Riscos psicossociais para a saÃde de trabalhadores efetivos e terceirizados em uma instituiÃÃo pÃblico-privada no Estado do CearÃ

• Autor(a) principal: Samara Silva Silveira
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20335
• topic: Trabalho; terceirizaÃÃo; fatores de risco psicossociais; saÃde do trabalhador; Work; Outsourcing; Psychosocial risk factors; Workerâs health; PSICOLOGIA

Esta dissertaÃÃo objetivou avaliar os riscos psicossociais presentes no contexto de trabalho de uma instituiÃÃo pÃblico-privada do estado do Cearà que possam influenciar no processo saÃde/doenÃa dos seus trabalhadores efetivos e terceirizados. Identificaram-se os fenÃmenos psicossociais existentes nas relaÃÃes de trabalho, analisando processos de subjetivaÃÃo e contribuindo para a compreensÃo dos efeitos adversos da heterogeneidade de vÃnculos laborais sobre a saÃde do trabalhador, a partir da perspectiva psicossociolÃgica, bem como do campo da SaÃde do Trabalhador. Para tanto, iniciou-se o delineamento a parte da seguinte pergunta: quais os riscos psicossociais para a saÃde do trabalhador presentes no ambiente de trabalho de uma instituiÃÃo pÃblico-privado? Foram considerados mÃtodos quantitativos e qualitativos e a pesquisa caracterizada como um estudo de caso. Utilizou-se trÃs escalas do InventÃrio de Trabalho e Riscos de Adoecimento â ITRA, questionÃrio biosociodemogrÃfico e entrevistas semiestruturadas. Contou-se com o suporte do programa estatÃstico SPSS e do mÃtodo de AnÃlise SociolÃgica do Discurso como recurso de tratamento dos dados. Responderam ao questionÃrio 312 participantes e, posteriormente, entrevistaram-se 10 trabalhadores (4 efetivos e 6 terceirizados). Os resultados mais significativos do questionÃrio indicaram nÃveis de avaliaÃÃo crÃticos para os fatores âorganizaÃÃo do trabalhoâ (70,2%; M = 3,11) e grave para âcusto cognitivoâ (46,8%; M = 3,48); e satisfatÃrios para âRealizaÃÃo Profissionalâ (54,5%; M = 3,98), âLiberdade de ExpressÃoâ (59%; M = 4,19), âCusto FÃsicoâ (74,7%; M = 1,87) e âFalta de Reconhecimentoâ (58,7%; M = 1,84). Os resultados estatÃsticos do teste t indicaram diferenÃa significativa entre trabalhadores efetivos e terceirizados apenas para os fatores âorganizaÃÃo do trabalhoâ, ârelaÃÃes socioprofissionaisâ e âcusto fÃsicoâ. A partir da integraÃÃo dos dados, evidencia-se os seguintes aspectos potencializadores de adoecimento e fontes de desgaste: ingerÃncias polÃticas, cobranÃa por resultados, burocratizaÃÃo de procedimentos e falta de treinamento para formaÃÃo de gestores. No quesito de promoÃÃo de saÃde, destaca-se a prÃtica de atividade fÃsica, a religiÃo e o forte vÃnculo afetivo estabelecido com a organizaÃÃo e com os colegas de trabalho. Foi possÃvel apreender e melhor compreender o contexto desses trabalhadores a partir da sua prÃpria perspectiva, assim como corroborar achados, apontados pela literatura, de vulnerabilidade e precarizaÃÃo dos indivÃduos prestadores de serviÃos terceirizados.