Instituições de sociabilidade e resistência: irmandades negras na Parahyba do século XIX.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ALVES, Naiara Ferraz Bandeira.
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCG
Texto Completo: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36635
Resumo: As irmandades negras desempenharam um papel vital na reorganização social homens negros na sociedade escravista, Paraibana do século XIX fossem cativos ou libertos. Durante algum tempo, na historiografia brasileira e internacional, observou-se estas instituições apenas como elemento de alienação negra diante da escravidão, já que a catequese dos pagãos foi utilizada para impor aos escravos os sentimentos de um bom cristão, como a devoção e a humildade, o que deveria resultar em conformação. A catequese era vista, portanto, não só como um bem que se estava fazendo àqueles que viviam lado a lado com o pecado, como também para impor aos escravos sentimentos que desenvolvidos em suas mentes, os levariam à conformação de sua situação, pondo suas melhores expectativas em algo que aconteceria após a morte, pois nesta vida não existia outra solução a não ser a da vida como escravo. Questiona-se o processo de conversão desenvolvido dentro das irmandades, que eram instituições católicas que procuravam seguir os ritos oficiais, além de serem vigiadas para que cumprissem com os artigos descritos em suas ordens de compromisso apresentadas às autoridades locais e imperiais. Os negros foram convertidos ao catolicismo, eram batizados, ainda nos portos africanos, mas não eram, como todo ser humano papéis em branco, ou seja, possuíam uma bagagem cultural trazida de suas terras natais, ou no caso dos que nasceram no Brasil, recebida de seus parentes. Isto significa que não havia como o negro simplesmente abandonar tudo o que conhecia e sabia para absorver completa e intensamente a religião católica. Além disso, a catequização e a conversão dos escravos não passavam do batismo e, quando muito, de uma primeira comunhão. Não lhes eram explicados os dogmas da igreja, apenas lhes obrigavam a cumpri-los sem entender o porquê.
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