O feminino em multissemioses: os discursos da e sobre a mulher no funk brasileiro.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RODRIGUES, Samyra Ferreira Ramos.
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12304
Resumo: O funk ocupa, no cenário musical brasileiro, um espaço de preconceito e marginalização, uma vez que tem em sua origem comunidades pobres de morros cariocas. No entanto, com o passar dos anos, o funk expande os seus domínios e passa a ser ouvido em todas as regiões do Brasil. Contudo, Amorim (2009) salienta que essa disseminação do funk não acaba com a visão preconceituosa sobre o gênero no Brasil, que ainda é caracterizado pela associação com o tráfico de drogas e a vulgarização da imagem feminina. Além disso, ao observamos as produções audiovisuais do funk, percebemos uma grande incidência de crianças e jovens interagindo com estas produções, buscando, de alguma forma, representação e identificação. Assim, ao refletir sobre o espaço discursivo da mulher na produções referidas, e ao alcance dessa linguagem audiovisual para a educação linguística das crianças e jovens que interagem diretamente com essas produções, chegamos aos seguintes questionamentos: 1) Que linguagens sobre a mulher são disseminadas nas produções audiovisuais de funkeiros e funkeiras brasileiras? A fim de responder estes questionamentos, objetivamos, de modo geral, investigar as múltiplas linguagens sobre a mulher em produções de funk de funkeiros e funkeiras nacionais. De maneira específica, buscamos: a) Identificar as múltiplas linguagens sobre a mulher no gênero musical referido. b) Investigar os discursos e seus efeitos na produção de sentidos sobre a mulher no funk brasileiro. c) analisar as recepções dessas múltiplas linguagens para uma educação linguística do usuário em tempos de redes sociais. Acreditamos que as reflexões acerca do funk são relevantes, uma vez que o gênero ganha cada vez mais espaço no Brasil, mesclando-se muitas vezes com outros ritmos populares, e assim, atingindo maiores e mais diversos grupos. A fim de desenvolvermos o nosso estudo, traremos um breve histórico sobre os Novos Estudos de Letramentos (GEE, 2006; LANKSHEAR; KNOBEL, 2006; STREET 1984; 1995; 2003), e sobre as multissemioses e os multiletramentos (KRESS; VAN LEEUWEN, 1996; KRESS, 1989; KOCH, 2000, ROJO, 2012). Em seguida, apresentaremos considerações acerca, das formações discursivas e do sujeito no discurso (ORLANDI, 1988, 2012, ORLANDI; GUIMARÃES,1993; PÊCHEUX, 1988). Por fim, Em desenvolvemos uma contextualização histórica do gênero musical por nós selecionado, o funk brasileiro. Nesse capítulo, também, comentamos as questões referentes ao espaço discursivo que a mulher ocupa no funk da atualidade (AMORIM, 2009; HÉRITIER, 1996; YÚDICE, 2004). Nossa pesquisa se configura como sendo do tipo documental, e de natureza qualitativa, uma vez que, em nosso desenvolvimento metodológico, selecionamos 10 produções de funk – retiradas do site letras.mus.com.br – com o seguinte destaque: cinco destas produções são escritas e interpretadas por homens, enquanto as outras cinco são escritas e interpretadas por mulheres. Além disso, selecionamos 5 comentários referentes à cada produção a fim de atender ao terceiro objeto específico. Ao que percebemos, o discurso encontrado nas músicas produzidas por homens é sexista, atribuindo às mulheres uma posição de subserviência sexual. No discurso das mulheres percebemos aspectos diferentes, como a agressividade, mas também um aspecto em comum: a reprodução de comportamentos machistas. No entanto, salientamos uma produção que apresenta um discurso de empoderamento e força feminina.
