Naná e o Livro das Cortesãs: um elo possível entre literatura e história (?).

• Autor(a) principal: ARAÚJO, Tarcilo José de Arruda Medeiros.
• Data de Publicação: 2008
• Outros Autores: LEAL, Cibelle Jovem., MEDEIROS, Manuela Aguiar Araújo.
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36352
• topic: Literatura e História; História e Literatura; Livro das Cortesãs; Cortesãs; Naná - Livro das Cortesãs; Emile Zola; Literatura francesa; Literature and History; History and Literature; Book of Courtesans; Courtesans; Naná - Book of Courtesans; French literature; História.

Ao se trabalhar com uma obra literária utilizando esta como fonte histórica é necessário discutir a relação entre história e literatura. Relação que vem se embrenhando no meio acadêmico, a partir das considerações acerca da escrita “fictícia” (literária) e da escrita “verídica” (histórica). Dentro dessa discussão a vertente pós-estruturalista considera que a história enquanto uma “arte” não estaria muito distante da literatura, já que antes se tratavam de um saber unívoco, ou seja, uma arte homogênea que associava veracidade e relatos “fantásticos”. [...] Por tanto, devemos recorrer aos textos literários como testemunhos sem, no entanto querer absorver deles nenhuma verdade única e absoluta, mas tentando produzir uma historia-arte, que nos possibilitem ter outras visões que vão além de uma realidade concreta e material, penetrando no mundo das subjetividades. E assim, construímos realmente uma “nova historia”. É por essa “nova história” que nos dedicamos a analisar uma obra literária. Mas, também, ter uma visão mais apurada de como era a vida e de como as mulheres que não submetiam ao padrão moral da Belle Époque se sentiam, desenhando formas de vida subversivas e transformadoras de valores, as quais com suas artimanhas ludibriavam as regras que que lhes eram impostas, tendo o seu corpo como um instrumento poderoso na prática da sedução.