Nas Ondas da Canção: as metáforas de cura no discurso neopentecostal brasileiro.

• Autor(a) principal: BRITTO, Roseane Alves.
• Data de Publicação: 2008
• Outros Autores: OLIVEIRA, Iranilson Buriti de.
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36422
• topic: Evangélicos; Discurso neopentecostal; Música gospel; Cura - música evangélica; Neopentecostalismo; Metáforas de cura - evngélicos; Evangelicals; Neo-Pentecostal discourse; Gospel music; Healing - evangelical music; Neo-Pentecostalism; Healing metaphors - evangelicals; História.

A letra da música gospel acima representa um pouco do que iremos discutir neste texto, a saber, as apropriações pelos grupos (neo)pentecostais das metáforas de cura em suas ministrações e louvor. Como recorte para este artigo, tomaremos como fonte principalmente as canções dos grupos (neo)pentecostais, cuja narrativa está pautada por códigos e conceitos vindos do discurso médico, algo cada vez mais presente nos ambientes evangélicos, em seus cultos de pregação, em avanços missionários, em acampamentos e encontros das igrejas e noutros espaços nos quais se reúnem. A letra das músicas será analisada como um discurso possuidor de óticas particulares, um ato histórico fundador de sentidos e instaurador de verdades. Segundo Michel de Certeau, “o discurso, hoje, não pode ser desligado de sua produção, tampouco o pode ser a práxis política, econômica ou religiosa, que muda as sociedades” (2000, p. 41). Apesar da ênfase da cura não ser algo novo, pois desde o Antigo Testamento a nação judaica lança mão da cura divina, foi no século XX, principalmente a partir da emergência dos pentecostais, que o vocabulário dos pregadores e compositores passou a enfatizar, cada vez mais, a cura do corpo e, com o advento do neopentecostalismo, a cura das emoções ganhou estatuto de verdade.