O cólera nas páginas dos jornais: imprensa e epidemia na Paraíba Oitocentista.

• Autor(a) principal: MARIANO, Nayana Rodrigues Cordeiro.
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/37051
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Paraíba, 1861/62. O Cólera mais uma vez traz à tona o clima de medo para a população que vivenciou, no ano de 1856, uma crise epidêmica com um altíssimo índice de mortalidade, quase 30.000 pessoas, em uma população que não totalizava trezentos mil habitantes, gerando no imaginário dos contemporâneos uma possível aproximação com a morte, visto que, a sintomatologia que provocava e seu súbito aparecimento deixavam a população temerosa. O alto índice de vítimas foi amplamente noticiado pela imprensa. O jornal A Época, em 08 de março de 1856, diz que a mortalidade era tamanha que doentes vivos foram levados para o cemitério de Areia, e que em Pilar, a população aterrorizada fugiu, deixando para traz cadáveres em decomposição (ALMEIDA, 1978). A temática virou notícia nos periódicos paraibanos que tratavam o assunto de acordo com os princípios políticos que orientavam cada órgão. Diante desse quadro, como o poder público e a população vivenciaram cotidianamente e metaforizaram tais acontecimentos que mais uma vez assolavam a província? Algumas dessas representações podem ser analisadas a partir dos discursos proferidos pelos jornais da época. Assim, o presente texto analisa as representações sobre o Cólera a partir das produções discursivas presentes no jornal A Regeneração, que era partidário do governo Francisco de Araújo Lima, foi criado em 1861, e circulou até 1862 como “jornal político, literário, noticioso e comercial” (ARAÚJO, 1986).