Leishmaniose visceral canina: estudo epidemiológico e geoespacial, aspectos ecológicos e pesquisa de infecção natural em Lutzomyia longipalpis.
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25575 |
Resumo: | A leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada, com 94% dos novos casos distribuídos em países como Etiópia, Índia, Quênia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Brasil. A infecção caninaé indicativa de risco para a infecção humana, e devido ao estreito convívio de cães no ambiente domiciliar, estes animais se tornam importantes reservatórios e fonte de infecção. Esta tese é composta por três capítulos. No capítulo I, foi determinada a prevalência de leishmaniose visceral canina (LVC) no município de Mãe D’Água e estudada a epidemiologia da zoonose por meio da análise dos fatores de associação e a sua distribuição através de georreferenciamento. Para isso, amostras de sangue de 150 cães provenientes das zonas urbana e rural do município foram coletadas. A prevalência de anticorpos anti- Leishmania infantum foi de 18,6% (28/150), sendo 10,6% (8/75) na zona urbana e 26,6% (20/75) na zona rural. A Zona rural foi apontada como fator de risco (Odds ratio = 2,93); a permanência do animal solto à noite (Odds ratio = 0,33) e a realização de vermifugação (Odds ratio= 0.30) foram classificados como fatores de proteção. A análise espacial demonstrou a formação de um cluster primário de risco na zona urbana (p= 0,010) localizado na região norte do município. No capítulo II, foi realizado levantamento entomológico e sazonal dos flebotomíneos também no município de Mãe D’Água. Foram capturados 567 flebotomíneos, sendo 146 (25,7%) fêmeas e 421 (74,2%) machos, e Junho de 2019 foi o mês com maior número de espécimes coletados (133/567- 23,4%). Foram identificadas as espécies Lutzomyia lenti e Lutzomyia longipalpis, sendo esta espécie de maior ocorrência na área rural (487/493- 98,7%). Foi detectada a presença de DNA de Leishmania infantum em 4 (15,3%) dos 26 pools analisados. O cálculo da taxa de Razão de Infecção Mínima (MIR) revelou que 4% das fêmeas foram positivas. O capítulo III teve como objetivo descrever a distribuição temporal e espacial dos casos de leishmaniose visceral humana (LVH) no Estado de Alagoas, a fim de identificar as áreas de alto risco de transmissão da doença no período de 2007 a 2018. O Estado é composto por 102 municípios, destes, 68,62% (n= 70) notificaram pelo menos um caso de LVH nos 12 anos do estudo. Foram registrados 489 casos de leishmaniose visceral entre 2007 e 2018, com uma média de 40,7 casos por ano e incidência de 1,25/100 mil habitantes. Foi detectada dependência espacial no segundo, terceiro e quarto triênios e semelhança entre os municípios, porém com fraca correlação, com clusters de alta incidência no sertão. Ficou evidente que o Estado de Alagoas apresentou uma acentuada expansão geográfica da LVH, sendo necessário priorizar áreas e massificar as ações de vigilância e controle epidemiológico. |
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Leishmaniose visceral canina: estudo epidemiológico e geoespacial, aspectos ecológicos e pesquisa de infecção natural em Lutzomyia longipalpis.Canine visceral leishmaniasis: epidemiological and geospatial study, ecological aspects and research of natural infection in Lutzomyia longipalpis.Leishmaniose visceralEpidemiologia VeterináriaGeorreferenciamentoSorologiaLutzomyia longipalpisSaúde PúblicaLeishmaniose visceral caninaGeotecnologia aplicada a saúde animalEstudo geoespacial - leishmaniose visceralGeografia da saúdeqPCRLeishmaniose visceral humanaVisceral leishmaniasisVeterinary EpidemiologyGeoreferencingSerologyPublic healthCanine visceral leishmaniasisGeotechnology applied to animal healthGeospatial study - visceral leishmaniasisHealth geographyHuman visceral leishmaniasisMedicina VeterináriaA leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada, com 94% dos novos casos distribuídos em países como Etiópia, Índia, Quênia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Brasil. A infecção caninaé indicativa de risco para a infecção humana, e devido ao estreito convívio de cães no ambiente domiciliar, estes animais se tornam importantes reservatórios e fonte de infecção. Esta tese é composta por três capítulos. No capítulo I, foi determinada a prevalência de leishmaniose visceral canina (LVC) no município de Mãe D’Água e estudada a epidemiologia da zoonose por meio da análise dos fatores de associação