Relações de gênero e embates ideológicos no espaço heterotópico da web

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Ângela Paula Nunes
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Junior, Joseeldo da Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Letras Raras
Texto Completo: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1450
Resumo: DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v8i2.1332 As redes sociais constituem um espaço heterotópico de disputas discursivas e embates ideológicos. No ano de 2016, um coletivo feminista iniciou na rede social Twitter a campanha #meuamigosecreto, com o propósito de utilizar o ambiente virtual como meio de divulgação de práticas machistas cotidianas. No ano de 2018, no qual as questões de gênero alcançaram importante espaço no debate eleitoral entre os presidenciáveis, as redes sociais tornaram-se campo de conflito ao irromper duas manifestações a respeito do tema: a #meubolsominionsecreto e #minhafeministasecreta. Assim, neste artigo, nos propomos, à luz da Análise do Discurso Francesa, a analisar as formações discursivas das hashtags #meuamigosecreto, #minhafeministasecreta e #meubolsominionsecreto. Para tanto, o corpus deste estudo é composto por três tweets de cada hashtag mencionada. Ao analisar enunciados produzidos nas campanhas #meuamigosecreto, #meubolsominionsecreto e #minhafeministasecreta, podemos perceber que as três campanhas partem da retomada de memórias sobre questões de gênero, principalmente no que diz respeito ao exercício da sexualidade e reivindicações feministas sobre o tema. Os efeitos de sentido desses enunciados revelam conflitos sociais decorrentes dos espaços de enunciação, dos lugares sociais assumidos por diferentes sujeitos socialmente organizados. As hashtags #meuamigosecreto e #meubolsominionsecreto se conformam a uma formação discursiva feminista, a partir de discursos que denunciam práticas machistas cotidianas, que acarretam uma série de interdições para as mulheres. De forma antagônica, a #minhafeministasecreta parte de uma formação discursiva antifeminista que deturpa os princípios que regem o feminismo, afastando-se das reais discussões que pautam o movimento.
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