Caracterização clínica epidemiológica dos pacientes com hanseníase acometidos por incapacidade física no nordeste brasileiro.

• Autor(a) principal: AZEVEDO, Karina Felipe de.
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/6830
• topic: Hanseníase; Epidemiologia; Pessoas com deficiência; Leprosy; Epidemiology; Disabled people; Lepra; Personas con deficiencia; Epidemiologia

A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa crônica granulomatosa que acomete a pele e os nervos periféricos e com período de incubação prolongado. Quando não diagnosticada e tratada de maneira correta, evolui para incapacidades e deformidades físicas, que levam à diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos. Objetivo: Descrever as características sócias demográficas e clínica epidemiológicas dos pacientes acometidos por incapacidades físicas no momento do diagnóstico no nordeste brasileiro. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo, e de natureza quantitativa, onde foram analisados os casos de hanseníase diagnosticados e notificados no período de 2010 a 2015 que apresentaram incapacidade física no momento do diagnóstico. Resultados: No período considerado para o estudo, 2010 a 2015, foram notificados 84.030 casos novos de hanseníase, entre aqueles com grau de incapacidade avaliado, 30,1% apresentaram grau 2 de incapacidade. Foi possível observar melhora em números absolutos do quadro endêmico da doença, sendo 15.066 casos registrados em 2010, e 13.041 em 2015, sendo visualizada também a diminuição da incapacidade física no diagnóstico. E entre os casos novos diagnosticados com incapacidade, observa-se predomínio do sexo masculino (62,1%), pardos e negros (79,3%), com faixa etária acima de 65 anos (22,4%), moradores de zona urbana (79,0%), grau de escolaridade, ensino fundamental (60,0%), forma clinica dimorfa (50,8%) e virchowiana (29,0%), classificação operacional multibacilar (82,8%), e modo de detecção prevalente por encaminhamento médico (52,7%). Conclusão: Observa-se no geral o predomínio da doença entre as pessoas mais vulneráveis socialmente: negros, pessoas de baixa escolaridade, idosos, o que reafirma a classificação da hanseníase como negligenciada e associada à pobreza. Conhecer o perfil epidemiológico dos usuários acometidos de incapacidade no diagnóstico de hanseníase é de suma importância, pois possibilita vigilância maior diante dos grupos. O diagnóstico precoce dos casos e a facilitação do acesso ao tratamento a todos os pacientes vêm se mostrando a melhor maneira de controlar a evolução da doença, para isto a capacitação de profissionais é imprescindível, melhorando a organização do processo de trabalho de vigilância nos territórios de saúde.