Infecção experimental por leptospira sp. em ovinos deslanados da Raça Santa Inês e mestiços no Semiárido Nordestino.
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25563 |
Resumo: | A maioria das informações sobre a leptospirose foi obtida a partir de infecções experimentais com roedores, que, apesar de relevantes, não fornecem todas as respostas sobre a patogênese da doença nos animais e seres humanos. Sabe-se que para avançar no controle e na prevenção da leptospirose é necessário conhecer melhor a interação existente entre o agente e cada hospedeiro animal. Dessa forma, buscou-se contribuir para a compreensão da interação hospedeiro-parasita, transmissão da doença e o papel portador dos ovinos da raça Santa Inês e mestiços experimentalmente infectados por Leptospira sp., assim como registrar alterações clínicas e hemato-bioquímicas que possam auxiliar no diagnóstico prévio da doença nessa espécie. Para isso, esta é composta de três capítulos. No Capítulo I foi realizada uma infecção experimental com Leptospira interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki em ovelhas, buscando analisar um modelo natural de infecção e o comportamento da interação agente-hospedeiro de acordo com a raça de ovelhas desafiadas. No total, 12 ovelhas foram utilizadas, sendo seis mestiças e seis da raça Santa Inês. As ovelhas foram comparadas com base na sorologia, diagnóstico molecular e microbiológico. No Capítulo II, objetivou-se reproduzir a doença aguda em ovelhas da raça Santa Inês e mestiças por meio da inoculação por via intraperitoneal de L. interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki, verificando possíveis diferenças na resposta à infecção nas ovelhas desafiadas. No total, 10 ovelhas foram utilizadas, sendo cinco mestiças e cinco da raça Santa Inês. As ovelhas foram comparadas com base na sorologia, diagnóstico molecular e microbiológico. No Capítulo III, procurou-se determinar a influência da infecção por L. interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki nos parâmetros clínicos e hemato-bioquímicos de acordo com a via de inoculação e a raça de ovelhas experimentalmente infectadas. Utilizou-se 24 ovelhas para realização deste experimento, estas foram divididas igualmente em dois grupos: mestiças (grupo A) e Santa Inês (grupo B). Em ambos os grupos os animais foram desafiados por via intraperitoneal ou por via conjuntival. As ovelhas foram comparadas com base nos sinais clínicos, hemograma, bioquímica sérica e urinálise. Tanto a via conjuntival como a via intraperitoneal foram eficientes em reproduzir a infecção nas ovelhas infectadas, mas a via intraperitoneal apresentou alterações mais contundentes nos parâmetros hematológicos e bioquímicos. Os ovinos da raça Santa Inês apresentaram maior concentração e duração dos títulos. Nenhuma ovelha apresentou sinais clínicos compatíveis com a infecção por Leptospira sp, portanto a avaliação clínica se mostrou insuficiente para determinar com confiança animais infectados. Os achados enfatizam a importância do trato genital como um local extra urinário de infecção e indicam a possibilidade de transmissão venérea na espécie. É possível que tanto as ovelhas da raça Santa Inês como as mestiças possam exercer uma relação de resistência e serem capazes de participar na transmissão de cepas do sorogrupo Pomona, sendo que as mestiças parecem ser mais resistentes à infecção. |
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Infecção experimental por leptospira sp. em ovinos deslanados da Raça Santa Inês e mestiços no Semiárido Nordestino.Experimental infection by leptospira sp. in Santa Inês and crossbred sheep in the Northeastern semi-arid region.Infecção experimental - ovinosOvinos deslanados - infecção experimentalOvinos Santa Inês - infecção experimental por Leptospira spLeptospira sp - ovinosSemiárido Nordestino - ovinos - infecção por Leptospira spLeptospirose - ovinosTransmissão venéreaExperimental infection - sheepFleece sheep - experimental infectionSanta Inês sheep - experimental infection by Leptospira spLeptospira sp - sheepNortheastern semiarid - sheep - Leptospira sp infectionLeptospirosis - sheepVenereal transmissionMedicina VeterináriaA maioria das informações sobre a leptospirose foi obtida a partir de infecções experimentais com roedores, que, apesar de relevantes, não fornecem todas as respostas sobre a patogênese da doença nos animais e seres humanos. Sabe-se que para avançar no controle e na prevenção da leptospirose é necessário conhecer melhor a interação existente entre o agente e cada hospedeiro animal. Dessa forma, buscou-se contribuir para a compreensão da interação hospedeiro-parasita, transmissão da doença e o papel portador dos ovinos da raça Santa Inês e mestiços experimentalmente infectados por Leptospira sp., assim como registrar alterações clínicas e hemato-bioquímicas