Agricultura familiar e conflitos ambientais : contradições entre a legislação ambiental e as estratégias produtivas de Ribeirinhos na bacia hidrográfica dos Rios Piancó-Piranhas-Açu.

• Autor(a) principal: FERREIRA, Laiany Tássila.
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25778
• topic: Recursos Hídricos; Recursos Naturais - Manejo; Agricultura Familiar; Conflitos Ambientais; Water Resources; Natural Resources - Management; Family Farming; Environmental Conflicts; Recursos Florestais e Engenharia Florestal.

Esse trabalho teve por finalidade analisar as práticas agropecuarias de agricultores familiares ribeirinhos, na microrregião de Sousa (PB) e no municipio de Coremas (PB), entre as décadas de 1970 e 2010, no contexto da crise do algoadão e ascensão e crise da agricultura irrigada. A atenção dirigiu-se, especialmente, à compreensão de conflitos ocasionados por eventuais decumprimentos da legislação ambiental por parte dos agricultores familiares no ato de suas práticas produtivas. Para tanto, foi desenvolvido um aparato metodológico que envolveu, por um lado, estratégias quantitativas, para a ánalie de imagens de satélite destinadas a compreender processos de mudanças ambientais e para formulação de um perfil produtivo regional a partir de consulta ao Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA/IBGE); e, por outro, estrategias qualitativas (entrenvistas e observação participante) para apreender a percepção que os agricultores tem em relação ao uso dos recursos naturais presentes em áreras legalmente protegidas (APP e RL) e nos corpos d’água. Interpretou-se os conflitos ambientais a partir das discussões teóricas em torno dos Regimes de Propriedade, da Teoria dos Recursos Comuns e da Ecologia Política. Os resultados demonstraram que a escolha dos indivíduos em descumprir a legislação ambiental insere-se num quadro complexo que envolve a ineficiência dos órgãos na fiscalização, capacitação e divulgação de informações referentes às normas ambientais; não legitimação, perante os agricultores, dos discursos ambientais que fundamentam as leis ambientais; e a capacidade que agricultores têm de calcular racionalmente os custos e benefícios em (des)cumprir os regulamentos de proteção da natureza.