Relações de poder no contexto da estratégia de saúde da família.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Bruno Neves da.
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8416
Resumo: As relações de poder encontram-se presentes nos diversos níveis de atenção à saúde, visto que estes são compostos por uma teia social de indivíduos que interagem entre si. No âmbito da Estratégia de Saúde da Família as relações de poder são resultado de uma acumulação histórica, cultural e ambiental, que aproxima o seu processo de cuidado às práticas do modelo curativista. O objetivo deste estudo foi compreender as relações de poder existentes no contexto de trabalho da Estratégia de Saúde da Família. Trata-se de um estudo de campo de natureza descritiva e com abordagem qualitativa realizado junto a 20 profissionais assistencialistas que compõem as equipes de saúde da família do município de Nazarezinho- PB mediante entrevista gravada norteada por formulário semiestruturado. Estabeleceu-se como critério de inclusão enfermeiros, médicos, odontólogos, técnicos de enfermagem e auxiliares de saúde bucal e os agentes comunitários de saúde das Estratégias da Saúde da Família que encontravam-se na escala de trabalho no período da coleta de dados, e como critério de exclusão, teve-se apenas os profissionais que encontraram-se ausentes do serviço e não puderam ser contatados durante o período da coleta de dados, que ocorreu nos meses de julho a outubro de 2017. A análise dos dados objetivos se deu por meio de estatística descritiva e dos subjetivos de forma categorial e temática por intermédio da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin. O estudo respeitou os preceitos éticos dispostos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Campina Grande/Centro de Formação de Professores sob parecer nº 2.131.776. Foram construídas cinco categorias temáticas: Categoria 1 – O que é poder na Estratégia de Saúde da Família; Categoria 2 – Exercício de poder na Estratégia de Saúde da Família: percepções dos profissionais; Categoria 3 – Fatores implicados na gênese das relações de poder na Estratégia de Saúde da Família; Categoria 4 – A relação saber-poder na Estratégia de Saúde da Família; e Categoria 5 – Reflexos da verticalização do poder na assistência à saúde. Constatou-se diferentes percepções acerca de poder, que perpassam o conceito de autonomia e de conhecimento, sendo este último uma percepção intrínseca ao entendimento de poder por parte dos sujeitos do estudo o que reflete a indissociabilidade entre saber-poder discutida por Foucault. A maior valorização do processo de trabalho de determinados profissionais verificada mostra uma distribuição desigual de poder no cenário estudado, que acaba por operar de modo médico-centrado, desconsiderando a interdisciplinaridade que deveria existir no serviço de saúde, desarticulando a atuação profissional e aproximando a Estratégia de Saúde da Família do modelo biomédico e curativista, ocasionando a construção de uma hierarquia de saúde que define profissionais que podem mais ou menos. Evidencia-se, portanto, a necessidade de superação das relações de poder materializadas na Estratégia de Saúde da Família, com vistas a proporcionar uma assistência de saúde horizontalizada, com enfoque nas demandas dos atores sociais, usuários do serviço, e pautada na interdisciplinaridade e no trabalho em equipe.
