Helena, de Machado de Assis: uma leitura feminista e póscolonialista.

• Autor(a) principal: SOUZA, Daniel Bezerra de.
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
• Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11537
• topic: Análise literária; Feminismo; Pós-colonialismo; Literatura brasileira; Literary analysis; Feminism; Postcolonialism; Brazilian literature; Letras - Língua Portuguesa.

Esta pesquisa analisa o romance Helena (1876), de um dos mais importantes escritores brasileiros, Machado de Assis, na perspectiva feminista e pós-colonial. Esta combinação de perspectivas tem sido utilizada nas últimas décadas para análises de obras das mais diversas com o objetivo de estabelecer intersecções entre gênero, raça e classe em contextos (pós)coloniais. Merece destaque o pioneirismo deste trabalho, uma vez que não foram localizadas em nossas pesquisas trabalhos que analisem esta obra pelo viés pós-colonialista. Na verdade, a ausência de estudos da literatura nacional por estas lentes ainda é raro, talvez pelo fato de que o Brasil foi à única colônia do mundo a tornar-se capital do império que a colonizava, o que conferiu às letras nacionais uma ilusão de pertença à essência portuguesa – e neste contexto que a obra em apreço está inserida. Entretanto, com a independência, o caminho trilhado pelo Brasil foi de total desvinculamento da antiga Metrópole imperialista, o que permitiu os autores nacionais a ―ignorar‖ o passado colonial e a olhar para o futuro. Assim, Helena reproduz as ideologias imperialistas e patriarcais que dominavam o cenário oitocentista brasileiro, o qual é retratado como sendo de total harmonia com a condição de colônia e de escravidão, no caso dos personagens brasileiros (brancos e negros), e de total conformismo por parte das mulheres, com o domínio patriarcal, tanto as brancas como as negras. Está obra é uma típica falácia de textos coloniais e patriarcais, ou seja, a ausência de resistência e criticidade por parte dos subalternos.