“Cavar a cova e levar a vela para não morrer sem ela”: sensibilidades, identidades e memórias de vida e morte no caulim.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34297 |
Resumo: | Há muito que a História vem trabalhando com outras fontes, objetos, métodos, enfim..., possibilitando que personagens “esquecidos” ou marginalizados viessem à tona e pudessem ser lidos e estudados por especialistas e leigos. Isso fez com que as narrativas históricas ficassem bem mais interessantes, nos permitindo ter contato com a cata de piolhos das pessoas de Montaillou, a curiosa venda de esposas mostrada por E. P. Thompson, a vida do simpático moleiro de Ginzburg, o casaco de Marx e os trajetos de vida dos garimpeiros do Junco do Seridó. Michel de Certeau, em sua operação historiográfica, questionando-se sobre o metier do historiador procura entender essa profissão e a sua relação enigmática com a morte, relação esta que exorciza e reconhece uma presença da morte no meio dos vivos. “Cavar a cova e levar a vela para não morrer sem ela”, bem que poderia ser uma frase retirada da carta de algum soldado durante um conflito e exposta pelo historiador em artigo, entretanto, ela foi dita por um garimpeiro do caulim quando se referia ao seu trabalho, demonstrando uma perspectiva bem próxima à que Certeau pensara para o ofício historiográfico. Mas, o banqueteiro não exorciza a morte, embora quisesse, ele a apreende pelos sentidos e pelas sensibilidades sensoriais, testemunhas de um dado tempo e contexto social. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo analisar as sensibilidades como construtora das identidades dos banqueteiros, a partir de suas histórias e memórias de vida e morte produzidas na sua atividade cotidiana de extração do caulim. Nesta perspectiva, buscamos outra forma de ver e de ler os garimpeiros do caulim do município que não fosse como simples instrumento de trabalho ou responsável pela degradação ambiental, mas, como seres históricos, pessoas comuns, sujeitos de desejos, emoções e sentimentos. |
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“Cavar a cova e levar a vela para não morrer sem ela”: sensibilidades, identidades e memórias de vida e morte no caulim.“Dig the grave and take the candle so you don’t die without it”: sensibilities, identities and memories of life and death in kaolin.Garimpeiros de Junco do Seridó - PBJunco do Seridó - PB - garimpeirosMineração de caulim - Junco do Seridó - PBCaulim - Junco do Seridó - PBSensibilidades - garimpeiros de caulim - Junco do Seridó - PBIdentidades - garimpeiros de caulim - Junco do Seridó - PBMemórias - garimpeiros de caulim - Junco do Seridó - PBExtração de caulim - Junco do Seridó - PBCidade da Paraíba - Junco do SeridóJunco do Seridó - PB - minersKaolin mining - Junco do Seridó - PBKaolin - Junco do Seridó - PBSensibilities - kaolin miners - Junco do Seridó - PBIdentities - kaolin miners - Junco do Seridó - PBMemories - kaolin miners - Junco do Seridó - PBKaolin extraction - Junco do Seridó - PBCity of Paraíba - Junco do SeridóHistória.Há muito que a História vem trabalhando com outras fontes, objetos, métodos, enfim..., possibilitando que personagens “esquecidos” ou marginalizados viessem à tona e pudessem ser lidos e estudados por especialistas e leigos. Isso fez com que as narrativas históricas ficassem bem mais interessantes, nos permitindo ter contato com a cata de piolhos das pessoas de Montaillou, a curiosa venda de esposas mostrada por E. P. Thompson, a vida do simpático moleiro de Ginzburg, o casaco de Marx e os trajetos de vida dos garimpeiros do Junco do Seridó. Michel de Certeau, em sua operação historiográfica, questionando-se sobre o metier do historiador procura entender essa profissão e a sua relação enigmática com a morte, relação esta que exorciza e reconhece uma presença da morte no meio dos vivos. “Cavar a cova e levar a vela para não morrer sem ela”, bem que poderia ser uma frase retirada da carta de algum soldado durante um conflito e exposta pelo historiador em artigo, entretanto, ela foi dita por um garimpeiro do caulim quando se referia ao seu trabalho, demonstrando uma perspectiva bem próxima à que Certeau pensara para o ofício historiográfico. Mas, o banqueteiro não exorciza a morte, embora quisesse, ele a apreende pelos sentidos e pelas sensibilidades sensoriais, testemunhas de um dado tempo e contexto social. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo analisar as sensibilidades como construtora das identidades dos banqueteiros, a partir de suas histórias e memórias de vida e morte produzidas na sua atividade cotidiana de extração do caulim. Nesta perspectiva, buscamos outra forma de ver e de ler os garimpeiros do caulim do município que não fosse como simples instrumento de trabalho ou responsável pela degradação ambiental, mas, como seres históricos, pessoas comuns, sujeitos de desejos, emoções e sentimentos.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilUFCG20102024-02-02T23:49:17Z2024-02-022024-02-02T23:49:17Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjecthttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34297CUNHA, Inairan Cristino. “Cavar a cova e levar a vela para não morrer sem ela”: sensibilidades, identidades e memórias de vida e morte no caulim. In: II Colóquio Internacional de História: fontes históricas, ensino e história da educação. GT 18: Identidade e alteridade: sensibilidades e subjetividades no ensino e na pesquisa histórica. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2010. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2010. p. 2546-2555. ISSN: 2179 2010. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34297porCUNHA, Inairan Cristino.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2024-02-02T23:49:45Zoai:localhost:riufcg/34297Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512024-02-02T23:49:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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