A (in)constitucionalidade dos requisitos para esterilizarão voluntária : análise jurídica sob a ótica da mulher cisgênero.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/32477 |
Resumo: | O presente estudo tem como objetivo investigar a constitucionalidade dos requisitos exigidos na lei n° 9.263/96 para realizar a esterilização voluntária, no tocante ao art. 226, §7, CF, principalmente no que afeta a mulher cis, considerando a ausência de igualdade material na lei de planejamento familiar. Primeiramente, serão analisados os principais elementos para o entendimento da questão, onde será feito uma breve apresentação de que modo surgiu o termo no Brasil, como também, os desdobramentos jurídicos desde que este conceito surgiu no Brasil. Além disso,discorreremos sobre de que maneira é realizada a laqueadura tubária e a vasectomia, para que se alcance a esterilização voluntária e seu amparo legal, assim como, os direitos reprodutivos e sexuais garantidos na CF/88. Nesse sentido, serão examinados os requisitos que ainda estão em vigor, dispostos na lei n°9263/96 (lei de planejamento familiar) para que se realize esterilização, além de novas alterações advindas com a lei n° 14.443/2022, cuja vigência terá início em março deste ano. Embora uma das alterações tenha sido a retirada da autorização expressa do cônjuge, não houve mudanças consideráveis quanto à constitucionalidade dos pressupostos para que se consiga a esterilização. O que justifica a relevância desse trabalho em debater a atuação do Estado na autonomia privada no Direito de famílias, a autonomia reprodutiva da mulher e seu direito de não procriar. Para tanto, o estudo adotou o método dedutivo, por meio de uma avaliação qualitativa, utilizandose de pesquisas bibliográficas documental de caráter exploratório, visando reunir argumentos jurídicos acerca da incompatibilidade constitucional, no que tange aos requisitos para esterilização voluntária. Decerto, evidenciouse, com base nos princípios da dignidade da pessoa humana, no livre planejamento familiar, na autonomia privada, na liberdade sexual e no direito de dispor sobre o próprio corpo, que à luz da Constituição, a capacidade civil plena e a manifestação de vontade são os únicos critérios admissíveis, como pressuposto para realizar a esterilização voluntária. |
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A (in)constitucionalidade dos requisitos para esterilizarão voluntária : análise jurídica sob a ótica da mulher cisgênero.The (un)constitutionality of requirements for voluntary sterilization: legal analysis from the perspective of cisgender women.Direitos FundamentaisPlanejamento FamiliarEsterilização VoluntáriaAutodeterminaçãoInconstitucionalidadeFundamental rightsFamily PlanningSterilization VolunteerSelf-determinationUnconstitutionalityDireitoO presente estudo tem como objetivo investigar a constitucionalidade dos requisitos exigidos na lei n° 9.263/96 para realizar a esterilização voluntária, no tocante ao art. 226, §7, CF, principalmente no que afeta a mulher cis, considerando a ausência de igualdade material na lei de planejamento familiar. Primeiramente, serão analisados os principais elementos para o entendimento da questão, onde será feito uma breve apresentação de que modo surgiu o termo no Brasil, como também, os desdobramentos jurídicos desde que este conceito surgiu no Brasil. Além disso,discorreremos sobre de que maneira é realizada a laqueadura tubária e a vasectomia, para que se alcance a esterilização voluntária e seu amparo legal, assim como, os direitos reprodutivos e sexuais garantidos na CF/88. Nesse sentido, serão examinados os requisitos que ainda estão em vigor, dispostos na lei n°9263/96 (lei de planejamento familiar) para que se realize esterilização, além de novas alterações advindas com a lei n° 14.443/2022, cuja vigência terá início em março deste ano. Embora uma das alterações tenha sido a retirada da autorização expressa do cônjuge, não houve mudanças consideráveis quanto à constitucionalidade dos pressupostos para que se consiga a esterilização. O que justifica a relevância desse trabalho em debater a atuação do Estado na autonomia privada no Direito de famílias, a autonomia reprodutiva da mulher e seu direito de não procriar. Para tanto, o estudo adotou o método dedutivo, por meio de uma avaliação qualitativa, utilizandose de pesquisas bibliográficas documental de caráter exploratório, visando reunir argumentos jurídicos acerca da incompatibilidade constitucional, no que tange aos requisitos para esterilização voluntária. Decerto, evidenciouse, com base nos princípios da dignidade da pessoa humana, no livre planejamento familiar, na autonomia privada, na liberdade sexual e no direito de dispor sobre o próprio corpo, que à luz da Constituição, a capacidade civil plena e a manifestação de vontade são os únicos critérios admissíveis, como pressuposto para realizar a esterilização voluntária.The present study aims to