Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FREIRE, Gláucia de Souza.
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: APOLINÁRIO, Juciene Ricarte.
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35029
Resumo: Em meados do século XVIII, um grupo de indígenas Tarairiú (Xukuru e Kanindé), foi levado dos sertões ao litoral da capitania da Parahyba, mais precisamente à região de Mamanguape, onde estava situada a aldeia de Boa Vista. Esta, por sua vez, era administrada por carmelitas descalços, encarregados de controlar e manter certos comportamentos e crenças legitimadoras da ordem colonial. Contudo, as tentativas de imposição por parte dos carmelitas e as agências que acabavam por manter certas práticas, inclusive religiosas, entre este grupo de indígenas aldeados, marcavam o cotidiano em Boa Vista, onde ao mesmo tempo em que eram traçadas lutas simbólicas, ocorriam diálogos e situações de contatos interétnicos. Exemplo disso é o relato do capitão-mor da Parahyba, Pedro Monteiro de Macedo, presente em uma carta que envia ao então rei de Portugal, D. João V, acerca da prática do ritual da jurema (tinha por base o consumo de uma beberagem derivada das raízes de acácia homônima) que permanecia no aldeamento, mesmo sob os cuidados dos missionários. Não apenas permanecia, como também arregimentara alguns clérigos, que andavam a participar daquele ritual, sendo considerado de feitiçaria. Os manuscritos estão entre os documentos avulsos do Arquivo Histórico Ultramarino – correspondências referentes às capitanias da Parahyba e de Pernambuco – digitalizados pelo Projeto Resgate Barão do Rio Branco. Em um diálogo entre História e Antropologia, esta pesquisa objetiva entender as trocas simbólicas e as agências presentes entre carmelitas e indígenas Tarairiú em Mamanguape, no sentido de compreendê-las também a partir de suas sensibilidades e subjetividades.
id UFCG_b06b4d43dc6f69553b6905dfd50be87e
oai_identifier_str oai:localhost:riufcg/35029
network_acronym_str UFCG
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
repository_id_str 4851
spelling Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.About forbidden conversations: a look at the sacred Jurema ritual in eighteenth-century Parahyba.Ritual da Jurema SagradaHistória indígena da ParaíbaParaíba setecentistaRituais indígenas - JuremaCarmelitas e indígenas Tarairiú - Paraíba setecentistaContatos interétnicosIndígenas Tarairiú - Xucuru e KanindéAldeia de Boa Vista - Mamanguape - século XVIIILutas simbólicasArquivo Histórico UltramarinoHistória e AntropologiaSacred Jurema RitualIndigenous history of Paraíba18th century ParaíbaIndigenous rituals - JuremaCarmelites and Tarairiú indigenous people - 18th century ParaíbaInterethnic contactsTarairiú indigenous people - Xucuru and KanindéBoa Vista Village - Mamanguape - 18th centurySymbolic fightsOverseas Historical ArchiveHistory and AnthropologyHistória.Em meados do século XVIII, um grupo de indígenas Tarairiú (Xukuru e Kanindé), foi levado dos sertões ao litoral da capitania da Parahyba, mais precisamente à região de Mamanguape, onde estava situada a aldeia de Boa Vista. Esta, por sua vez, era administrada por carmelitas descalços, encarregados de controlar e manter certos comportamentos e crenças legitimadoras da ordem colonial. Contudo, as tentativas de imposição por parte dos carmelitas e as agências que acabavam por manter certas práticas, inclusive religiosas, entre este grupo de indígenas aldeados, marcavam o cotidiano em Boa Vista, onde ao mesmo tempo em que eram traçadas lutas simbólicas, ocorriam diálogos e situações de contatos interétnicos. Exemplo disso é o relato do capitão-mor da Parahyba, Pedro Monteiro de Macedo, presente em uma carta que envia ao então rei de Portugal, D. João V, acerca da prática do ritual da jurema (tinha por base o consumo de uma beberagem derivada das raízes de acácia homônima) que permanecia no aldeamento, mesmo sob os cuidados dos missionários. Não apenas permanecia, como também arregimentara alguns clérigos, que andavam a participar daquele ritual, sendo considerado de feitiçaria. Os manuscritos estão entre os documentos avulsos do Arquivo Histórico Ultramarino – correspondências referentes às capitanias da Parahyba e de Pernambuco – digitalizados pelo Projeto Resgate Barão do Rio Branco. Em um diálogo entre História e Antropologia, esta pesquisa objetiva entender as trocas simbólicas e as agências presentes entre carmelitas e indígenas Tarairiú em Mamanguape, no sentido de compreendê-las também a partir de suas sensibilidades e subjetividades.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20112024-03-12T00:31:49Z2024-03-112024-03-12T00:31:49Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35029FREIRE, Gláucia de Souza; APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista. In: II Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Sociedade e Cultura. GT 11 - Cultura e Sociedade na América Portuguesa. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2011. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2011. p. 1-11. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35029porFREIRE, Gláucia de Souza.APOLINÁRIO, Juciene Ricarte.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-03-12T00:32:10Zoai:localhost:riufcg/35029Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-03-12T00:32:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
dc.title.none.fl_str_mv Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
About forbidden conversations: a look at the sacred Jurema ritual in eighteenth-century Parahyba.
title Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
spellingShingle Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
FREIRE, Gláucia de Souza.
