Hidrossedimentologia e disponibilidade hÃdrica da bacia hidrogrÃfica da Barragem de PoilÃo, Cabo Verde

• Autor(a) principal: Josà JoÃo Lopes Teixeira
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=6385
• topic: Assoreamento; OperaÃÃo de reservatÃrios; Disponibilidade hÃdrica; Barragem de PoilÃo; Water availability; PoilÃo dam; Siltation; Reservoir operation; ENGENHARIA AGRICOLA

O ArquipÃlago de Cabo Verde, situado na costa ocidental africana, sofre influÃncia do deserto de Saara tornando o clima caracterizado por pluviometria muito baixa e distribuÃda irregularmente no espaÃo e no tempo. As chuvas sÃo muito concentradas, gerando grandes escoamentos para o mar. O aumento da disponibilidade hÃdrica requer alÃm da construÃÃo e manutenÃÃo de infraestrutura de captaÃÃo e conservaÃÃo de Ãguas pluviais, uma gestÃo eficiente destes recursos. Atualmente, constitui um dos eixos estratÃgicos da polÃtica do Estado de Cabo Verde, a captaÃÃo, o armazenamento e a mobilizaÃÃo de Ãguas superficiais atravÃs de construÃÃo de barragens. Estudos do comportamento hidrolÃgico e sedimentolÃgico do reservatÃrio e da sua bacia de contribuiÃÃo constituem premissas bÃsicas para adequados dimensionamento, gestÃo e monitoramento da referida infraestrutura. à nesse sentido que o presente estudo objetivou sistematizar informaÃÃes hidrolÃgicas e sedimentolÃgicas da bacia hidrogrÃfica da Barragem de PoilÃo (BP) e apresentou proposta operacional de longo prazo. A Ãrea de estudo ocupa 28 km da Bacia HidrogrÃfica da Ribeira Seca (BHRS) na Ilha de Santiago. A altitude da bacia varia de 99 m, situada na cota da barragem, atà 1394 m. Para o estudo, foram utilizados e sistematizados sÃrie pluviomÃtrica de 1973 a 2010, registros de vazÃo instantÃnea do perÃodo 1984 a 2000 e registros agroclimÃticos da Ãrea de estudo de 1981 a 2004. Para o preenchimento das falhas tanto dos escoamentos como da descarga sÃlida em suspensÃo, foi utilizado o mÃtodo de curva chave. Para estimativa de produÃÃo de sedimentos na bacia, aplicou-se a EquaÃÃo Universal de Perda de Solo (USLE) associada à razÃo de aporte de sedimentos (SDR). O Ãndice de retenÃÃo de sedimentos no reservatÃrio foi estimado pelo mÃtodo de Brune e a distribuiÃÃo de sedimento pelo mÃtodo empÃrico de reduÃÃo de Ãrea descrito por Borland e Miller e revisado por Lara. Para gerar e simular curvas de vazÃo versus garantia foi utilizado cÃdigo computacional VYELAS, desenvolvido por AraÃjo e baseado na abordagem de Campos. TambÃm foi avaliada uma possÃvel reduÃÃo da vazÃo de retirada do perÃodo 2006 a 2026, provocada pelo assoreamento do reservatÃrio. Concluiu-se que, em mÃdia, a precipitaÃÃo anual à de 323 mm, concentrando-se 73% nos meses de agosto e setembro; a bacia de contribuiÃÃo apresenta nÃmero de curva (CN) 76, com abstraÃÃo inicial (Ia) de 26 mm, coeficiente de escoamento de 19% e vazÃo anual afluente de 1,7 hm (Cv = 0,73); a disponibilidade hÃdrica para garantia de 85% à 0,548 hmÂ/ano e nÃo 0,671 hmÂ/ano, como indica o projeto original da barragem. Com uma descarga sÃlida avaliada em 22.185 mÂ/ano, estima-se que, atà o ano de 2026, a capacidade do reservatÃrio seja reduzida a uma taxa de 1,8 % ao ano, devido ao assoreamento, provocando uma reduÃÃo de 41% da disponibilidade hÃdrica inicial. Em 2026, segundo as estimativas dessa pesquisa, as perdas por evaporaÃÃo e sangria deverÃo ser da ordem de 81% da vazÃo afluente ao reservatÃrio. Na base desses resultados se apresentou proposta de operaÃÃo da Barragem de PoilÃo