Violência obstétrica: características do modelo assistencial, conhecimento e percepção das mulheres internadas em uma maternidade-escola do Nordeste do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Letícia Cazuza.
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30654
Resumo: Introdução: A violência obstétrica (VO) agrupa todas as formas de maus tratos físicos, psicológicos ou verbais que possam ocorrer durante a assistência ao parto. É um atentado aos direitos da mulher e à autonomia sobre o próprio corpo, que pode gerar danos permanentes associados ao parto. Objetivo: determinar características do modelo de assistência ao parto, situações que podem provocar sofrimento para a mulher durante o trabalho de parto, conhecimento e frequência de VO conforme percebida pela parturiente em uma maternidadeescola do Nordeste do Brasil. Métodos: Foi realizado estudo transversal descritivo no qual foram estudadas 310 mulheres que tiveram o parto assistido no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), no puerpério há até 48 horas, durante o mês de março de 2016. Avaliaramse características biológicas, sociodemográficas, obstétricas, da assistência ao parto, da percepção e do conhecimento sobre VO. Os dados foram introduzidos no programa EpiInfo 7.1.5 e MedCalc 12.1 e foi feita análise estatística descritiva. Resultados: encontrou-se predominância de mulheres adultas jovens, com ensino médio incompleto, renda familiar inferior a um salário mínimo, desempregadas, não brancas. Delas, 99% realizaram pré-natal. Havia vaga na sala de pré-parto para 78%; foi permitido acompanhante para 88,7%; apenas 24,2% obtiveram método de alívio da dor; dentre elas 55,4% foram submetidas a partos cesáreos; porém 59,8% não sabiam a indicação da cirurgia; dentre os partos normais 80,4% foram em posição de litotomia e 40,5% das mulheres estavam em jejum; houve uso de ocitocina em 36,1% dos casos e amniotomia em 27,1%. A taxa de episiotomia entre os partos normais foi 7,9%. Somente 26,7% conhecia o termo “violência obstétrica”; e 3,2% do total consideraram ter sofrido maus tratos. Conclusão: um percentual importante de mulheres ainda são vítimas de VO sem ter conhecimento do fato. A maternidade ainda é falha em proporcionar atendimento plenamente humanizado, necessitando dar ênfase a ações comprovadamente benéficas à gestante.
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É um atentado aos direitos da mulher e à autonomia sobre o próprio corpo, que pode gerar danos permanentes associados ao parto. Objetivo: determinar características do modelo de assistência ao parto, situações que podem provocar sofrimento para a mulher durante o trabalho de parto, conhecimento e frequência de VO conforme percebida pela parturiente em uma maternidadeescola do Nordeste do Brasil. Métodos: Foi realizado estudo transversal descritivo no qual foram estudadas 310 mulheres que tiveram o parto assistido no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), no puerpério há até 48 horas, durante o mês de março de 2016. Avaliaramse características biológicas, sociodemográficas, obstétricas, da assistência ao parto, da percepção e do conhecimento sobre VO. Os dados foram introduzidos no programa EpiInfo 7.1.5 e MedCalc 12.1 e foi feita análise estatística descritiva. Resultados: encontrou-se predominância de mulheres adultas jovens, com ensino médio incompleto, renda familiar inferior a um salário mínimo, desempregadas, não brancas. Delas, 99% realizaram pré-natal. Havia vaga na sala de pré-parto para 78%; foi permitido acompanhante para 88,7%; apenas 24,2% obtiveram método de alívio da dor; dentre elas 55,4% foram submetidas a partos cesáreos; porém 59,8% não sabiam a indicação da cirurgia; dentre os partos normais 80,4% foram em posição de litotomia e 40,5% das mulheres estavam em jejum; houve uso de ocitocina em 36,1% dos casos e amniotomia em 27,1%. A taxa de episiotomia entre os partos normais foi 7,9%. Somente 26,7% conhecia o termo “violência obstétrica”; e 3,2% do total consideraram ter sofrido maus tratos. Conclusão: um percentual importante de mulheres ainda são vítimas de VO sem ter conhecimento do fato. A maternidade ainda é falha em proporcionar atendimento plenamente humanizado, necessitando dar ênfase a ações comprovadamente benéficas à gestante.Introduction: Obstetric violence (OV) groups all forms of physical, psychological or verbal abuse that may occur during childbirth care. It is a violation of women's rights and autonomy over their own bodies, which can cause permanent damage associated with childbirth. Objective: To determine characteristics of the delivery care model, situations that may cause suffering to women during labor, knowledge and frequency of OV as perceived by the woman in a maternity hospital in northeastern of Brazil. Methods: We performed a descriptive crosssectional study in which they studied 310 women who had delivered at the Institute de Saúde Elpidio de Almeida (ISEA), on puerperium until 48 hours, during March 2016. Biological, sociodemographic, obstetric, childbirth care, the perception and knowledge of VO were evaluated. Data were entered into Epi Info 7.1.5 program and MedCalc 12.1 and was made descriptive statistical analysis. Results: There was a predominance of young adult women with incomplete secondary education, family income below the minimum wage, unemployed, not white. 99% received prenatal care. There were bed in the labor room to 78%; companion was allowed to 88.7%; 24.2% had pain relief method; 55.4% were cesarean deliveries; 59.8% did not know the indication of surgery; 80.4% of normal deliveries were in lithotomy position; 40.5% were fasting at the time of normal delivery; there was use of oxytocin in 36.1% of cases and 27.1% had amniotomy. The episiotomy rate among normal births was 7.9%. 26.7% knew the term “obstetric violence”; 3.2% considered to have suffered illtreatment. Conclusion: women are still victims of OV without knowing it. The hospital still fails to provide fully humanized care, needing to emphasize proven beneficial acts for pregnant women.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBSUFCGAMORIM, Melania Maria Ramos.AMORIM, M. M. R.http://lattes.cnpq.br/5713345383835064MACEDO, Lorena Carneiro de.MACEDO, L. C.http://lattes.cnpq.br/7943547579851848GAUDÊNCIO, Edmundo de Oliveira.GAUDÊNCIO, E. O.DANTAS, Déborah Rose Galvão.DANTAS, D. R. G.NASCIMENTO, Letícia Cazuza.20162023-07-10T12:35:34Z2023-07-102023-07-10T12:35:34Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30654NASCIMENTO, Letícia Cazuza; SANTIAGO, Thiago Assis Ferreira. Violência obstétrica: características do modelo assistencial, conhecimento e percepção das mulheres internadas em uma maternidade-escola do Nordeste do Brasil. 2016. 46f. 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