Escolha do preservativo por mulheres: interfaces da influência de líderes religiosos e profissionais de saúde.

• Autor(a) principal: SANTOS, Mariélisson Urbano dos.
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/7490
• topic: Preservativo masculino; Preservativo feminino; Religião; Liderança; Planejamento familiar; Male condom; Female condom; Religion; Leadership; Family planning; Condón masculino; Condón femenino; Religión; Liderazgo; Planificación familiar; Saúde Publica

Na atualidade, os preservativos são comprovadamente os únicos métodos contraceptivos eficazes para a prevenção de HIV/IST/AIDS e da gravidez não planejada ao mesmo tempo. Em contrapartida, nota-se que diversas religiões se contrapõem a sua utilização, baseado em argumentações de interferência no processo natural da reprodução humana. Evidencia-se que ainda há divergências de opiniões entre líderes religiosos e profissionais de saúde quanto à utilização do preservativo, e esses são duas figuras consideradas como referência pela mulher nas questões relacionadas à saúde. Diante disso, este estudo teve como objetivo conhecer a influência do líder religioso e profissional de saúde sobre a tomada de decisão das mulheres em relação à escolha do uso do preservativo masculino e/ou feminino. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo de natureza qualitativa, baseado metodologicamente no materialismo histórico e dialético. A pesquisa foi realizada com 15 mulheres que frequentam instituições religiosas e unidades básicas de saúde, três líderes religiosos e três profissionais de saúde da atenção básica do município de Guarabira - PB. Depois do levantamento de dados iniciou-se a análise do material empírico pela técnica de análise de discurso proposta por Fiorin. Neste contexto a partir das contradições existentes, possibilitou-se chegar a essência do concreto pensado, visualizando três categorias analíticas (1. Diálogos e monólogos em relação à escolha do preservativo, 2. Dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde durante o planejamento familiar e 3. Mudanças paradigmáticas: pouca interferência religiosa na tomada de decisão da escolha do preservativo) e oito categorias empíricas (1.1 Responsabilidade da escolha em relação ao uso dos métodos contraceptivos, 1.2 Conhecimento das mulheres acerca da opinião dos profissionais de saúde das unidades básicas de saúde sobre a utilização dos preservativos, 1.3 Conhecimento das mulheres acerca da opinião dos líderes religiosos sobre a utilização dos preservativos, 2.1 Resistência à utilização dos preservativos, 2.2 A religião como obstáculo para a implementação do planejamento familiar, 3.1 Reflexões do líderes religiosos sobre a utilização dos preservativos, 3.2 Preservativo x promiscuidade e 3.3 Religião x descontrole do comportamento sexual). Este estudo possibilitou elucidar que embora as religiões mantenham as tradições, tem exercido pouca influência na escolha do preservativo por mulheres. Todavia, os profissionais de saúde têm exercido um papel importante na saúde pública em relação ao planejamento familiar, visto que as mulheres relataram conhecer a importância da utilização dos preservativos como método contraceptivo e preventivo às IST/HIV/AIDS e os utilizam/não utilizam de maneira consciente.