A fotografia como documento da História das cidades.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34469 |
Resumo: | Oficialmente apresentada ao mundo na Academia de Ciências na França em 1839, a fotografia foi se tornando um recurso usado para registrar as transformações trazidas pelo processo de modernização ao cenário das cidades: ruas, praças, edifícios, construção de estradas de ferro, tudo era motivo para atrair o olhar dos fotógrafos pioneiros que capturavam cenas do cotidiano urbano. A partir de 1851, a Comission des Monuments Historiques, órgão responsável pelo patrimônio histórico francês, contratou fotógrafos com a finalidade de documentar fotograficamente os seus edificios mais representativos. Preocupada em obter um maior número de informações a respeito das obras históricas, a Comission determinava aos fotógrafos o que deveria constar nas fotos – imagens frontais, ausência de elementos modernos, perspectivas que favorecessem a estética ou escolha de pontos de vista que trouxessem menor distorção. Era a fotografia atuado como registro da cidade. No entanto, com base no antigo paradigma de que só se passou a ter história a partir do aparecimento da escrita, foi estabelecida toda uma tradição de se pesquisar a partir de documentos escritos. Assim, as imagens foram por muitos anos relegadas à condição de ilustração. A partir de 1929, os historiadores Marc Bloch e Lucien Fèbvre redirecionaram os estudos de reconhecimento e uso de documentos históricos, aos quais foram incluídos, entre outros, o relato oral, documentos cartoriais, diários íntimos, filmes, desenhos, discos, pintura e fotografia. Dessa forma, o conceito de documento histórico se ampliou e a fotografia passou, então, a ser oficialmente reconhecida pelo valor documental. Em decorrência das transformações físicas pelas quais passaram muitas cidades a partir do século XX, a necessidade de se construir a história do lugar e de se desenvolver estudos morfológicos retrospectivos pode encontrar um embasamento de amplo conteúdo a ser explorado em fotografias antigas de paisagens urbanas históricas. O artigo aqui apresentado procura compreender o percurso de como a fotografia, de invento tecnológico, passou a documento, abordando também as relações de proximidade da imagem fotográfica com a paisagem urbana e com a história das cidades. Para esse propósito, foi necessário entender a ampliação do conceito de documento desenvolvida pelo Movimento dos Annales até chegar, hoje, ao entendimento de que o documento se torna um monumento ao participar da construção da historiografia como propõe o historiador Jacques Le Goff. |
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