e a sua distribuição através de georreferenciamento. Para isso, amostras de sangue de 150 cães provenientes das zonas urbana e rural do município foram coletadas. A prevalência de anticorpos anti- Leishmania infantum foi de 18,6% (28/150), sendo 10,6% (8/75) na zona urbana e 26,6% (20/75) na zona rural. A Zona rural foi apontada como fator de risco (Odds ratio = 2,93); a permanência do animal solto à noite (Odds ratio = 0,33) e a realização de vermifugação (Odds ratio= 0.30) foram classificados como fatores de proteção. A análise espacial demonstrou a formação de um cluster primário de risco na zona urbana (p= 0,010) localizado na região norte do município. No capítulo II, foi realizado levantamento entomológico e sazonal dos flebotomíneos também no município de Mãe D’Água. Foram capturados 567 flebotomíneos, sendo 146 (25,7%) fêmeas e 421 (74,2%) machos, e Junho de 2019 foi o mês com maior número de espécimes coletados (133/567- 23,4%). Foram identificadas as espécies Lutzomyia lenti e Lutzomyia longipalpis, sendo esta espécie de maior ocorrência na área rural (487/493- 98,7%). Foi detectada a presença de DNA de Leishmania infantum em 4 (15,3%) dos 26 pools analisados. O cálculo da taxa de Razão de Infecção Mínima (MIR) revelou que 4% das fêmeas foram positivas. O capítulo III teve como objetivo descrever a distribuição temporal e espacial dos casos de leishmaniose visceral humana (LVH) no Estado de Alagoas, a fim de identificar as áreas de alto risco de transmissão da doença no período de 2007 a 2018. O Estado é composto por 102 municípios, destes, 68,62% (n= 70) notificaram pelo menos um caso de LVH nos 12 anos do estudo. Foram registrados 489 casos de leishmaniose visceral entre 2007 e 2018, com uma média de 40,7 casos por ano e incidência de 1,25/100 mil habitantes. Foi detectada dependência espacial no segundo, terceiro e quarto triênios e semelhança entre os municípios, porém com fraca correlação, com clusters de alta incidência no sertão. Ficou evidente que o Estado de Alagoas apresentou uma acentuada expansão geográfica da LVH, sendo necessário priorizar áreas e massificar as ações de vigilância e controle epidemiológico.Visceral leishmaniasis (VL) is a neglected tropical disease, with 94% of new cases distributed in countries like Ethiopia, India, Kenya, Somalia, Sudan, South Sudan and Brazil. Canine infection is indicative of risk for human infection, and due to the close interaction of dogs in the home environment, these animals become important reservoirs and source of infection. This thesis consists of three chapters. In chapter I, the prevalence of canine visceral leishmaniasis (CVL) in the municipality of Mãe D’Água was determined and the epidemiology of zoonosis was studied by analyzing the association factors and their distribution by georeferencing. For this, blood samples from 150 dogs, from urban and rural areas of the municipality, were collected. The prevalence of anti-Leishmania infantum antibodies was 18.6% (28/150), 10.6% (8/75) in the urban area and 26.6% (20/75) in the rural area. The rural area was identified as a risk factor (Odds ratio = 2.93); the permanence of the animal without restraint at night (Odds ratio = 0.33) and deworming (Odds ratio = 0.30) were classified as protective factors. The spatial analysis showed the formation of a primary risk cluster in the urban area (p = 0.010) located in the northern region of the municipality. In chapter II, an entomological and seasonal survey of sandflies was also carried out in the municipality of MãeD’Água. 567 sandflies were captured, 146 (25.7%) females and 421 (74.2%) males, and June 2019 was the month with the highest number of specimens collected (133 / 567- 23.4%). The species Lutzomyia lenti and Lutzomyia longipalpis were identified, this species being more prevalent in the rural area (487 / 493- 98.7%). The presence of Leishmania infantum DNA was detected in 4 (15.3%) of the 26 pools analyzed. The calculation of the Minimum Infection Ratio (MIR) rate demonstrated that 4% of females were positive. Chapter III aimed to describe the temporal and spatial distribution of cases of human visceral leishmaniasis (HVL) in the State of Alagoas, in order to identify areas of high risk of disease transmission from 2007 to 2018. The State is composed by 102 municipalities, of these, 68.62% (n = 70) reported at least one case of HVL in the 12 years studied. 