Ritual da Jurema Sagrada
História indígena da Paraíba
Paraíba setecentista
Rituais indígenas - Jurema
Carmelitas e indígenas Tarairiú - Paraíba setecentista
Contatos interétnicos
Indígenas Tarairiú - Xucuru e Kanindé
Aldeia de Boa Vista - Mamanguape - século XVIII
Lutas simbólicas
Arquivo Histórico Ultramarino
História e Antropologia
Sacred Jurema Ritual
Indigenous history of Paraíba
18th century Paraíba
Indigenous rituals - Jurema
Carmelites and Tarairiú indigenous people - 18th century Paraíba
Interethnic contacts
Tarairiú indigenous people - Xucuru and Kanindé
Boa Vista Village - Mamanguape - 18th century
Symbolic fights
Overseas Historical Archive
History and Anthropology
História.
title_short Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
title_full Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
title_fullStr Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
title_full_unstemmed Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
title_sort Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista.
author FREIRE, Gláucia de Souza.
author_facet FREIRE, Gláucia de Souza.
APOLINÁRIO, Juciene Ricarte.
author_role author
author2 APOLINÁRIO, Juciene Ricarte.
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv FREIRE, Gláucia de Souza.
APOLINÁRIO, Juciene Ricarte.
dc.subject.por.fl_str_mv Ritual da Jurema Sagrada
História indígena da Paraíba
Paraíba setecentista
Rituais indígenas - Jurema
Carmelitas e indígenas Tarairiú - Paraíba setecentista
Contatos interétnicos
Indígenas Tarairiú - Xucuru e Kanindé
Aldeia de Boa Vista - Mamanguape - século XVIII
Lutas simbólicas
Arquivo Histórico Ultramarino
História e Antropologia
Sacred Jurema Ritual
Indigenous history of Paraíba
18th century Paraíba
Indigenous rituals - Jurema
Carmelites and Tarairiú indigenous people - 18th century Paraíba
Interethnic contacts
Tarairiú indigenous people - Xucuru and Kanindé
Boa Vista Village - Mamanguape - 18th century
Symbolic fights
Overseas Historical Archive
History and Anthropology
História.
topic Ritual da Jurema Sagrada
História indígena da Paraíba
Paraíba setecentista
Rituais indígenas - Jurema
Carmelitas e indígenas Tarairiú - Paraíba setecentista
Contatos interétnicos
Indígenas Tarairiú - Xucuru e Kanindé
Aldeia de Boa Vista - Mamanguape - século XVIII
Lutas simbólicas
Arquivo Histórico Ultramarino
História e Antropologia
Sacred Jurema Ritual
Indigenous history of Paraíba
18th century Paraíba
Indigenous rituals - Jurema
Carmelites and Tarairiú indigenous people - 18th century Paraíba
Interethnic contacts
Tarairiú indigenous people - Xucuru and Kanindé
Boa Vista Village - Mamanguape - 18th century
Symbolic fights
Overseas Historical Archive
History and Anthropology
História.
description Em meados do século XVIII, um grupo de indígenas Tarairiú (Xukuru e Kanindé), foi levado dos sertões ao litoral da capitania da Parahyba, mais precisamente à região de Mamanguape, onde estava situada a aldeia de Boa Vista. Esta, por sua vez, era administrada por carmelitas descalços, encarregados de controlar e manter certos comportamentos e crenças legitimadoras da ordem colonial. Contudo, as tentativas de imposição por parte dos carmelitas e as agências que acabavam por manter certas práticas, inclusive religiosas, entre este grupo de indígenas aldeados, marcavam o cotidiano em Boa Vista, onde ao mesmo tempo em que eram traçadas lutas simbólicas, ocorriam diálogos e situações de contatos interétnicos. Exemplo disso é o relato do capitão-mor da Parahyba, Pedro Monteiro de Macedo, presente em uma carta que envia ao então rei de Portugal, D. João V, acerca da prática do ritual da jurema (tinha por base o consumo de uma beberagem derivada das raízes de acácia homônima) que permanecia no aldeamento, mesmo sob os cuidados dos missionários. Não apenas permanecia, como também arregimentara alguns clérigos, que andavam a participar daquele ritual, sendo considerado de feitiçaria. Os manuscritos estão entre os documentos avulsos do Arquivo Histórico Ultramarino – correspondências referentes às capitanias da Parahyba e de Pernambuco – digitalizados pelo Projeto Resgate Barão do Rio Branco. Em um diálogo entre História e Antropologia, esta pesquisa objetiva entender as trocas simbólicas e as agências presentes entre carmelitas e indígenas Tarairiú em Mamanguape, no sentido de compreendê-las também a partir de suas sensibilidades e subjetividades.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011
2024-03-12T00:31:49Z
2024-03-11
2024-03-12T00:31:49Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/conferenceObject
format conferenceObject
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35029
FREIRE, Gláucia de Souza; APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista. In: II Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Sociedade e Cultura. GT 11 - Cultura e Sociedade na América Portuguesa. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2011. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2011. p. 1-11. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35029
url http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35029
identifier_str_mv FREIRE, Gláucia de Souza; APOLINÁRIO, Juciene Ricarte. Sobre conversas proibidas: um olhar sobre o ritual da Jurema sagrada na Parahyba setecentista. In: II Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Sociedade e Cultura. GT 11 - Cultura e Sociedade na América Portuguesa. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2011. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2011. p. 1-11. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35029
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
UFCG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
UFCG
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
instname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
instacron:UFCG
instname_str Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
instacron_str UFCG
institution UFCG
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
repository.mail.fl_str_mv bdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.br
_version_ 1809744616864350208