que possam auxiliar no diagnóstico prévio da doença nessa espécie. Para isso, esta é composta de três capítulos. No Capítulo I foi realizada uma infecção experimental com Leptospira interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki em ovelhas, buscando analisar um modelo natural de infecção e o comportamento da interação agente-hospedeiro de acordo com a raça de ovelhas desafiadas. No total, 12 ovelhas foram utilizadas, sendo seis mestiças e seis da raça Santa Inês. As ovelhas foram comparadas com base na sorologia, diagnóstico molecular e microbiológico. No Capítulo II, objetivou-se reproduzir a doença aguda em ovelhas da raça Santa Inês e mestiças por meio da inoculação por via intraperitoneal de L. interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki, verificando possíveis diferenças na resposta à infecção nas ovelhas desafiadas. No total, 10 ovelhas foram utilizadas, sendo cinco mestiças e cinco da raça Santa Inês. As ovelhas foram comparadas com base na sorologia, diagnóstico molecular e microbiológico. No Capítulo III, procurou-se determinar a influência da infecção por L. interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki nos parâmetros clínicos e hemato-bioquímicos de acordo com a via de inoculação e a raça de ovelhas experimentalmente infectadas. Utilizou-se 24 ovelhas para realização deste experimento, estas foram divididas igualmente em dois grupos: mestiças (grupo A) e Santa Inês (grupo B). Em ambos os grupos os animais foram desafiados por via intraperitoneal ou por via conjuntival. As ovelhas foram comparadas com base nos sinais clínicos, hemograma, bioquímica sérica e urinálise. Tanto a via conjuntival como a via intraperitoneal foram eficientes em reproduzir a infecção nas ovelhas infectadas, mas a via intraperitoneal apresentou alterações mais contundentes nos parâmetros hematológicos e bioquímicos. Os ovinos da raça Santa Inês apresentaram maior concentração e duração dos títulos. Nenhuma ovelha apresentou sinais clínicos compatíveis com a infecção por Leptospira sp, portanto a avaliação clínica se mostrou insuficiente para determinar com confiança animais infectados. Os achados enfatizam a importância do trato genital como um local extra urinário de infecção e indicam a possibilidade de transmissão venérea na espécie. É possível que tanto as ovelhas da raça Santa Inês como as mestiças possam exercer uma relação de resistência e serem capazes de participar na transmissão de cepas do sorogrupo Pomona, sendo que as mestiças parecem ser mais resistentes à infecção.Most of the information on leptospirosis was obtained from experimental rodent infections, which, while relevant, do not provide all the answers about the pathogenesis of the disease in animals and humans. It is known that to advance in the control and prevention of leptospirosis it is necessary to know better on the interaction between the agent and each animal host. Thus, we sought to contribute to the understanding of host-parasite interaction, disease transmission and the carrier role of Santa Inês and crossbred sheep experimentally infected with Leptospira sp., as well as to register clinical and hemato-biochemical changes that may help in the previous diagnosis of the disease in this species. For this purpose, this Thesis is composed of three chapters. In Chapter I an experimental infection with Leptospira interrogans serogroup Pomona serovar Kennewicki was carried out in sheep, seeking to analyze a natural model of infection and the behavior of the agent-host interaction according to the breed of challenged sheep. In total, 12 sheep were used, six crossbred and six Santa Inês breed. The ewes were compared on the basis of serology, molecular and microbiological diagnosis. In Chapter II, the objective of the study was to reproduce the acute disease in Santa Inês sheep and crossbred ewes by intraperitoneal inoculation of L. interrogans serogroup Pomona serovar Kennewicki, verifying possible differences in response to infection in challenged ewes. In total, 10 ewes were used, five crossbred and five Santa Ines. The ewes were compared on the basis of serology, molecular and microbiological diagnosis. In Chapter III, the influence of infection by L. interrogans serogroup Pomona serovar Kennewicki on clinical and haematobiochemical parameters was determined according to the route of inoculation and the breed of experimentally infected sheep. Twenty-four sheep were used to carry out this experiment, which were divided into two groups: crossbred (group A) and Santa Inês (group B). In both groups the animals were challenged intraperitoneally and conjunctivally. The ewes were compared on the basis of clinical signs, blood count, serum biochemistry and urinalysis. Both the conjunctival and intraperitoneal routes were efficient in reproducing the infection in the