Teologia e utopia: A memória política-religiosa do Monsenhor Luigi Pescarmona.

• Autor(a) principal: PAIVA NETO, Francisco Fagundes de.
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36492
• topic: História oral; Memória política-religiosa; Monsenhor Luigi Pescarmona; Oral history; political-religious memory; Monsignor Luigi Pescarmona; História.

A razão da escolha dessa epigrafe se refere a uma tentativa de reabertura por parte da Igreja a uma tradição dos primeiros tempos do cristianismo, fase cuja religião possuiu um sentido mais comunitário, ao invés de institucional, que tomou corpo a partir das aproximações com o Estado no Império Romano. A partir daí o processo de institucionalização da Igreja ganhou contornos mais definidos, representando, destarte, uma instância privilegiada na dinâmica política ao longo da história ocidental. Na década de 1960 aportaram no Brasil vários grupos de religiosos estrangeiros, mormente europeus, que se estabeleceram nas mais variadas regiões do país. Muitos desses padres chegaram aos trópicos imbuídos de uma ação clerical orientada pelos princípios do Concílio do Vaticano II (1962-1965), caracterizado pelo ecumenismo e pela descentralização, resultando em choques com os ditames do catolicismo tradicional, o do Vaticano I, mais afeito ao centralismo, especialmente pelas tensões originadas com os grupos políticos, econômicos e religiosos estabelecidos. Realizamos um trabalho de história oral de vida com um padre italiano chamado Luigi Alberto Pescarmona, cuja primeira área de atuação foi em Teófilo Otoni (MG), onde acompanhou as populações de trabalhadores das minas. Esses trabalhadores tenderam a realizar migrações devido a crise do setor minerador, elegendo como destino a região Norte do Brasil. Algumas questões nortearam a nossa abordagem: como se deu a militância política de um padre estrangeiro no agreste paraibano nas décadas de 1980 e 1990? Quais os limites desta prática nas fronteiras dos campos político e religioso? Objetivamos analisar como se deu a prática de um agente da Teologia da Libertação (TL) em uma área pautada pelo catolicismo tradicional.