Compreensão da relação entre racismo antinegro e sofrimento psíquico para estagiários(as) de psicologia clínica.

• Autor(a) principal: SOUSA, Sarah Raquel Izidro Umbelino de.
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30990
• topic: Racismo; Formação do psicólogo; Psicoterapia; Supervisão clínica; Racism; Psychologist training; Psychotherapy; Clinical supervision; Sofrimento psíquico; Estagiários de Psicologia Clínica; Psicologia.

Diante da percepção das dificuldades em incluir as discussões sobre racismo na rotina da formação em psicologia, o presente estudo teve como principal objetivo investigar como estagiários(as) de psicologia clínica compreendem e lidam com o sofrimento psíquico relacionado ao racismo antinegro em sua prática. Utilizou-se o método qualitativo, a amostra foi composta por cinquenta e três estagiários(as) de psicologia clínica, que responderam um questionário divulgado remotamente. Para análise de dados, empregou-se a estatística descritiva e a análise temática de conteúdo. Foram identificados dois temas centrais: 1) Como lidam com o sofrimento psíquico relacionado ao racismo no atendimento clínico e 2) Aspectos da formação. No primeiro tema foram elaboradas três categorias: a) Elementos facilitadores no atendimento psicoterápico; b) Efeitos psíquicos do racismo e c) Dificuldades no atendimento psicoterápico. No segundo tema, foram elaboradas três categorias: a) Lacunas e falhas na graduação; b) Conhecimentos necessários e c) Lacunas e falhas na supervisão. Observou-se que o debate sobre relações étnico-raciais está presente nos cursos de Psicologia, porém de modo insatisfatório e superficial e que os(as) participantes possuem limitado repertório teórico e técnico que possibilitem a percepção do sofrimento psíquico relacionado ao racismo no setting terapêutico, tal como restritas habilidades e competências terapêuticas que facilitem o manejo clínico. Conclui-se que há necessidade de incluir discussões sobre a temática nas grades curriculares dos cursos e tornar as discussões sobre racismo e sofrimento psíquico algo fundamental nas supervisões clínicas.