infected sheep, but the intraperitoneal route presented more strong alterations in hematological and biochemical parameters. Santa Inês sheep presented higher concentration and duration of the antibody titers. No sheep presented clinical signs compatible with Leptospira sp. infection, so clinical evaluation was insufficient to reliably determine infected animals. The findings emphasize the importance of the genital tract as an extra urinary infection site and indicate the possibility of venereal transmission in the species. It is possible that both Santa Inês and crossbred sheep can exercise a resistance relationship and be able to participate in the transmission of strains of the Pomona serogroup, with the crossbred sheep seeming to be more resistant to infection.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTRPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMALUFCGALVES, Clebert José.ALVES, C. J.http://lattes.cnpq.br/1073151883256954AZEVEDO, Sergio Santos de.AZEVEDO, S. S.HIGINO, Severino Silvano dos Santos.HIGINO, S. S. S.VASCONCELOS, Silvio Arruda.VASCONCELOS, S. A.ALVES, Francisco Selmo Fernandes.ALVES, F. S. F.COSTA, Diego Figueiredo da.20192022-06-08T17:11:21Z2022-06-082022-06-08T17:11:21Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25563COSTA, Diego Figueiredo da. Infecção experimental por leptospira sp. em ovinos deslanados da Raça Santa Inês e mestiços no Semiárido Nordestino. 2019. 77f. (Tese de Doutorado), Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande - Patos - Paraíba - Brasil, 2019. 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A maioria das informações sobre a leptospirose foi obtida a partir de infecções experimentais com roedores, que, apesar de relevantes, não fornecem todas as respostas sobre a patogênese da doença nos animais e seres humanos. Sabe-se que para avançar no controle e na prevenção da leptospirose é necessário conhecer melhor a interação existente entre o agente e cada hospedeiro animal. Dessa forma, buscou-se contribuir para a compreensão da interação hospedeiro-parasita, transmissão da doença e o papel portador dos ovinos da raça Santa Inês e mestiços experimentalmente infectados por Leptospira sp., assim como registrar alterações clínicas e hemato-bioquímicas que possam auxiliar no diagnóstico prévio da doença nessa espécie. Para isso, esta é composta de três capítulos. No Capítulo I foi realizada uma infecção experimental com Leptospira interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki em ovelhas, buscando analisar um modelo natural de infecção e o comportamento da interação agente-hospedeiro de acordo com a raça de ovelhas desafiadas. No total, 12 ovelhas foram utilizadas, sendo seis mestiças e seis da raça Santa Inês. As ovelhas foram comparadas com base na sorologia, diagnóstico molecular e microbiológico. No Capítulo II, objetivou-se reproduzir a doença aguda em ovelhas da raça Santa Inês e mestiças por meio da inoculação por via intraperitoneal de L. interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki, verificando possíveis diferenças na resposta à infecção nas ovelhas desafiadas. No total, 10 ovelhas foram utilizadas, sendo cinco mestiças e cinco da raça Santa Inês. As ovelhas foram comparadas com base na sorologia, diagnóstico molecular e microbiológico. No Capítulo III, procurou-se determinar a influência da infecção por L. interrogans sorogrupo Pomona sorovar Kennewicki nos parâmetros clínicos e hemato-bioquímicos de acordo com a via de inoculação e a raça de ovelhas experimentalmente infectadas. Utilizou-se 24 ovelhas para realização deste experimento, estas foram divididas igualmente em dois grupos: mestiças (grupo A) e Santa Inês (grupo B). Em ambos os grupos os animais foram desafiados por via intraperitoneal ou por via conjuntival. As ovelhas foram comparadas com base nos sinais clínicos, hemograma, bioquímica sérica e urinálise. Tanto a via conjuntival como a via intraperitoneal foram eficientes em reproduzir a infecção nas ovelhas infectadas, mas a via intraperitoneal apresentou alterações mais contundentes nos parâmetros hematológicos e bioquímicos. Os ovinos da raça Santa Inês apresentaram maior concentração e duração dos títulos. Nenhuma ovelha apresentou sinais clínicos compatíveis com a infecção por Leptospira sp, portanto a avaliação clínica se mostrou insuficiente para determinar com confiança animais infectados. Os achados enfatizam a importância do trato genital como um local extra urinário de infecção e indicam a possibilidade de transmissão venérea na espécie. É possível que tanto as ovelhas da raça Santa Inês como as mestiças possam exercer uma relação de resistência e serem capazes de participar na transmissão de cepas do sorogrupo Pomona, sendo que as mestiças parecem ser mais resistentes à infecção. |
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