Uma cidade em cores e segregações corporais étnicas: os espaços de lazer e diversão em Gurjão e seus usos e representações (1960-1990).

• Autor(a) principal: BORGES, Rayssa Eutália Gurjão Coutinho.
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/32021
• topic: Sociabilidade; Segregação; Diversão; Lazer; Festas; Gurjão; Cidades; Sociability; Segregation; Fun; Leisure; Parties; Gurjão; Cities; Sociabilité; Ségrégation; Amusement; Loisir; Parties; Gurjão; Villes; Sociabilidad; Segregación; Diversión; Ocio; Partes; Gurjão; Ciudades; História

O presente estudo tem por intuito problematizar as modificações que ocorreram na cidade de Gurjão após a emancipação política em 1962. Analisando, em especial, a questão das sociabilidades dos espaços de lazer construídos na cidade, dentre eles o Salão do Mercado, o Clube Guarany e o Clube da Fundac, apreendendo seus usos e representações de modo a cartografar as questões políticas, sociais, culturais e étnicas envolvidas nestes ambientes entre as décadas de 1960 a 1990. O olhar com relação a essa cartografia citadina está direcionado à segregação dos seus espaços públicos, tendo em vista a cor da pele e a classe social, bem como às tramas políticas que desenham essa cidade. O percurso da escrita se fundamenta em investigações de Souza (2002), Almeida (2021), Pesavento (2007), Chartier (1988), Prost (1998), dentre outros, que ganhou forma com base em uma metodologia apontada por Bardin (1977) que analisou um conjunto de fontes, que compreende fotografias, livro de atas legislativas locais, Revista Avante, panfletos e o livro de memórias de um morador antigo da cidade, a metodologia da história oral baseada em Bosi (1994) foi utilizada predominantemente, por meio de entrevistas com antigos moradores que assumiram a condição de narradores das vivências dos habitantes citadinos, dos seus olhares e sensibilidades para a Gurjão daquele período e os lazeres e diversões dos quais participavam ou organizavam. Logo, mediante tais análises, foi possível traçar um caminho entre a cidade de Gurjão na década de 1960, seu processo de emancipação política, inserção de equipamentos modernos e construção dos ambientes de sociabilidades segregados, perpassar as décadas de 1970 e 1980 com as festividades, danças e eventos “negros” e “brancos”, estes que também eram divididos politicamente.