Subindo a Serra de Moça e encontrando os caboclos: os desafios para a constituição e manutenção de uma unidade social baseada no parentesco e na territorialidade (São João do Tigre – PB).

• Autor(a) principal: SILVA, Elenilda Sinésio Alexandre da.
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/22525
• topic: Ciências Sociais; Identidade; Terra; Parentesco; Identity; Ground; Kinship; Identidad; Tierra; Identité; Terre; Parenté

Essa dissertação visa discutir a constituição de uma unidade social: os caboclos da serra, descritos a partir de seus lugares, suas paisagens, sua história, suas memórias e suas relações sociais entre as famílias em movimento. O locus da pesquisa é o sítio Serra de Moça, localizado na zona rural do município de São João do Tigre – PB. Situado num cenário de lutas e desafios, de múltiplas imagens identitárias, onde a história da terra se confunde com a história do próprio homem. Contudo, a Serra não é apenas uma rocha cinzenta e única. São as pessoas que no entrelaçamento de suas múltiplas vidas, marcadas pela tensão dos encontros entre variadas e diferentes categorias, que ao longo do tempo foram construindo as evidências de sua própria história, produzida pelas memórias de pessoas que experimentaram dificuldades, mas também grandes realizações. Para descrever a constituição dessa unidade social: os caboclos da Serra tomei como base as pesquisas antropológicas de cunho qualitativo, com o objetivo de deslocar a atribuição destes enquanto um grupo étnico, destacando a forma pela qual se identificam, discutindo os elementos que os levam a se identificar dessa forma: trata-se, então, de uma pesquisa que enfatiza os caminhos de construção de uma identidade que sustenta os laços para a produção de uma coletividade. Como metodologia optei pelo uso da pesquisa de campo etnográfica, empregando a pesquisa qualitativa, utilizando conversas informais e formais, além das entrevistas não-diretivas, as quais coletei andando pelas estradas, caminhos e veredas, visitando casas e participando dos encontros de famílias nos domingos, para perceber como ocorrem as relações sociais que existem entre eles, sua história, suas memórias e seu modo de viver. Procuro mostrar que os caboclos da Serra, como os defini, não são apenas um ponto num mapa geográfico, mas um livro de história, inacabado, cheio de vida, porque, como eles mesmo dizem: quem foi plantado na Serra, sempre faz sua viagem de volta, e quando volta sempre tem algo para ensinar e algo para aprender. Muito mais do que fazer uma descrição, essa dissertação é o compartilhar vivências de um lugar ainda pouco conhecido.