Rotas e tratos no Atlântico Sul: a relação comercial entre Buenos Aires e o Estado do Brasil no século XVII (1612-1627).

• Autor(a) principal: FERREIRA, Emilly Elvira Soares.
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25102
• topic: Américas espanhola e portuguesa; Rede mercantil lisohispânica; Brasil - história; Trânsito atlântico; Comércio; América lusitana; Spanish and Portuguese Americas; Lyso-Hispanic mercantile network; Brazil history; Atlantic transit; Business; America lusitana

A presente pesquisa objetiva analisar o trânsito comercial de navios lusitanos no Atlântico Sul na primeira metade do século XVII, período da União das Coroas ibéricas. Por meio dos“registros de navios”, fontes oficiais produzidas pela administração reinol hispano americana para controle de mercadorias transportadas nos navios de chegada ou saída do porto de Buenos Aires, pretendemos vislumbrar as dinâmicas comerciais estabelecidas entre os agentes envolvidos e os produtos comercializados nas rotas marítimas. Para isso, analisamos os mecanismos e as arquiteturas locais capazes de instituir uma dinâmica mercantil na região platina, que, apesar da promoção de um comércio periférico, compreendemos a importância estratégica dessa localidade para as Coroas espanhola e portuguesa, a partir da incorporação de práticas comerciais locais com o Estado do Brasil, especialmente junto à cidade de São Salvador. Portanto, nosso objetivo central repousa, a partir de um estudo das relações comerciais, em compreender a estruturação desse comércio a partir do levantamento dos caminhos percorridos pelos pilotos dos navios, os espaços de atuação de seus atravessadores na América lusitana e a relação mantida com os moradores da cidade porto platina. Apesar do controle comercial e de práticas muitas vezes consideradas ilegais, o trânsito marítimo nessa localidade mostrou-se intenso nesse período e importante para o desenvolvimento da região. Diante dessa perspectiva, partimos da hipótese da existência de uma interdependência econômica entre o Rio da Prata e o Estado do Brasil, efetivamente devido ao trânsito transatlântico realizado pelos navios, em sua maioria portugueses, que permitiu a comercialização de escravizados, de prata contrabandeada, de mercadorias manufaturadas e de frutos da terra entre as duas regiões.