Cultivo microbiano de Saccharomyces cerevisiae em frutos de algarobeira e sua aplicação como suplemento proteico em abelhas africanizadas.

• Autor(a) principal: MEDEIROS, Aline Carla de.
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/23890
• topic: Processos biotecnológicos; Algaroba; Suplementação apícola; Cultivomicrobiano; Biotechnological processes; Beekeeping supplementation; Microbial cultivation; Procesos biotecnológicos; Mezquite; Suplementación de abejas; Procédés biotechnologiques; Mesquite; Supplémentation des abeilles; Culture microbienne; Processamento

Este trabalho objetiva produzir um suplemento nutricional proteico elaborado a partir do cultivo microbiano de Saccharomices cerevisiae em substrato de farinha de vagens de algaroba e aplicar como alimento suplementar em colônias de abelhas africanizadas no período de entressafra. As vagens de algaroba foram coletadas na zona rural de Pombal-Paraíba, passaram por etapas de sanitização, trituração em máquina forrageira para produção da farinha e posteriormente foram armazenadas. Foram realizadas avaliações físico-químicas e de atividade de água e na sequência se realizou o cultivo microbiano, onde se estabeleceu como variáveis de entrada a concentração de leveduras (1%, 3% e 5%) e umidade inicial do substrato (60%, 70% e 80%) e variáveis resposta (ganho proteico). As unidades experimentais foram incubadas em BOD com temperatura de 30ºC. Realizou-se o acompanhamento cinético do cultivo, onde se coletou amostras em intervalos estabelecidos para mensuração de açúcares redutores, percentual proteico, pH e umidade. Dentre as unidades do experimento, a condição que proporcionou as melhores condições de ganho proteico foi o ensaio 2, com as variáveis -1/+1, tendo um ganho proteico 1,94 vezes ( 94,72%), em 11 horas de cultivo microbiano. Após a elaboração do suplemento nutricional proteico, o produto foi aplicado na alimentação de abelhas africanizadas em laboratório. Realizou-se um teste de atratividade com essências florais, os insetos foram postos no centro de uma arena (22 x10 cm de diâmetro), com conexões para recipientes de plástico (6 x 5 cm) contendo 5g gramas do suplemento, produzido a partir de 80 gramas do suplemento apícola + 20 gramas de açúcar + 5 gotas de diferentes essências para cada extremidade da arena. A essência de limão se destacou sendo considerada de alta atratividade, associada ao suplemento, com um índice de preferência entre 0,0 e 1,00. Na sequência, se realizou a avaliação de toxicidade. As abelhas foram confinadas em caixas de madeira a uma temperatura de 30ºC e alimentadas com o suplemento fracionado (com associação de açúcar) em 25%, 50%, 75% e a testemunha alimentada com pasta candi. A avaliação da toxicidade foi feita avaliando o tempo de sobrevivência do inseto em cada unidade experimental. Todos os tratamentos não apresentaram diferença significativa (p=0,1973ns), as abelhas apresentaram um tempo médio de sobrevivência de 25 dias. Em campo, o suplemento foi aplicado e comparado com outro suplemento a base de extrato de soja e colmeias alimentadas com alimento energético, xarope de açúcar. Ambos os suplementos proteicos foram ajustados para um percentual de aproximadamente 22% de proteínas e o suplemento proteico a base de farinha de vagens de algaroba apresentou um valor médio de desenvolvimento de área de cria de 370,8 cm2, seguido das colônias alimentadas com suplemento a base de soja, 307,6 cm2. O grupo controle apresentou valores inferiores, 246,8 cm2 . O suplemento nutricional proteico a base de algaroba e proteína microbiana foi eficiente para garantir a dinâmica de funcionamento das colmeias de abelhas africanizadas no período de escassez de florada no campo, colaborando para a manutenção dos enxames no período de estiagem.