Crenças e atitudes de alunos do ensino médio em relação à variação linguística.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28686 |
Resumo: | Com base na concepção de língua como interação, como sistema vivo, funcionalmente operante na sociedade, heterogêneo e variável, este estudo teve como objetivo analisar as concepções de língua de alunos do ensino médio, assim como verificar e discutir as crenças e atitudes desses frente à variação linguística advindas destas concepções. Neste sentido, este estudo fundamentou-se em reflexões teóricas acerca do tratamento concebido à lingua ao longo dos anos, (ANTUNES, 2003; BAKHTIN, 1986; CAMARA JR, 1999; GERALDI, 1997; TRAVAGLIA, 2002); do papel da Sociolinguística na compreensão do aspecto variacional, bem como suas implicações para o ensino de língua (ALKIMIM, 2005; BORTONI-RICARDO, 2004; CAMACHO, 2005; CESARIO E VOTRE, 2008; LABOV, 2008); além das crenças e atitudes em relação à variação linguística (BAGNO, 2007, 2006, 2004, 2002; BARCELOS, 2007, 2006; CALVET, 2002). Para a execução da pesquisa, participaram 17 alunos do ensino médio de uma escola pública, da cidade de Cubati – PB. Uma vez que necessitávamos que a coleta de dados proporcionasse o máximo de espontaneidade e autenticidade, optamos por uma entrevista semi-estruturada, realizada no mês de dezembro de 2017, através de um roteiro previamente elaborado. Os resultados mostraram um conflito na concepção de língua dos alunos, sendo mais forte neles a visão desta enquanto expressão do pensamento, com exclusão do seu caráter váriável. Por consequência desta concepção, os alunos revelaram diversas crenças. A fala e a escrita numa perspectiva dicotômica mostrou-se como a crença mais central, e a partir surgiram as mais periféricas, em que a língua escrita é concebida como homogênea, organizada, bela, ao passo que a língua falada é heterogênea, caótica, feia. Esse constructo ideológico desenvolveu nos discentes as atitudes negativas de insegurança, de hipercorreção e de preconceito. No entanto, apesar de apresentarem uma visão purista da língua, também a reconheceram enquanto instrumento de interação, que se adequa aos mais variados contextos sociointeracionais. Desta visão, temos a crença central de reconhecimento da variação linguística e as periféricas que percebem a adequação da língua aos mais diversos usos, e a sua relação com a identidade do nordestino. Estas crenças permitiram que os alunos mostrassem atitudes positivas de segurança, e, principalmente, de um grande respeito e valorização do falar nordestino. |
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Crenças e atitudes de alunos do ensino médio em relação à variação linguística.Secondary school students' beliefs and attitudes towards language variation.Variação linguísticalinguistic variationCrenças de alunos do ensino médio - variação linguísticaBeliefs of high school students - linguistic variationConcepção de língua - alunos do ensino médioConception of language - high school studentsLinguística - crenças e atitudesLinguistics - beliefs and attitudesLinguísticaCom base na concepção de língua como interação, como sistema vivo, funcionalmente operante na sociedade, heterogêneo e variável, este estudo teve como objetivo analisar as concepções de língua de alunos do ensino médio, assim como verificar e discutir as crenças e atitudes desses frente à variação linguística advindas destas concepções. Neste sentido, este estudo fundamentou-se em reflexões teóricas acerca do tratamento concebido à lingua ao longo dos anos, (ANTUNES, 2003; BAKHTIN, 1986; CAMARA JR, 1999; GERALDI, 1997; TRAVAGLIA, 2002); do papel da Sociolinguística na compreensão do aspecto variacional, bem como suas implicações para o ensino de língua (ALKIMIM, 2005; BORTONI-RICARDO, 2004; CAMACHO, 2005; CESARIO E VOTRE, 2008; LABOV, 2008); além das crenças e atitudes em relação à variação linguística (BAGNO, 2007, 2006, 2004, 2002; BARCELOS, 2007, 2006; CALVET, 2002). Para a execução da pesquisa, participaram 17 alunos do ensino médio de uma escola pública, da cidade de Cubati – PB. Uma vez que necessitávamos que a coleta de dados proporcionasse o máximo de espontaneidade e autenticidade, optamos por uma entrevista semi-estruturada, realizada no mês de dezembro de 2017, através de um roteiro previamente elaborado. Os resultados mostraram um conflito na concepção de língua dos alunos, sendo mais forte neles a visão desta enquanto expressão do pensamento, com exclusão do seu caráter váriável. Por consequência desta concepção, os alunos revelaram diversas crenças. A fala e a escrita numa perspectiva dicotômica mostrou-se como a crença mais central, e a partir surgiram as mais periféricas, em que a língua escrita é concebida como homogênea, organizada, bela, ao passo que a língua falada é heterogênea, caótica, feia. Esse constructo ideológico desenvolveu nos discentes as atitudes negativas de insegurança, de hipercorreção e de preconceito. No entanto, apesar de apresentarem uma visão purista da língua, também a reconheceram enquanto instrumento de interação, que se adequa aos mais variados contextos sociointeracionais. Desta visão, temos a crença central de reconhecimento da variação linguística e as periféricas que percebem a adequação da língua aos mais diversos usos, e a sua relação com a identidade do nordestino. Estas crenças permitiram que os alunos mostrassem atitudes positivas de segurança, e, principalmente, de um grande respeito e valorização do falar nordestino.Based on the language conception as interaction, as a living system, functionally operative in society, heterogeneous and variable, this study aims to analyze the language conceptions of high school students, as well as to verify and