Violência obstétrica na assistência ao parto e puerpério em mulheres internadas em uma maternidade-escola do Nordeste do Brasil: estudo transversal.
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30652 |
Resumo: | A violência obstétrica caracteriza-se pela apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde, através do tratamento desumanizado, abuso da medicalização e patologização dos processos naturais, causando a perda da autonomia e da capacidade de decidir livremente sobre seus corpos e sexualidade, impactando negativamente na qualidade de vida das mulheres. Objetivo: determinar a frequência de violência obstétrica na assistência ao parto e puerpério e os fatores associados com sua ocorrência em mulheres internadas em uma maternidade-escola do Nordeste do Brasil. Métodos: foi realizado um estudo transversal avaliando 310 mulheres que tiveram o parto assistido no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), em Campina Grande – Paraíba, no período de março de 2016. Foram avaliadas características biológicas; sociodemográficas; obstétricas; da assistência ao parto; da percepção de violência obstétrica; e do conhecimento sobre violência obstétrica. Na análise dos dados, determinou-se a associação das variáveis preditoras (características biológicas, sociodemográficas, obstétricas e da assistência ao parto) com a violência obstétrica, sendo adotado o nível de significância de 5%. Foram calculadas a Razão de Prevalência (RP) e o seu Intervalo de Confiança a 95% (IC 95% para avaliar a força da associação entre as variáveis independentes (preditoras) e a variável dependente (violência obstétrica). Resultados: a taxa de violência obstétrica percebida pelas mulheres foi baixa (3,2%), porém foi encontrada uma taxa elevada de práticas e procedimentos como jejum (40,6%), soro com ocitocina (36,1%), amniotomia (27,1%), bem como relatos de episiotomia (8,0%) e manobra de Kristeller (13,8%) sem indicações descritas em prontuário. Deste modo, foi encontrada uma frequência de violência obstétrica de 35,5% após análise dos pesquisadores sobre a assistência oferecida. A ocorrência de violência obstétrica se mostrou significativamente associada na análise bivariada com o parto normal (p<0,0001). Conclusão: foi encontrada associação de violência obstétrica com o parto normal (p<0,0001). Conscientizar as mulheres e incentivar o empoderamento feminino é importante para permitir que se apropriem de informações sobre a assistência ao parto e possam perceber os abusos e maus tratos de que podem ser vítimas. Promover e disseminar as boas práticas baseadas em evidências podem ser estratégias para o combate da violência obstétrica, abandonando-se procedimentos e rotinas obstétricas obsoletas e/ou desnecessárias. |
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