Capitalismo, sustentabilidade e sobrevivência: uma análise ecocrítica de Duna, de Frank Herbert.

• Autor(a) principal: LIMA, João Vítor de.
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/32424
• topic: Análise Literária; Crítica e Interpretação Literária; Literatura Estadunidense; Romance Estadunidense; Ecocrítica – Sobrevivência e Sustentabilidade; Capitalismo; Herbert, Frank Patrick, 1920-1986; Literary Analysis; Literary Criticism and Interpretation.; Literature American; American Novel; Ecocriticism – Survival and Sustainability; Capitalism; Herbert, Frank Patrick, 1920-1986; Análisis literario; Crítica e Interpretación Literaria; Literatura Americano; Novela americana; Ecocrítica – Supervivencia y Sostenibilidad; Letras

Com o agravamento da crise climática pelo planeta, se vê necessário encontrar meios de comunicar esta problemática para a sociedade de maneira mais pessoal do que por dados científicos. Este trabalho se propõe a realizar uma análise ecocrítica do romance Duna, publicado originalmente em 1965, do escritor estadunidense Frank Herbert, com o objetivo de traçar paralelos entre a ficção e a realidade, de modo a difundir o romance como uma obra de caráter ambientalista. Para tanto, utilizou-se uma abordagem qualitativa e bibliográfica, analisando o texto narrativo do ponto de vista da ecocrítica. As obras Sense of Place and Sense of Planet de Ursula Heise (2008), Slow Violence and the Environmentalism of the Poor de Rob Nixon (2011) e Learning to Die in the Anthropocene de Roy Scranton (2015) serviram de aporte teórico principal para fundamentar essa análise, que foca em três instâncias do enredo de Duna, o império, os nativos fremen e o protagonista Paul. Em suma, concluiu-se que a organização do império reflete um capitalismo selvagem e extremo que não possui impedimentos nem restrições na busca de um falso ideal de progresso que devasta a natureza e não se importa com vidas humanas em situações de risco. Os fremen representam os povos nativos e sua conexão com o natural, mostrando a necessidade do resgate de um modo de vida sustentável. Paul, por sua vez, se mostra como um elo entre esses dois opostos, vindo de uma família imperial, mas aprendendo os ideais fremen de sobrevivência e preservação no mundo natural, servindo como um modelo a ser seguido face às preocupações ambientais atuais. Por fim, foi possível afirmar a presença de uma mobilização da ecocrítica no romance de Frank Herbert e traçar paralelos com o mundo real, evidenciando a potencialidade da narrativa em comunicar a crise de modo mais pessoal ao leitor.