discuss their beliefs and attitudes towards the linguistic variation arising from these conceptions. In this sense, this study was based on theoretical reflections about the treatment given to the language over the years (ANTUNES, 2003; BAKHTIN, 1986; CAMARA JR, 1999; GERALDI, 1997; TRAVAGLIA, 2002); on the role of sociolinguistics in the understanding of the variational aspect, as well as its implications for language teaching (ALKIMIM, 2005; BORTONI-RICARDO, 2004; CAMACHO, 2005; CESARIO E VOTRE, 2008; LABOV, 2008); besides the beliefs and attitudes regarding linguistic variation (BAGNO, 2007, 2006, 2004, 2002; BARCELOS, 2007, 2006; CALVET, 2002). In order to carry out this research, 17 high school students from a public school in the city of Cubati – PB participated. Since we needed data collection to provide utmost spontaneity and authenticity, we opted for a semistructured interview, held in December 2017, through a previously prepared script. The results showed a conflict in the students’ language conception, being stronger, in their view, of this one as expression of the thought, to the exclusion of its variable character. As consequence of this conception, the students revealed several beliefs. Speaking and writing in a dichotomous perspective proved to be the most central belief, and from this, the most peripheral ones emerged, in which the written language is conceived as homogeneous, organized, beautiful, whereas the spoken language is seen as heterogeneous, chaotic, ugly. This ideological construct developed in the students the negative attitudes of insecurity, overcorrection and prejudice. However, despite presenting a purist view regarding the language, they also recognized it as an instrument of interaction, which is adapted to the most varied sociointeractional contexts. Based on this, we have the central belief in the recognition of linguistic variation and the peripheral ones that perceive the language suitableness to the most diverse uses, and its relation with the Northeastern identity. These beliefs allowed the students to show positive attitudes of security and mainly a great respect and appreciation to the Northeastern way of speaking.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHUFCGPATRIOTA, Luciene Maria.PATRIOTA, L. M.http://lattes.cnpq.br/0206758132708524AMORIM, Karine Viana.AMORIM, K. V.http://lattes.cnpq.br/2828984355069221SOUZA, Clara Regina Rodrigues de.SOUZA, C. R. R.http://lattes.cnpq.br/9280186031588940LIMA, Iranice Aníbal de.20182023-01-06T18:22:03Z2023-01-062023-01-06T18:22:03Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28686LIMA, Iranice Aníbal de. Crenças e atitudes de alunos do ensino médio em relação à variação linguística. 2018. 71f. Trabalho de Conclusão de Curso (monografia), Curso de Licenciatura em Letras: Língua Portuguesa, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande - Campina Grande - Paraíba - Brasil, 2018. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28686porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2023-01-06T18:22:42Zoai:localhost:riufcg/28686Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512023-01-06T18:22:42Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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Com base na concepção de língua como interação, como sistema vivo, funcionalmente operante na sociedade, heterogêneo e variável, este estudo teve como objetivo analisar as concepções de língua de alunos do ensino médio, assim como verificar e discutir as crenças e atitudes desses frente à variação linguística advindas destas concepções. Neste sentido, este estudo fundamentou-se em reflexões teóricas acerca do tratamento concebido à lingua ao longo dos anos, (ANTUNES, 2003; BAKHTIN, 1986; CAMARA JR, 1999; GERALDI, 1997; TRAVAGLIA, 2002); do papel da Sociolinguística na compreensão do aspecto variacional, bem como suas implicações para o ensino de língua (ALKIMIM, 2005; BORTONI-RICARDO, 2004; CAMACHO, 2005; CESARIO E VOTRE, 2008; LABOV, 2008); além das crenças e atitudes em relação à variação linguística (BAGNO, 2007, 2006, 2004, 2002; BARCELOS, 2007, 2006; CALVET, 2002). Para a execução da pesquisa, participaram 17 alunos do ensino médio de uma escola pública, da cidade de Cubati – PB. Uma vez que necessitávamos que a coleta de dados proporcionasse o máximo de espontaneidade e autenticidade, optamos por uma entrevista semi-estruturada, realizada no mês de dezembro de 2017, através de um roteiro previamente elaborado. Os resultados mostraram um conflito na concepção de língua dos alunos, sendo mais forte neles a visão desta enquanto expressão do pensamento, com exclusão do seu caráter váriável. Por consequência desta concepção, os alunos revelaram diversas crenças. A fala e a escrita numa perspectiva dicotômica mostrou-se como a crença mais central, e a partir surgiram as mais periféricas, em que a língua escrita é concebida como homogênea, organizada, bela, ao passo que a língua falada é heterogênea, caótica, feia. Esse constructo ideológico desenvolveu nos discentes as atitudes negativas de insegurança, de hipercorreção e de preconceito. No entanto, apesar de apresentarem uma visão purista da língua, também a reconheceram enquanto instrumento de interação, que se adequa aos mais variados contextos sociointeracionais. Desta visão, temos a crença central de reconhecimento da variação linguística e as periféricas que percebem a adequação da língua aos mais diversos usos, e a sua relação com a identidade do nordestino. Estas crenças permitiram que os alunos mostrassem atitudes positivas de segurança, e, principalmente, de um grande respeito e valorização do falar nordestino. |
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