“Xuxa e Deus nos acuda”: a redefinição de fronteiras e a reconstrução de identidades.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MARQUES, Paulo Alexandre.
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: ARAÚJO, Eronides Câmara.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34298
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo geral problematizar as relações de alteridade e os conflitos formadores de novas identidades, negociadas pelas comunidades ‘Xuxa’ e ‘Deus Nos Acuda’, em novas fronteiras. São 352 famílias que viviam em casebres, barracos e palafitas, às margens do manguezal, no bairro de Boa Viagem, na Capital Pernambucana. Essas comunidades eram representadas por discursos jornalísticos e de populares, como favelados. Por conta da implantação de um plano viário, o projeto Via Mangue, a comunidade ‘Xuxa’ e parte da ‘Deus nos Acuda’, em maio de 2010, foram transferidas para um conjunto residencial denominado ‘Habitacional III Via Mangue’, localizado no Bairro da Imbiribeira. O conjunto tem onze prédios de quatro pavimentos, além de guarita, jardim, playground, centro comunitário, estacionamento e campo de futebol. A pesquisa visa, especificamente, problematizar as relações de alteridade entre as duas comunidades, que antes se investiam de identidades distintas, delimitadoras de fronteiras bem estabelecidas, e agora passam a dividir os mesmos espaços e estigmas, enfrentando juntas a rejeição e o preconceito dos antigos moradores do bairro de classe média, onde foram inseridos. Enquanto a comunidade ‘Xuxa’ era composta por cerca de 170 casas de moradores antigos e relativamente estáveis em número, a ‘Deus nos Acuda’ é composta por mais de 800 casas, cujo número aumenta constantemente e onde o índice de delinquência é bem mais significativo. Nossa pesquisa analisa, também, as táticas utilizadas pela população transferida, no processo de reapropriação do espaço proposto por estratégias que não levaram em consideração aspectos da identidade das mesmas, fundamentais para seu equilíbrio social, tais como a interdependência entre espaços de moradia, comércio e serviços, e entre elas e os usuários dos condomínios e estabelecimentos comerciais da antiga vizinhança. Conflitos como estes, decorrentes da desconsideração da dinâmica da territorialidade própria das cidades, têm sido um dos principais inviabilizadores de projetos habitacionais para pessoas de baixa renda na. A nossa problematização configura-se em discutir as identidades e o processo de alteridade que tem se redefinido em função do habitar desses novos territórios. A pesquisa tem como fontes entrevistas e depoimentos colhidos entre os moradores oriundos das duas comunidades, assim como reportagens, mapas, fotografias, levantamentos e dados coletados junto à Prefeitura do Recife.
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Habitação urbana
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