As imagens da personificação do Mal no Canto XXXIV da Divina Comédia e no conto A Igreja do Diabo.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: PINTO, Mayara Barbosa Alves.
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/9131
Resumo: O Diabo, enquanto entidade teológica, ocupa lugar de destaque no imaginário ocidental. Mas não menos relevante é seu status de personagem ficcional, o que possibilitou a formação de uma vasta iconografia e de diferentes configurações para a personificação do mal. Nas produções literárias elaboradas entre a Idade Média e a Idade Moderna, Satã passou por um constante processo de mutação conforme a própria sociedade progredia, politicamente e culturalmente. A iconografia satânica foi concebida a partir de uma vaga noção que a Bíblia oferece. Assim, recaiu sobre os artistas e escritores criar e reinventar as feições e a personalidade do anjo caído. Dante Alighieri, autor de uma das mais expressivas descrições do Inferno e do Diabo em sua Divina Comédia (1307-1321), concede à figura traços monstruosos e uma estrutura física gigantesca mas que, ao mesmo tempo, é desprovido de liberdade e de cognição. Outra narrativa que coloca Satã como protagonista é o conto A Igreja do Diabo (1884), de Machado de Assis, que apresenta-o solto e determinado a inverter todos os preceitos morais cristãos e instituir um verdadeiro mundo às avessas. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar comparativamente essas duas representações, à luz da interpretação figural e das teorias bakhtinianas de paródia/carnavalização, na intenção de identificar em quais aspectos elas são semelhantes e em que momento distanciam-se. Para tanto, nos apoiamos em autores que seguiram as pegadas deixadas pelo anjo rebelde nas narrativas ocidentais e traçaram um panorama das origens e da trajetória dessa criatura mítica, tendo como referencial teórico as pesquisas de alguns historiadores (LINK, 1998; MUCHEMBLED, 2001; NOGUEIRA, 1986). Logo após, expomos quais motivos nos levaram a selecionar os textos de Dante Alighieri e de Machado de Assis como objetos de análise. Da perspectiva teórico-metodológico, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo exploratória e com abordagem qualitativa. E com este trabalho, esperamos contribuir para o campo de estudos dedicados a identificar as referências dantescas presentes na produção machadiana; e através do recorte histórico e cultural da figura do Diabo, auxiliar na compreensão dos modos como essa entidade tornou-se um conceito livre a ser desenvolvido à maneira do fazer poético e inventivo de quem propõe-se a representar o ente que carrega a essência do maligno.
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spelling As imagens da personificação do Mal no Canto XXXIV da Divina Comédia e no conto A Igreja do Diabo.The images of the personification of Evil in the XXXIV Singing of the Divine Comedy and the tale The Devil's Church.Estudos literáriosTeoria BakhtinianaAnálise literáriaDante AlighieriMachado de AssisDiaboLiterary StudiesBakhtinian TheoryLiterary AnalysisDevilLetras - Língua Portuguesa.O Diabo, enquanto entidade teológica, ocupa lugar de destaque no imaginário ocidental. Mas não menos relevante é seu status de personagem ficcional, o que possibilitou a formação de uma vasta iconografia e de diferentes configurações para a personificação do mal. Nas produções literárias elaboradas entre a Idade Média e a Idade Moderna, Satã passou por um constante processo de mutação conforme a própria sociedade progredia, politicamente e culturalmente. A iconografia satânica foi concebida a partir de uma vaga noção que a Bíblia oferece. Assim, recaiu sobre os artistas e escritores criar e reinventar as feições e a personalidade do anjo caído. Dante Alighieri, autor de uma das mais expressivas descrições do Inferno e do Diabo em sua Divina Comédia (1307-1321), concede à figura traços monstruosos e uma estrutura física gigantesca mas que, ao mesmo tempo, é desprovido de liberdade e de cognição. Outra narrativa que coloca Satã como protagonista é o conto A Igreja do Diabo (1884), de Machado de Assis, que apresenta-o solto e determinado a inverter todos os preceitos morais cristãos e instituir um verdadeiro mundo às avessas. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar comparativamente essas duas representações, à luz da interpretação figural e das teorias bakhtinianas de paródia/carnavalização, na intenção de identificar em quais aspectos elas são semelhantes e em que momento distanciam-se. Para tanto, nos apoiamos em autores que seguiram as pegadas deixadas pelo anjo rebelde nas narrativas ocidentais e traçaram um panorama das origens e da trajetória dessa criatura mítica, tendo como referencial teórico as pesquisas de alguns historiadores (LINK, 1998; MUCHEMBLED, 2001; NOGUEIRA, 1986). Logo após, expomos quais motivos nos levaram a selecionar os textos de Dante Alighieri e de Machado de Assis como objetos de análise. Da perspectiva teórico-metodológico, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo exploratória e com abordagem qualitativa. E com este trabalho, esperamos contribuir para o campo de estudos dedicados a identificar as referências dantescas presentes na produção machadiana; e através do recorte histórico e cultural da figura do Diabo, auxiliar na compreensão dos modos como essa entidade tornou-se um conceito livre a ser desenvolvido à maneira do fazer poético e inventivo de quem propõe-se a representar o ente que carrega a essência do maligno.The Devil, as a theological entity, engross a highlight place in the western imaginary. But no less relevant is his status as a fictional character, which enabled the establishment of a vast iconography and different configurations for the embodiment of evil. In the literary productions elaborated between the Middle Ages and the Modern Age, Satan went through a constant process of mutation as the society itself progressed, politically and culturally. Satanic iconography was conceived from a inaccurate notion offered by the Bible, then, it was left to artists and writers to create and reinvent the features and a personality of the fallen angel. Dante Alighieri, author of one of the most expressive descriptions of Hell and of the Devil in his Divine Comedy (1307-1321), gives to the figure a monstrous shape and a gigantic physical structure but, at the same time, devoid of freedom and cognition. Another narrative that puts Satan as the protagonist is the short story A Igreja do Diabo (1884), written by Machado de Assis, who sets him free and deeply motivated to turn over all christian moral rules and establish a true upside down world. In this way, the present work aims to comparatively analyze these two representations, enlightened by figural interpretation and the Bakhtin's theories of parody/carnavalization, with the intention of identifying in which aspects they are similar and at what point they are far from each other. Thus, we rely on authors who have followed the footsteps left by the rebel angel in Western narratives and traced an overview of the origins and trajectory of this mythical creature, having as theoretic references the researches of some historians (LINK, 1998; MUCHEMBLED, 2001; NOGUEIRA, 1986). Next, we explain what motives led us to select the texts of Dante Alighieri and Machado de Assis as objects of analysis. From the theoretical-methodological perspective, this is a bibliographic research, from a exploratory type and with a qualitative approach. And with this research, we expect to add to the field of studies dedicated to identifying the Dante’s references in all works written by Machado; and through the historical and cultural profile of Devil’s figure, we hope to help realize in which ways this entity has became a free concept to be developed in the poetic and inventive writing’s style from who offers to represent a being that carries the maleficent essence.Universidade Federal de Campina GrandeBrasilCentro de Formação de Professores - CFPUFCGFERREIRA JÚNIOR, Nelson Eliezer.FERREIRA JUNIOR, Nelson.http://lattes.cnpq.br/4132315893586224SOUSA, Elri Bandeira de.SILVA, Abdoral Inácio da.PINTO, Mayara Barbosa Alves.2018-08-012019-11-13T10:47:13Z2019-11-132019-11-13T10:47:13Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesishttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/9131PINTO, Mayara Barbosa Alves. AS imagens da personificação do Mal no Canto XXXIV da Divina Comédia e no conto A Igreja do Diabo. 2018. 62f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa) - Centro de Formação de Professores, Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2018.porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCGinstname:Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)instacron:UFCG2021-06-25T12:05:18Zoai:localhost:riufcg/9131Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.ufcg.edu.br/PUBhttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/oai/requestbdtd@setor.ufcg.edu.br || bdtd@setor.ufcg.edu.bropendoar:48512021-06-25T12:05:18Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)false
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