Bloqueio bilateral do nervo pudendo em gatos com obstrução uretral: relato de oito casos.

• Autor(a) principal: ANDRADE, Jéssica Kária de.
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/23977
• topic: Anestesia perineural; Sondagem uretral; Gatos - obstrução uretral; Obstrução uretral em gatos; Bloqueio bilateral do nervo pudendo; Doença do trato urinário inferior - felinos; Felinos - doença do trato urinário inferior; Nervo pudendo; Hospital Veterinário - CSTR UFCG; Perineural anesthesia; Urethral tube; Cats - urethral obstruction; Urethral obstruction in cats; Bilateral pudendal nerve block; Lower urinary tract disease - felines; Cats - lower urinary tract disease; Pudendal nerve; Veterinary Hospital - CSTR UFCG; Anestesiologia Veterinária; Veterinary Anesthesiology; Medicina Veterinária

Felinos que apresentam obstrução uretral, geralmente, manifestam dor associada à distensão vesical, cistite e uretrite, sendo a desobstrução uretral uma das primeiras condutas a serem tomada. Visto que tais pacientes podem apresentar alterações hemodinâmicas que contraindiquem a utilização de alguns protocolos anestesiológicos, o aprimoramento da abordagem anestésica nestes pacientes é fundamental para o sucesso das condutas emergenciais de desobstrução. O nervo pudendo é o responsável pela inervação somática da uretra, a interrupção da sua condução nervosa proporciona relaxamento do esfíncter uretral externo e analgesia, permitindo, portanto, a realização da massagem peniana e da sondagem uretral com mínimo desconforto para o animal. A ausência de estudos publicados, no entanto, que comprovem a efetividade do seu bloqueio anestésico com esta finalidade e a importância clínica de tal pesquisa justificam a realização da mesma. Foram utilizados felinos oriundos do atendimento clínico de rotina do Hospital Veterinário/Universidade Federal de Campina Grande, com histórico de polaciúria ou de iscúria, cujo exame físico identificasse um quadro compatível com doença do trato urinário inferior obstrutiva, e que seriam submetidos à sondagem uretral. Os mesmos foram submetidos à avaliação álgica, no momento da avaliação pré-anestésica (M1) e 10 (dez) minutos após a administração da lidocaína (M2). Nos casos em que foi necessário repetir-se o bloqueio anestésico, uma nova avaliação foi realizada 10 (dez) minutos após a segunda administração da lidocaína (M3) seguindo a “Escala Multidimensional Composta para Avaliação de Dor Pós-Operatória em Gatos” adaptada de Brondani et al. (2013). Após esta os animais foram submetidos à anestesia perineural bilateral do nervo pudendo com lidocaína com vasoconstrictor (epinefrina) na dose de 0,1 mL/kg/nervo, os que se apresentarem ansiosos ou agressivos ou que não permitiram a realização da anestesia perineural foram submetidos à tranquilização com acepromazina (0,05 mg/kg) por via intramuscular e, quando necessário, anestesia com tiletamina + zolazepam (Zoletil®) na dose de 5 mg/kg por via intramuscular. A deposição do anestésico local foi realizada bilateralmente entre o terço cranial e médio da distância entre a reta traçada entre a região dorsal da crista ilíaca e a região caudal da tuberosidade isquiática, sendo a agulha introduzida formando um ângulo de 90º com a supracitada reta e de 45º com o plano sagital. O bloqueio bilateral do nervo pudendo promoveu analgesia e relaxamento muscular suficientes para permitir a sondagem de gatos com obstrução uretral com a máxima segurança e mínimo desconforto possível.