A erradicação da palma forrageira pela cochonilha do carmim e a reorganização do espaço agrário de São João do Cariri, PB.

• Autor(a) principal: MORAIS, Luiz Gustavo Bizerra de Lima.
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/22779
• topic: Palma forrageira; Geografia agrária; Espaço agrário - São João do Cariri - PB; São João do Cariri - PB - espaço agrário; Cochonilha do carmim; Pecuária; Reorganização espacial; Forage palm; Agrarian geography; Agrarian space - São João do Cariri - PB; São João do Cariri - PB - agrarian space; Cochineal carmine; Livestock; Spatial Reorganization; Geografia

A atividade criatória, desde o início do processo de organização do espaço agrário do município de São João do Cariri, foi o elemento que demarcou as relações de produção existentes nos estabelecimentos agropecuários. No interior deste espaço houveram, ao longo da história, algumas mudanças significativas nas formas de manejo praticadas, como as percebidas após a crise do setor canavieiro e o apogeu e crise da cotonicultura, sendo esta última sucedida por uma política de modernização da qual a palma forrageira da variedade gigante assumiu um papel de destaque, tornando-se a principal fonte de forragem disponível ao efetivo pecuário e, consequentemente, imprimindo marcas contundentes na paisagem humanizada. Esta dinâmica permaneceu até o ano de 2011 quando a praga da cochonilha do carmim começou a atacar os palmais existentes no espaço agrário do município, levando a sua erradicação completa. É com base neste fenômeno que esta pesquisa toma como objetivo analisar a reorganização do espaço agrário de São João do Cariri após a dizimação da palma forrageira pela praga da cochonilha do carmim. Para tanto, foi adotada a metodologia da pesquisa qualitativa que buscou, através do emprego de instrumentos como a pesquisa bibliográfica, a observação, a entrevista, o questionário e o levantamento de registros iconográficos, constituir a base para obtenção de informações relevantes para a referida análise. A pesquisa constatou que a erradicação dos palmais pela ação da cochonilha do carmim dificultou as formas de manejo existentes no interior das propriedades, levando os produtores a reduzir o rebanho criatório. Por outro lado, na reorganização do espaço agrário após a ação desse fenômeno sobressaem-se a reincorporação da palma forrageira gigante, que ainda vem sendo atacada pela praga da cochonilha, a retomada do uso de cactos nativos, rações industrializadas e produção de capim para alimentar os rebanhos que, apesar de serem as fontes mais usadas na atualidade, exigem que o produtor faça uso de maior capital e força de trabalho em seu manejo sem, contudo, garantir as necessidades básicas do rebanho e, consequentemente, a manutenção de sua renda. Por outro lado, as descobertas e incorporação de variedades de palma forrageira resistentes estão presentes nesta reorganização, todavia, grande parte dos produtores está encontrando dificuldades em fazer essas variedades prosperar, em virtude da fragilidade apresentada por elas frente às condições climáticas locais, o que, segundo os produtores, exige que se faça o uso de irrigação. Isso torna necessária a incorporação, entre as ações desenvolvidas pelos atores públicos, de outras maneiras de combater a praga da cochonilha do carmim, sem que necessariamente se tome como fundamento as descobertas e cultivo de novas variedades resistentes à praga, já que estas, ao menos até o momento, não têm cumprido o papel que dela se espera.