O Folheto de Ambas Lisboas (1730 - 1731) e a literatura de folhetos do Nordeste: usos e apropriações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Socorro de Fátima Pacífico
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Brito, Suelen Oliveira de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Letras Raras
Texto Completo: https://revistas.editora.ufcg.edu.br/index.php/RLR/article/view/1414
Resumo: DOI: https://dx.doi.org/10.35572/rlr.v8i0.1602 Desconhecido de parte da historiografia literária brasileira e portuguesa, o Folheto de Ambas Lisboas (1730 – 1731), atribuído ao editor Jerônimo Tavares Mascarenhas de Távora e a seu colaborador,Vitorino José da Costa, é objeto e corpus do presente artigo. Trata-se do primeiro periódico de humor publicado em Portugal no século XVIII. Escrito em estilo jocoso, parodiava principalmente a Gazeta de Lisboa. Inscrito no conjunto dos papeis que circulavam e tiveram grande sucesso na Lisboa do Século XVIII, o Folheto de Ambas Lisboas apresenta características semelhantes a de outros periódicos de sucesso que o sucederam, tais como: Anatômico jocoso (1755 –1758), de Frei Lucas de Santa Catarina e O Pinto Renascido Empenado e Desempenado - Primeiro Voo (1732), de Tomás Pinto Brandão. Sua fórmula editorial foi copiada em fins do século XVIII por José Daniel Rodrigues da Costa, com seu Almocreve de Petas (1798), erroneamente tomado como precursor dos folhetos humorísticos de Portugal. Esses periódicos tinham como forma principal de circulação a venda avulsa em folhetos, cujas matérias e conteúdo, em forma jocosa, dialogavam tanto com a cultura popular, quanto com os gêneros consagrados pela Retórica e Poética. Utilizando como aporte teórico o conceito de “apropriação” de Chartier (1991), este artigo demonstra, entre outros aspectos, a relação entre esse folheto português e o Auto da Rainha Porcina (1660), de Baltazar Dias. Essa relação também pode ser percebida entre a notícia da morte de uma cachorrinha presente no Folheto de Ambas Lisboas, com o cordel O dinheiro (BARROS, 1909), de Leandro Gomes de Barros, que também será aqui apontada.
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