apesar de não ter conseguido grandes resultados... Vale ressaltar, ainda, que se a extensão não foi, até hoje, ponto preponderante na política de ensino superior em relação às demais funções - ensino e pesquisa -, isto não significa que a mesma não tenha tido um importante papel histórico conforme se verifica ao longo do presente trabalho.Haguette, Teresa Maria FrotaRocha, Roberto Mauro Gurgel2022-07-23T00:31:42Z2022-07-23T00:31:42Z1984info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfROCHA, Roberto Mauro Gurgel. Extensão universitária: comunicação ou domesticação? Orientação: Teresa Maria Frota Haguette. Banca examinadora: André Haguette e Jacques Therrien. 1984. 233 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1984.http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67393ark:/83112/001300001zgxbporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC)instname:Universidade Federal do Ceará (UFC)instacron:UFCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-07-23T00:31:43Zoai:repositorio.ufc.br:riufc/67393Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.ufc.br/ri-oai/requestbu@ufc.br || repositorio@ufc.bropendoar:2024-09-11T18:56:21.688257Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Universidade Federal do Ceará (UFC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? |
title |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? |
spellingShingle |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? Rocha, Roberto Mauro Gurgel Extensão universitária Universidade popular Modelo extensionista Reforma universitária Projeto Rondon União Nacional dos Estudantes (UNE) Organização estudantil |
title_short |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? |
title_full |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? |
title_fullStr |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? |
title_full_unstemmed |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? |
title_sort |
Extensão universitária: comunicação ou domesticação? |
author |
Rocha, Roberto Mauro Gurgel |
author_facet |
Rocha, Roberto Mauro Gurgel |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Haguette, Teresa Maria Frota |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rocha, Roberto Mauro Gurgel |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Extensão universitária Universidade popular Modelo extensionista Reforma universitária Projeto Rondon União Nacional dos Estudantes (UNE) Organização estudantil |
topic |
Extensão universitária Universidade popular Modelo extensionista Reforma universitária Projeto Rondon União Nacional dos Estudantes (UNE) Organização estudantil |
description |
A Dissertação estuda a questão da extensão universitária centrando-se especialmente no período 1968/76, época de sua maior institucionalização a nível nacional. Toma-se como ponto de partida a dicotomia extensão x comunicação, expressa por Paulo Freire em uma de suas obras e a partir dela tenta-se aprofundar o conteúdo específico assumido pela extensão universitária brasileira que parece se colocar entre parâmetros de domesticação e comunicação. O quadro referencial de análise parte da proposta de Antonio Gramsci, levando-se em conta que aquele filósofo italiano, além de valorizar a instância super-estrutural, fornece apreciações específicas sobre difusão cultural que facilitam a compreensão do movimento extensionista brasileiro. O estudo considera como vertentes históricas da extensão universitária no país, as universidades populares e as idéias aqui chegadas sobre o sistema extensionista dos Estados Unidos. A partir destas duas vertentes é feita uma apreciação sobre a trajetória do extensionismo nas instituições de ensino superior brasileiras, chegando-se ao momento de criação da Coordenação de Atividades de Extensão - CODAE - do Ministério de Educação e Cultura - MEC. A metodologia utilizada envolveu a realização de entrevistas com 20 pessoas que participaram do movimento extensionista no período em questão, o estudo de Relatórios, Planos e outros documentos oficiais, sendo procedida uma análise de conteúdo dos discursos e uma tentativa de reconstituição de toda uma história dispersa no sentido de resgate da memória da extensão universitária do país. Procurou-se igualmente formular um conceito sobre o que deve ser esta função a partir da discussão de propostas de alguns intelectuais que se pronunciaram sobre o assunto. Os resultados a que se chegou mostram que a extensão – como função projetiva da instituição de ensino superior a seu meio - apresenta-se dentro de uma perspectiva mais ampla expressa pela própria contradição da universidade de um modo global. A extensão é uma função eminentemente política que em muitos momentos se prestou a uma ação puramente domesticadora e que em outros procurou caminhar no sentido de uma comunicação com as camadas populares apesar de não ter conseguido grandes resultados... Vale ressaltar, ainda, que se a extensão não foi, até hoje, ponto preponderante na política de ensino superior em relação às demais funções - ensino e pesquisa -, isto não significa que a mesma não tenha tido um importante papel histórico conforme se verifica ao longo do presente trabalho. |
publishDate |
1984 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1984 2022-07-23T00:31:42Z 2022-07-23T00:31:42Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
ROCHA, Roberto Mauro Gurgel. Extensão universitária: comunicação ou domesticação? Orientação: Teresa Maria Frota Haguette. Banca examinadora: André Haguette e Jacques Therrien. 1984. 233 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1984. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67393 |
dc.identifier.dark.fl_str_mv |
ark:/83112/001300001zgxb |
identifier_str_mv |
ROCHA, Roberto Mauro Gurgel. Extensão universitária: comunicação ou domesticação? Orientação: Teresa Maria Frota Haguette. Banca examinadora: André Haguette e Jacques Therrien. 1984. 233 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1984. ark:/83112/001300001zgxb |
url |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/67393 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) instname:Universidade Federal do Ceará (UFC) instacron:UFC |
instname_str |
Universidade Federal do Ceará (UFC) |
instacron_str |
UFC |
institution |
UFC |
reponame_str |
Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
collection |
Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará (UFC) - Universidade Federal do Ceará (UFC) |
repository.mail.fl_str_mv |
bu@ufc.br || repositorio@ufc.br |
_version_ |
1818374041796345856 |