Tortura e definição lexicográfica: uma análise discursiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Entrepalavras |
Texto Completo: | http://www.entrepalavras.ufc.br/revista/index.php/Revista/article/view/102 |
Resumo: | Considerando o dicionário enquanto objeto discursivo que estabelece uma relação entre língua, sujeito e história na constituição do discurso lexicográfico, investigamos as definições lexicográficas dos termos dados aos instrumentos e/ou modos de tortura praticados contra presas políticas (MERLINO; OJEDA, 2010) durante o regime militar ocorrido no Brasil entre os anos de 1964-1985. Partimos do entendimento de que os dicionários carregam ideologias (PONTES, 2009), constituindo-se em documentos não transparentes e que apontam modos de produção de conhecimento em determinadas conjunturas sócio-históricas, tecendo efeitos de sentido para os sujeitos e para a história desses sujeitos. A pesquisa foi feita em um dicionário de Língua Portuguesa, a saber, Ferreira (2004), e foi pautada nas considerações de Fairclough (2001), que percebe o discurso como prática política e como prática ideológica. Segundo esse autor, como prática política, além de estabelecer, manter e/ou transformar as entidades coletivas com relações de poder entre si, o discurso estabelece, mantém e/ou transforma as relações de poder, no plano mais geral da sociedade. Como prática ideológica, mostra como, a partir de posições diferentes nas relações de poder, os significados do mundo são constituídos, naturalizados, mantidos e/ou transformados pelo discurso. Os primeiros resultados desse estudo indicaram a ausência de aspectos sociais, históricos e afetivos no significado léxico, o que contribui para a permanência de um silêncio que inibe sentidos que se quer evitar, propondo limites discursivos. Indicaram, ainda, um silenciamento acerca de alguns desses termos no referido dicionário, tendo em vista a inexistência percebida. |
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