O ensino pede um corpo: para além do sexo e do gênero, a arte da existência.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Vanusa Souza.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34194
Resumo: É possível a relação corpo-ensino? Será a sala de aula o lugar de possibilidade para se pensar também o corpo, corpo enquanto signo das subjetividades e não apenas da disciplina? Se o conhecimento nasce do corpo por que enquanto educadores forçamos os alunos a negarem o corpo, a existência de si nas aulas? Por que ainda mantemos uma relação de suspeição com tudo o que sugere o corpo, como se o pensar fosse realmente a parte outra e a única interessante quando o tema é conhecimento? Dentre os muitos desafios do ensino e da educação, um deles é certamente a relação que mantemos com os corpos, aqueles que atravessam as paredes das escolas, que de forma normativa vestem a farda e sentam-se enfileirado nas cadeiras escolares, corpos nômades que vez por outra traem a rostidade unitária do ser-aluno e investem a si de outros sentidos, corpos quase travestidos de outras maneiras de ser menino e menina. O corpo e o rosto como sugere Gilles Deleuze constituem um território, uma linguagem onde os agenciamentos sociais e códigos se instauram, produzindo nos corpos as normas, as disciplinas. É comum ouvir dos discursos atuais desânimos de algumas práticas docentes que reclamam da postura e da linguagem criadas por alguns alunos que usam o corpo, a linguagem do corpo para se comunicar, tatuando-se, travestindo-se de punk, de emos e/ou emochitas, de sujeitos que não querem pra si a normalização do corpo. Que desejos esses corpos que ousam se desterritorializar estão inscrevendo? Que pedagogias podem ser pensadas a partir dessa comunicação que muitos estudantes acabam adotando para se fazerem vistos e ditos e assim conseguirem falar de si. O corpo afirma Magalhães Júnior permite a decifração da vida, dessa maneira, que signos podem ser lidos nos corpos-alunos que emergem sob a luz do poder pedagógico? Os alunos trazem consigo histórias múltiplas, inclusive, uma história de seu corpo, da educação que aprendem em casa, das normas que sugerem suas famílias e das regras que a educação escolar impõe, estar atendo as sensibilidades dos corpos desses sujeitos, é criar uma/outra nova perspectiva de educação, inclusive aquela que rompe com a dicotomia que se faz entre corpo e alma, que privilegia no conhecimento muito mais a mente do que o corpo. A cultura ocidental que se institui no século XIX no Ocidente muda o parâmetro de educação que vinha dos gregos, a qual unia a educação da mente junto a educação do corpo. O importante nessa relação era desenvolver o intelecto, mas também educar fisicamente o corpo. Talvez seja necessário (re)pensar os valores educacionais que estamos criando nas aulas, se há uma nova idéia de corpo, corpo frankstein, se os alunos (re)criam seus corpos, perfurando-os com piercings, estilos diversos e tatuagens, é fundamental estar atento a essa linguagem, não como um dispositivo disciplinar, mas como a instauração de uma nova possibilidade de pedagogia, aquela que afeta muito mais do que adestra.
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