Minha casa é um livro aberto: a (des) construção da narrativa material biográfica de Luís da Câmara Cascudo.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FERNANDES, Kaliana Calixto.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34123
Resumo: Numa entrevista dada por Luís da Câmara Cascudo, no dia 14 de abril de 1984, para compor uma série em sua homenagem, o escritor potiguar declarou: “Tudo o que eu amo está nesta casa”. A afeição duradoura pelo lar é em parte o resultado de experiências íntimas e aconchegantes. Tudo é tão penetrado de afeto, móveis, cantos, portas, desvãos, que mudar é perder uma parte de si mesmo. Depois de uma longa temporada de portas fechadas a casa, onde Câmara Cascudo viveu e produziu grande parte de sua obra, tem as suas portas reabertas. Transformada em museu pelo “Ludovicus” – Instituto Câmara Cascudo, a casa funciona como sede do Instituto, o qual é presidido por sua filha Anna Maria Cascudo, e administrado por sua neta Daliana Cascudo. A instalação oficial do Instituto se deu em 07 de outubro de 2007, mas sua inauguração só aconteceu no dia 30 de dezembro de 2009, data em que se vivo fosse Câmara Cascudo completaria 111 anos de vida. No museu Casa de Câmara Cascudo a disposição, o contexto e a configuração espaço-temporal dos móveis, objetos, fotografias constroem uma determinada memória biográfica, que nos diz o modo como Câmara Cascudo, agora, rebatizado pelo Instituto com o nome de Ludovicus, deve ser lembrado. Mais que representações de trajetórias pessoais, os objetos funcionam como vetores de construção de subjetividade. Tomando como referencial teórico a idéias do filosofo francês Michel Foucault, o que pretendemos, nesse artigo, é realizar uma leitura biográfica de Câmara Cascudo a partir do espaço da sua casa, hoje, transformado em museu, com o propósito de pensarmos, não só, o modo como se dá o processo de gestão e produção da memória biográfica oficial de Câmara Cascudo através da análise do discurso museológico biográfico produzido pelo Instituto, mas também, refletir sobre a participação do próprio Câmara Cascudo no processo de transformação da sua casa num espaço de culto a sua memória, já que a idéia de criação do Instituto foi um desejo manifestado ainda em vida pelo escritor potiguar. Como fontes historiográficas utilizamos imagens do espaço da casa antes e depois de ter sido transformado em museu; livros de memória escritos não só por Câmara Cascudo, mas, também, por familiares e amigos do escritor potiguar; além de artigos e entrevistas publicados em jornais locais e nacionais.
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