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Além disso, ao observamos as produções audiovisuais do funk, percebemos uma grande incidência de crianças e jovens interagindo com estas produções, buscando, de alguma forma, representação e identificação. Assim, ao refletir sobre o espaço discursivo da mulher na produções referidas, e ao alcance dessa linguagem audiovisual para a educação linguística das crianças e jovens que interagem diretamente com essas produções, chegamos aos seguintes questionamentos: 1) Que linguagens sobre a mulher são disseminadas nas produções audiovisuais de funkeiros e funkeiras brasileiras? A fim de responder estes questionamentos, objetivamos, de modo geral, investigar as múltiplas linguagens sobre a mulher em produções de funk de funkeiros e funkeiras nacionais. De maneira específica, buscamos: a) Identificar as múltiplas linguagens sobre a mulher no gênero musical referido. b) Investigar os discursos e seus efeitos na produção de sentidos sobre a mulher no funk brasileiro. c) analisar as recepções dessas múltiplas linguagens para uma educação linguística do usuário em tempos de redes sociais. Acreditamos que as reflexões acerca do funk são relevantes, uma vez que o gênero ganha cada vez mais espaço no Brasil, mesclando-se muitas vezes com outros ritmos populares, e assim, atingindo maiores e mais diversos grupos. A fim de desenvolvermos o nosso estudo, traremos um breve histórico sobre os Novos Estudos de Letramentos (GEE, 2006; LANKSHEAR; KNOBEL, 2006; STREET 1984; 1995; 2003), e sobre as multissemioses e os multiletramentos (KRESS; VAN LEEUWEN, 1996; KRESS, 1989; KOCH, 2000, ROJO, 2012). Em seguida, apresentaremos considerações acerca, das formações discursivas e do sujeito no discurso (ORLANDI, 1988, 2012, ORLANDI; GUIMARÃES,1993; PÊCHEUX, 1988). Por fim, Em desenvolvemos uma contextualização histórica do gênero musical por nós selecionado, o funk brasileiro. Nesse capítulo, também, comentamos as questões referentes ao espaço discursivo que a mulher ocupa no funk da atualidade (AMORIM, 2009; HÉRITIER, 1996; YÚDICE, 2004). Nossa pesquisa se configura como sendo do tipo documental, e de natureza qualitativa, uma vez que, em nosso desenvolvimento metodológico, selecionamos 10 produções de funk – retiradas do site letras.mus.com.br – com o seguinte destaque: cinco destas produções são escritas e interpretadas por homens, enquanto as outras cinco são escritas e interpretadas por mulheres. Além disso, selecionamos 5 comentários referentes à cada produção a fim de atender ao terceiro objeto específico. Ao que percebemos, o discurso encontrado nas músicas produzidas por homens é sexista, atribuindo às mulheres uma posição de subserviência sexual. No discurso das mulheres percebemos aspectos diferentes, como a agressividade, mas também um aspecto em comum: a reprodução de comportamentos machistas. No entanto, salientamos uma produção que apresenta um discurso de empoderamento e força feminina.Funk occupies, in the Brazilian musical scene, a space of prejudice and marginalization, since it has in its origin poor communities of Carioca hills. However, over the years, funk expands its domains and is heard in all regions of Brazil. However, Amorim (2009) points out that this dissemination of funk does not end the biased view about gender in Brazil, which is still characterized by association with drug trafficking and vulgarization of the female image. In addition, when we observe the audiovisual productions of funk, we perceive a high incidence of children and young people interacting with these productions, seeking, in some way, representation and identification. Thus, when we reflect on the discursive space of women in the productions referred to, and the scope of this audiovisual language for the language education of children and young people who interact directly with these productions, we come to the following questions: 1) What languages about women are disseminated in productions of Brazilian funkeiros and funkeiras? In order to answer these questions, we aim, in general, to investigate the multiple languages about women in funk productions of national funkeiros and funkeiras. Specifically, we seek to: a) Identify the multiple languages about women in the musical genre referred to. b) Investigate the discourses and their effects on the production of meanings about women in Brazilian funk. c) analyze the receptions of these multiple languages for a language education of the user in times of social networks. We believe that the reflections about funk are relevant, since the genre gains more and more space in Brazil, often merging with other popular rhythms, and thus reaching larger and more diverse groups. In order to develop our study, we will present a brief history of the New Literacy Studies (GEE, 2006, LANKSHEAR, KNOBEL, 2006, STREET 1984, 1995, 2003) and multisemiology and multiletrations (Van Leeuwen, 1996, KRESS, 1989; KOCH, 2000, RED, 2012). Then, we will present considerations about the discursive formations and the subject in the discourse (ORLANDI, 1988, 2012, ORLANDI; GUIMARÃES, 1993; PÊCHEUX, 1988). Finally, In we developed a historical contextualization of the musical genre we selected, the Brazilian funk. In this chapter, we also discuss the issues related to the discursive space that women occupy in today's funk (AMORIM, 2009; HÉRITIER, 1996; YÚDICE, 2004). Our research is configured as a documentary type, and of a qualitative nature, since, in our methodological development, we selected 10 funk productions - taken from the site letras.mus.com.br - with the following highlight: five of these productions are written and interpreted by men, while the other five are written and interpreted by women. In addition, we selected 5 comments regarding each production in order to meet the third specific object. To what we perceive, the discourse found in the songs produced by men is sexist, attributing to women a position of sexual subservience. In the women's discourse we perceive different aspects, such as aggressiveness, but also one aspect in common: the reproduction of macho behavior. However, we emphasize a production that presents a discourse of empowerment and feminine force.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Humanidades - CHPÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINOUFCGARCOVERDE, Rossana Delmar de Lima.ARCOVERDE, Rossanahttp://lattes.cnpq.br/2543323475176747ROCHA , Silvia Roberta da Mota.FARIAS , Washington Silva de.RODRIGUES, Samyra Ferreira Ramos.20182020-03-03T17:00:57Z2020-03-032020-03-03T17:00:57Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12304RODRIGUES, S. F. R. O feminino em multissemioses: os discursos da e sobre a mulher no funk brasileiro. 147 f. Dissertação (Mestrado em Linguagem e Ensino) – Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, 2018. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12304porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2022-09-20T14:44:38Zoai:localhost:riufcg/12304Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512022-09-20T14:44:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
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