Ascensão e ocaso das praças Pio X e Pedro Velho em Natal-RN.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG |
Texto Completo: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34894 |
Resumo: | Símbolos deste planejamento urbano, os bairros de Tirol e Petrópolis, nascidos ainda no início do século XX como Cidade Nova, é a testemunha maior de como um espaço criado para atrair um público abastado. Fazemos referência ao espaço comparando Natal a um sistema de signos, cuja urbanização se concretizou num crescente, ora lenta, com a ocupação da Cidade Nova, ora acelerada, com a Segunda Guerra Mundial. Uma das mudanças mais importantes nesse contexto foi a ascensão e o declínio do caráter elitista de alguns logradouros, como a Praça Pedro Velho, ambiente bastante frequentado pelos habitantes da cidade, em especial pelos moradores de Petrópolis. A Praça Pedro Velho testemunhou as transformações que iam modificando Petrópolis, seja pelo passar dos anos ou pela negligência da administração da prefeitura local. Os problemas eram diversos, como a falta de infra-estrutura básica relacionada ao fornecimento de energia, chegando a ficar longos períodos às escuras, excedendo um ano inteiro de breu. Símbolo do planejamento urbano da cidade, entretanto, a Pedro Velho era a única grande praça da cidade. Muitas vezes esquecida, quase abandonada. A interrupção do fornecimento de água, vital para manter vivas as tartarugas nos tanques e regar as plantas e árvores, que formavam um belo conjunto ao lugar, era outra prova do descaso com aquele logradouro, orgulho dos moradores. O parquinho infantil era um dos mais procurados pelas crianças, principalmente nas tardes dos fins de semana. Tinha balanços, gangorras, escorregos, trapézios, círculos e árvores. Mas esta pujança não era contínua. O mato crescia e começava a ocupar a área dos brinquedos. As tartarugas, que faziam a alegria e a curiosidade da criançada, jaziam abandonadas entre lodos, galhos de pés de ficus benjamina e outros rejeitos. Da mesma forma, a Praça Pio X foi outro logradouro importante da cidade, que dividia com a Pedro Velho a preferência dos (novos) moradores. Entretanto, a falta de manutenção e até a extinção de uma delas, mostra uma cidade que esquece seus importantes lugares de lazer. Este quadro foi acompanhado por um processo de decadência dos serviços e da manutenção do logradouro. Apesar de ser a preferida para sediar grandiosos eventos reunindo multidões e servindo de lugar para outras manifestações, o aspecto físico da Praça Pio X nem sempre mereceu cuidados da administração pública. A fase de abandono culminava com a efetivação da apropriação do espaço por conta do seu verdadeiro dono. A Igreja católica buscava reaver um bem que era seu, mas que por muito tempo sua legitimidade foi dada por outros personagens. Dela, o que se salvaram foram as lembranças, as fotografias e as histórias de quem lá viveu momentos importantes da cidade, antecipando o futuro cujo ladrilho voltaria a ser composto por simples quadra dos de areia e mosaico. |
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