Assia Djebar: uma busca identitária alicerçada no entrelugar literário franco-árabe

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Maria Rennally Soares da
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Souza, Francisca Zuleide Duarte de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Letras Raras
Texto Completo: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1497
Resumo: DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v7i0.1243   No âmbito da literatura pós-colonial, o povo argelino buscou na escrita literária, uma forma resistir às formas de subordinação às quais foram submetidos, no contexto de agenciamento das marcas e rupturas causadas pelo regime colonialista. Alguns escritores argelinos passaram a escrever textos literários em língua francesa com o intuito de serem ouvidos para além-fronteiras. A escritora argelina Fatima Zohra Imalayène, conhecida pelo pseudônimo Assia Djebar, obteve grande destaque por denunciar, em suas obras, a situação de subalternização vivenciada pelas mulheres argelinas, bem como o massacre pelo qual passou o povo argelino, submetido às imposições dos colonizadores franceses. Essa pesquisa bibliográfica (GIL, 2008) tem como objetivo discutir elementos que ratificam o entrelugar literário na obra da referida escritora argelina. Para tanto, temos como base teórica os estudos de Bhabha (2005) a respeito do entrelugar e do hibridismo cultural, bem como as reflexões de Deleuze e Guatari (2000) sobre a perspectiva do devir revolucionário. Inserida no contexto diaspórico, a autora vivenciou o regime colonialista instalado em seu país de origem e buscou, na literatura, uma forma de superação das rupturas deixadas pelo colonialismo e pelas imposições patriarcalistas presentes em sua identidade cultural. Encontramos, em suas obras, uma espécie de desconforto com relação à sua identidade. Por não se enxergar totalmente argelina e nem totalmente francesa, ela expressa em suas obras uma angústia que a leva a escrever para “dizer-se” (DJEBAR, 1985, p. 91) e para dar voz ao seu povo, especialmente às mulheres árabes, que permanecem na invisibilidade. Esta voz é dada através da escrita literária em língua francesa. Assim, o entrelugar literário franco-árabe de Assia Djebar lhe causa o sentimento dúbio de liberdade e de afasia. Essa cisão identitária manifestou-se em toda a sua obra e a levou a viver entre os universos francês e árabe.
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