investigate the constitutionality of the requirements required by law n° 9.263/96 to carry out voluntary sterilization, with regard to art.226, §7, CF, mainly in what affects the cis woman, considering the absence of substantive equality in family planning law. First, we will analyze the main elements for understanding the issue, where a brief presentation will be made of how the term in Brazil, as well as the legal developments since the term emerged in Brazil. In addition, we will discuss how tubal ligation and vasectomy are performed, which are scientifically accepted methods in Brazil to achieve voluntary sterilization and its legal protection, as well as the reproductive and sexual rights guaranteed by our national legislation. We will examine the requirements that are still in force, set out in Law Nº. 9263/96 (Family Planning Law) for sterilization to take place, in addition to new changes arising from Law Nº. 14.443/2022 that will begin to be applied from March, although one of the major changes was the withdrawal of the spouse's express authorization, there were no considerable changes regarding the constitutionality of the assumptions for achieving sterilization. Which justifies the relevance of this work in debating the role of the State in family law and the negative contributions of the referenced conditions, in the reproductive autonomy of women and their right not to procreate. To this end, the study used a basic strategy that adopted the deductive method, through a qualitative assessment, using bibliographical and documentary research of an exploratory nature, aiming to gather legal arguments about the constitutional incompatibility, with regard to the requirements for voluntary sterilization. It certainly showed, based on the principles of human dignity, free family planning, private autonomy, sexual freedom and the right to dispose of one's own body, that in the light of the Constitution, full civil capacity and the expression of will are the only admissible criteria, as a prerequisite for carrying out voluntary sterilization.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Ciências Jurídicas e Sociais - CCJSUFCGBRITO, Rose Dayanne Santos de.BRITO, R. D. S.http://lattes.cnpq.br/0130379934019601SILVA, Bianca Raquel de Lima.2023-02-232023-10-30T17:45:05Z2023-10-302023-10-30T17:45:05Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/32477SILVA, Bianca Raquel de Lima. A (in)constitucionalidade dos requisitos para esterilizarão voluntária : análise jurídica sob a ótica da mulher cisgênero. 2023. 57fl. - Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais- Direito). Centro de Ciências Jurídicas e Sociais, Universidade Federal de Campina Grande. – Sousa/PB- Brasil, 2023. 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O presente estudo tem como objetivo investigar a constitucionalidade dos requisitos exigidos na lei n° 9.263/96 para realizar a esterilização voluntária, no tocante ao art. 226, §7, CF, principalmente no que afeta a mulher cis, considerando a ausência de igualdade material na lei de planejamento familiar. Primeiramente, serão analisados os principais elementos para o entendimento da questão, onde será feito uma breve apresentação de que modo surgiu o termo no Brasil, como também, os desdobramentos jurídicos desde que este conceito surgiu no Brasil. Além disso,discorreremos sobre de que maneira é realizada a laqueadura tubária e a vasectomia, para que se alcance a esterilização voluntária e seu amparo legal, assim como, os direitos reprodutivos e sexuais garantidos na CF/88. Nesse sentido, serão examinados os requisitos que ainda estão em vigor, dispostos na lei n°9263/96 (lei de planejamento familiar) para que se realize esterilização, além de novas alterações advindas com a lei n° 14.443/2022, cuja vigência terá início em março deste ano. Embora uma das alterações tenha sido a retirada da autorização expressa do cônjuge, não houve mudanças consideráveis quanto à constitucionalidade dos pressupostos para que se consiga a esterilização. O que justifica a relevância desse trabalho em debater a atuação do Estado na autonomia privada no Direito de famílias, a autonomia reprodutiva da mulher e seu direito de não procriar. Para tanto, o estudo adotou o método dedutivo, por meio de uma avaliação qualitativa, utilizandose de pesquisas bibliográficas documental de caráter exploratório, visando reunir argumentos jurídicos acerca da incompatibilidade constitucional, no que tange aos requisitos para esterilização voluntária. Decerto, evidenciouse, com base nos princípios da dignidade da pessoa humana, no livre planejamento familiar, na autonomia privada, na liberdade sexual e no direito de dispor sobre o próprio corpo, que à luz da Constituição, a capacidade civil plena e a manifestação de vontade são os únicos critérios admissíveis, como pressuposto para realizar a esterilização voluntária. |
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