489 cases of visceral leishmaniasis were recorded between 2007 and 2018, with an average of 40.7 cases per year and an incidence of 1.25/ 100 thousand inhabitants. Spatial dependence was detected in the second, third and fourth trienniums and similarity between the municipalities, but with a weak correlation and with high incidence clusters in the hinterland. It was evident that the State of Alagoas presented a marked geographical expansion of the HVL, making it necessary to prioritize areas and massify the actions of surveillance and epidemiological control.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTRPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMALUFCGMELO, Marcia Almeida de.MELO, M. A.http://lattes.cnpq.br/1896514405880465HIGINO, Severino Silvano dos Santos.HIGINO, S. S. S.VILELA, Vinicius Longo Ribeiro.VILELA, R L. R.FEITOSA, Thais Ferreira.FEITOSA, T. F.SANTOS, Carolina de Sousa Américo Batista.SANTOS, C. S. A. B.BRAZ, Beatriz Maria de Almeida.2020-02-212022-06-08T22:11:35Z2022-06-082022-06-08T22:11:35Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25575BRAZ, Beatriz Maria de Almeida. Leishmaniose visceral canina: estudo epidemiológico e geoespacial, aspectos ecológicos e pesquisa de infecção natural em Lutzomyia longipalpis. 2020. 106f. (Tese de Doutorado), Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande - Patos - Paraíba - Brasil, 2020. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25575porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2022-06-08T22:19:45Zoai:localhost:riufcg/25575Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512022-06-08T22:19:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false |
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A leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada, com 94% dos novos casos distribuídos em países como Etiópia, Índia, Quênia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Brasil. A infecção caninaé indicativa de risco para a infecção humana, e devido ao estreito convívio de cães no ambiente domiciliar, estes animais se tornam importantes reservatórios e fonte de infecção. Esta tese é composta por três capítulos. No capítulo I, foi determinada a prevalência de leishmaniose visceral canina (LVC) no município de Mãe D’Água e estudada a epidemiologia da zoonose por meio da análise dos fatores de associação e a sua distribuição através de georreferenciamento. Para isso, amostras de sangue de 150 cães provenientes das zonas urbana e rural do município foram coletadas. A prevalência de anticorpos anti- Leishmania infantum foi de 18,6% (28/150), sendo 10,6% (8/75) na zona urbana e 26,6% (20/75) na zona rural. A Zona rural foi apontada como fator de risco (Odds ratio = 2,93); a permanência do animal solto à noite (Odds ratio = 0,33) e a realização de vermifugação (Odds ratio= 0.30) foram classificados como fatores de proteção. A análise espacial demonstrou a formação de um cluster primário de risco na zona urbana (p= 0,010) localizado na região norte do município. No capítulo II, foi realizado levantamento entomológico e sazonal dos flebotomíneos também no município de Mãe D’Água. Foram capturados 567 flebotomíneos, sendo 146 (25,7%) fêmeas e 421 (74,2%) machos, e Junho de 2019 foi o mês com maior número de espécimes coletados (133/567- 23,4%). Foram identificadas as espécies Lutzomyia lenti e Lutzomyia longipalpis, sendo esta espécie de maior ocorrência na área rural (487/493- 98,7%). Foi detectada a presença de DNA de Leishmania infantum em 4 (15,3%) dos 26 pools analisados. O cálculo da taxa de Razão de Infecção Mínima (MIR) revelou que 4% das fêmeas foram positivas. O capítulo III teve como objetivo descrever a distribuição temporal e espacial dos casos de leishmaniose visceral humana (LVH) no Estado de Alagoas, a fim de identificar as áreas de alto risco de transmissão da doença no período de 2007 a 2018. O Estado é composto por 102 municípios, destes, 68,62% (n= 70) notificaram pelo menos um caso de LVH nos 12 anos do estudo. Foram registrados 489 casos de leishmaniose visceral entre 2007 e 2018, com uma média de 40,7 casos por ano e incidência de 1,25/100 mil habitantes. Foi detectada dependência espacial no segundo, terceiro e quarto triênios e semelhança entre os municípios, porém com fraca correlação, com clusters de alta incidência no sertão. Ficou evidente que o Estado de Alagoas apresentou uma acentuada expansão geográfica da LVH, sendo necessário priorizar áreas e massificar as ações de vigilância e controle epidemiológico. |
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