Lugar de mulher é no movimento: identidade étnica e articulação política em Caiana dos Crioulos-PB.

• Autor(a) principal: SOUZA, Wallace Gomes Ferreira de.
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33926
• topic: Antropologia; Remanescentes de quilombos; Mulheres quilombolas; Caiana dos Crioulos - PB - quilombo; Alagoa Nova - PB - Caiana dos Crioulos; Etnografia; Identidades - mulheres quilombolas; Ação política - mulheres quilombolas; Remnants of quilombos; Quilombola women; Caiana dos Crioulos - PB - quilombo; Alagoa Nova - PB - Caiana dos Crioulos; Ethnography; Identities - quilombola women; Political action - quilombola women

Caiana dos Crioulos é uma área rural localizada a 12 km da cidade de Alagoa Grande, município do Agreste Paraibano. Caiana é composta por 117 famílias distribuídas em três encostas de morro, configurando uma espacialidade irregular, onde cada família trabalha numa parcela de terra definida ao longo da experiência histórica do grupo, que se auto reconhece como quilombolas. O território é a chave que aciona a emergência de um sentimento de pertença, fundamental na construção da identidade étnica. Assim, os sujeitos de Caiana se definem inicialmente como parte de um lugar, a terra é pensada como a morada da vida e sua luta não é por um pedaço de terra qualquer, é pelo chão onde se cultiva o feijão, o milho e a mandioca. O chão que a galinha cisca para criar seus pintos e onde cresce o capim que alimenta a criação. É aquele pedaço de chão que propicia o alimento cotidiano e onde os pés pisam observando o transcurso do tempo. Nesse contexto de lutas por garantias de direitos sociais, dentre eles o direito a terra, a educação e o cuidado em saúde as mulheres assumem um posto de liderança na mobilização política em Caiana dos Crioulos. A pesquisa foi sendo construída a partir de uma relação figurativa entre a etnografia, essa prática de descreve/negociar/experimentar a “sociedade do outro” e a cartografia, cujo objetivo é definir as fronteiras, os traçados, os pontos de referencia e as depressões do cotidiano. Concluímos apontando que a vida cotidiana não é uma simples repetição, precisamos, portanto, restituir as cenas do cotidiano de relevo e de cor como aponta Malinowski. E no caso especifico de Caiana dos Crioulos esse cotidiano é preenchido do fazer político das mulheres ao articular uma rede informacional representada pelo “deforete”, esse fenômeno politico que fomenta a identidades do grupo.