Compreensões de professoras sobre os campos de experiências presentes no currículo da educação infantil.

• Autor(a) principal: SILVA, Kellyana Ferreira da.
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28931
• topic: Compreensões docentes; Currículo; Campos de experiências; Educação Infantil; Criança; Teaching understandings; Curriculum; fields of experiences; Education Children's; Child; Comprensiones docentes; Educación Infantil; Niño; Enseigner les compréhensions; Champs d'expériences; Éducation Enfants; Enfant; Educação.

Discussão atual no marco legal brasileiro, o debate curricular pelos campos de experiências está presente na Base Nacional Comum Curricular de 2017. Impulsionada pela reflexão sobre o impacto do currículo nos significados e saberes construídos pelas crianças e suas experiências, vislumbrei o desafio de conhecer como as professoras da Educação Infantil compreendem os campos de experiências. Nessa direção, o objetivo geral desta pesquisa de mestrado, vinculada à linha de pesquisa “Práticas educativas e Diversidade”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Campina Grande, foi analisar a compreensão das professoras sobre os campos de experiências presentes no currículo da Educação Infantil. Para tanto, delineamos como objetivos específicos: a) investigar a concepção das professoras sobre o currículo na Educação Infantil; b) averiguar a compreensão das professoras sobre os campos de experiências; e c) conhecer as perspectivas de trabalho das professoras com os campos de experiências. Tema debatido em todas as etapas da educação básica, a definição de currículo está exposta a processos de rupturas e descontinuidades, que refletem relações de poder, políticas, culturas e de representatividade. A discussão da organização curricular pelos campos, por situar o currículo nas experiências das crianças em diferentes campos de conhecimento, isto é, inter-campos, modifica a ideia de conteúdo e currículo, indicando uma possibilidade de integralidade dos saberes. Seguindo o aporte teórico da perspectiva sócio-histórica, que concebe o sujeito pela relação dialética com o seu contexto social e cultural, buscamos realizar um diálogo com autores que tratam sobre currículo, campos de experiências, criança e infância. Para tanto, os dados foram construídos através de entrevista semiestruturada, vídeo-gravação, diário de bordo e áudio-gravação. As entrevistas foram realizadas com sete participantes, todas servidoras da rede pública de ensino do município de Campina Grande-PB, sendo seis professoras e uma representante da Secretaria de Educação. Para a análise das entrevistas, fizemos uso da metodologia núcleos de significação, que segue três etapas em seu processo: levantamento de pré-indicadores, sistematização de indicadores e construção dos núcleos de significação. Os dados produzidos apontam que as análises das significações nos indicam que a organização curricular pelos campos de experiências exige das professoras a articulação ampla do que seja criança, infância, currículo, BNCCEI, experiência e os próprios campos; e das instâncias educacionais que estão à frente destas profissionais, a necessidade de reflexão sobre a operacionalização dos campos, sobretudo nos planejamentos, e de meios que possam contribuir para a efetivação e a ampliação do que seja a construção dos saberes pelos campos de experiências na Educação Infantil. Estes ainda indicam que o trabalho docente pelos campos requer uma nova pedagogia que não aprisione ou fragmente a criança e que não limite a autoria docente. Para tanto, é fundamental uma pedagogia que respeite as várias maneiras como as crianças são e estão no mundo; que os interesses, experiências e reflexões delas sejam consideradas no processo de construção de conhecimento. Trata-se, portanto, de uma lacuna a ser preenchida, cuja solução depende de um conjunto de fatores que assegurem efetivamente a criança no centro do processo educativo.