As novas (des)ordens familiares e as identidades femininas em mutação.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Daniela Pereira da.
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35264
Resumo: As mudanças e transformações que percebemos na contemporaneidade são sentidas em várias esferas, inclusive na família e no casamento. A família contemporânea apresenta hoje vários modelos, embora a nuclear seja ainda muito presente, outros modelos são perceptíveis, seja a mãe com o(s) filho(s), avós que criam netos, enfim, diversas composições que se tomam cada vez mais visíveis e fonte importantíssima para pesquisas e entrevistas em vários ramos de estudo. Para alguns estudiosos, como Sarti (2002), a família tradicional foi “abalada” pelas mudanças contemporâneas. Para outros, como Singly (2007), ela apenas está passando por transformações, incluindo o comportamento dos vários componentes desta e suas relações. Pesquisas realizadas pelo Jornal Folha de São Paulo (1998, 2007) mostram as várias mudanças na família contemporânea, alguns aspectos interessantes como os vários modelos de família existente no Brasil e a grande importância dada à família, principalmente em 2007, mais do que em 1998. O casamento que antes era um pré-requisito para formar uma família, hoje não é mais, embora a maioria do que vemos é a ordem casamento-família, muitas pessoas estão optando pelas chamadas uniões livres, sem ter de passar pela burocracia dos papéis do casamento no civil ou no religioso. Um dado interessante das pesquisas é que o casamento é mais desejado entre os homens do que entre as mulheres, embora seja uma diferença sutil. A fidelidade é colocada como requisito principal para um bom marido e uma boa esposa, acompanhada de requisitos interessantes, como ser bom companheiro, amar a(o) esposo(a), enfim, são pré-requisito bem diferentes dos de algumas décadas atrás, quando ser um boa esposa era ser boa dona-de-casa, saber realizar as tarefas domésticas e ser boa mãe, e ser bom marido era ser um provedor e ter uma certa moralidade com os filhos. Percebe-se que os sentimentos ganham grande importância nas relações. Se a fidelidade é o principal pré-requisito, a infidelidade toma-se um dos requisitos mais intoleráveis no casamento, seguido da falta de companheirismo e amor entre os cônjuges. As mudanças ocorridas com as mulheres tomam-se um fator de suma importância neste contexto de transformações na família e no casamento. A partir do momento em que a mulher sai de casa para trabalhar fora, muita coisa modifica-se, agora ela vai contribuir com as despesas da casa, vai colocar um pouco de lado os filhos, a casa e suas tarefas domésticas, embora isto não inclua todas as mulheres. Quem não conhece ou é uma delas? Lipovetsky (2000) mostra-nos que, a partir do século XIX, o comportamento feminino começa a modificar-se. Num primeiro momento, a mulher é vista como “depreciada”, vive para o lar, é excluída das esferas prestigiosas dominadas pelos homens e ela só tem valor em casa. Num segundo momento, ela é enaltecida como a figura de mãe, fixando-a assim ao interior de sua casa. E a partir do século XIX a mulher é vista como indeterminada, chamada pelo autor como a pós-mulher no lar, ela vai fazer seu destino, estudar, trabalhar fora ou dentro do lar. Na relação conjugal ou nas uniões livres, o casal trabalha junto, divide tarefas e despesas, embora não sejam todos casos iguais. Segundo as pesquisas do Data folha (1998, 2007), a mãe é a figura mais importante na família, a maioria das pessoas entrevistadas disse ter um relacionamento ótimo ou bom com a mãe, melhor do que qualquer outro componente familiar. E o seu início numa carreira profissional causa grande impacto no casamento e na família.
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Para outros, como Singly (2007), ela apenas está passando por transformações, incluindo o comportamento dos vários componentes desta e suas relações. Pesquisas realizadas pelo Jornal Folha de São Paulo (1998, 2007) mostram as várias mudanças na família contemporânea, alguns aspectos interessantes como os vários modelos de família existente no Brasil e a grande importância dada à família, principalmente em 2007, mais do que em 1998. O casamento que antes era um pré-requisito para formar uma família, hoje não é mais, embora a maioria do que vemos é a ordem casamento-família, muitas pessoas estão optando pelas chamadas uniões livres, sem ter de passar pela burocracia dos papéis do casamento no civil ou no religioso. Um dado interessante das pesquisas é que o casamento é mais desejado entre os homens do que entre as mulheres, embora seja uma diferença sutil. A fidelidade é colocada como requisito principal para um bom marido e uma boa esposa, acompanhada de requisitos interessantes, como ser bom companheiro, amar a(o) esposo(a), enfim, são pré-requisito bem diferentes dos de algumas décadas atrás, quando ser um boa esposa era ser boa dona-de-casa, saber realizar as tarefas domésticas e ser boa mãe, e ser bom marido era ser um provedor e ter uma certa moralidade com os filhos. Percebe-se que os sentimentos ganham grande importância nas relações. Se a fidelidade é o principal pré-requisito, a infidelidade toma-se um dos requisitos mais intoleráveis no casamento, seguido da falta de companheirismo e amor entre os cônjuges. As mudanças ocorridas com as mulheres tomam-se um fator de suma importância neste contexto de transformações na família e no casamento. A partir do momento em que a mulher sai de casa para trabalhar fora, muita coisa modifica-se, agora ela vai contribuir com as despesas da casa, vai colocar um pouco de lado os filhos, a casa e suas tarefas domésticas, embora isto não inclua todas as mulheres. Quem não conhece ou é uma delas? Lipovetsky (2000) mostra-nos que, a partir do século XIX, o comportamento feminino começa a modificar-se. Num primeiro momento, a mulher é vista como “depreciada”, vive para o lar, é excluída das esferas prestigiosas dominadas pelos homens e ela só tem valor em casa. Num segundo momento, ela é enaltecida como a figura de mãe, fixando-a assim ao interior de sua casa. E a partir do século XIX a mulher é vista como indeterminada, chamada pelo autor como a pós-mulher no lar, ela vai fazer seu destino, estudar, trabalhar fora ou dentro do lar. Na relação conjugal ou nas uniões livres, o casal trabalha junto, divide tarefas e despesas, embora não sejam todos casos iguais. 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