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Trata-se de um estudo de campo de natureza descritiva e com abordagem qualitativa realizado junto a 20 profissionais assistencialistas que compõem as equipes de saúde da família do município de Nazarezinho- PB mediante entrevista gravada norteada por formulário semiestruturado. Estabeleceu-se como critério de inclusão enfermeiros, médicos, odontólogos, técnicos de enfermagem e auxiliares de saúde bucal e os agentes comunitários de saúde das Estratégias da Saúde da Família que encontravam-se na escala de trabalho no período da coleta de dados, e como critério de exclusão, teve-se apenas os profissionais que encontraram-se ausentes do serviço e não puderam ser contatados durante o período da coleta de dados, que ocorreu nos meses de julho a outubro de 2017. A análise dos dados objetivos se deu por meio de estatística descritiva e dos subjetivos de forma categorial e temática por intermédio da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin. O estudo respeitou os preceitos éticos dispostos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Campina Grande/Centro de Formação de Professores sob parecer nº 2.131.776. Foram construídas cinco categorias temáticas: Categoria 1 – O que é poder na Estratégia de Saúde da Família; Categoria 2 – Exercício de poder na Estratégia de Saúde da Família: percepções dos profissionais; Categoria 3 – Fatores implicados na gênese das relações de poder na Estratégia de Saúde da Família; Categoria 4 – A relação saber-poder na Estratégia de Saúde da Família; e Categoria 5 – Reflexos da verticalização do poder na assistência à saúde. Constatou-se diferentes percepções acerca de poder, que perpassam o conceito de autonomia e de conhecimento, sendo este último uma percepção intrínseca ao entendimento de poder por parte dos sujeitos do estudo o que reflete a indissociabilidade entre saber-poder discutida por Foucault. A maior valorização do processo de trabalho de determinados profissionais verificada mostra uma distribuição desigual de poder no cenário estudado, que acaba por operar de modo médico-centrado, desconsiderando a interdisciplinaridade que deveria existir no serviço de saúde, desarticulando a atuação profissional e aproximando a Estratégia de Saúde da Família do modelo biomédico e curativista, ocasionando a construção de uma hierarquia de saúde que define profissionais que podem mais ou menos. Evidencia-se, portanto, a necessidade de superação das relações de poder materializadas na Estratégia de Saúde da Família, com vistas a proporcionar uma assistência de saúde horizontalizada, com enfoque nas demandas dos atores sociais, usuários do serviço, e pautada na interdisciplinaridade e no trabalho em equipe.Power relations are present in the various levels of health care, since these are composed of a social web of individuals that interact with each other. Within the scope of the Family Health Strategy, power relations are the result of a historical, cultural and environmental accumulation that brings its care process closer to the practices of the curativist model. The aim of this study was to understand the power relations existing in the work context of the Family Health Strategy. It is a field study with a descriptive nature and qualitative approach performed with 20 health care professionals who make up the family health teams of the municipality of Nazarezinho-PB through a recorded interview guided by a semi-structured formulary. Nurses, doctors, dentists, nursing technicians and oral health assistants and the community health agents of the Family Health Strategies who were on the work scale during the period of data collection were established as inclusion criteria. Was considered as exclusion criteria only those professionals who were absent from the service and could not be contacted during the period of data collection, which occurred in the months of July to October 2017. The analysis of the objective data was done through descriptive statistics, and of the subjective ones took place in a categorical and thematic form through Laurence Bardin's Content Analysis. The study respected the ethical precepts set forth in Resolution 466/2012 of the National Health Council, and was approved by the Ethics Committee of the Universidade Federal de Campina Grande (Federal University of Campina Grande city) / Centro de Formação de Professores (Teacher Training Center), under opinion number 2.131.776. Five thematic categories were built: Category 1 - What is power in the Family Health Strategy; Category 2 - Exercise of power in the Family Health Strategy: perceptions of professionals; Category 3 - Factors involved in the genesis of power relations in the Family Health Strategy; Category 4 - The knowledge-power relationship in the Family Health Strategy and Category 5 - Reflections of the verticalization of power in health care. Different perceptions about power were found, which pass through the concept of autonomy and knowledge, the latter being an intrinsic perception of the understanding of power by the subjects of the study, which reflects the inseparability between knowledge and power discussed by Foucault. The higher valuation verified of the work process of certain professionals shows an unequal distribution of power in the studied scenario, which ends up operating in a medical-centered way, disregarding the interdisciplinarity that should exist in the health service, disarticulating the professional performance and approximating the Strategy of Health Family to the biomedical and curativist model, causing the construction of a health hierarchy that defines professionals that can more or less. Therefore was evidenced the need to overcome the power relations materialized in the Family Health Strategy, aiming to provide a horizontal health care, focusing on the demands of social actors, users of the service, based on interdisciplinarity and on team work.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Formação de Professores - CFPUFCGVÉRAS, Gerlane Cristinne Bertino.VÉRAS, G. C. B.http://lattes.cnpq.br/5590588587584463SILVA, Cícera Renata Diniz Vieira.SILVA , Antunes Ferreira da.SILVA, Bruno Neves da.2018-03-132019-10-23T16:05:47Z2019-10-232019-10-23T16:05:47Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/8416SILVA, Bruno Neves da. Relações de poder no contexto da estratégia de saúde da família. 2018. 70f. 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