ResÃduos culturais e literÃrios do medievo europeu cristalizados na identidade do herÃi sertanejo

• Autor(a) principal: Marcos Paulo Torres Pereira
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5730
• topic: Residualidade Cultural; Identidade; Mentalidade; Residuality Culture; Identity; Mentality; LETRAS

O romance da Pedra do Reino à narrado pelo protagonista Pedro Dinis Ferreira Quaderna que, ao ser preso por autoridades do Estado Novo, em TaperoÃ, escreve sua epopÃia, seu memorial, a partir das histÃrias de seus ancestrais. O imaginÃrio que colore a Pedra do Reino, num fantÃstico cenÃrio no qual a transfiguraÃÃo do mundo sertanejo à filtrada pelos olhos do narrador Quaderna, a partir de um pensamento remanescente da mentalidade medieval europÃia, apresenta o cotidiano do sertÃo envolto pelo que denominamos de Nordeste Medieval, a ser compreendido na obra mediante a Teoria dos ResÃduos LiterÃrios e Culturais. A teoria busca comprovar o papel do imaginÃrio, da memÃria e da cultura dos povos na produÃÃo literÃria destes, trazendo à luz os substratos mentais que foram absorvidos pelo autor e que foram empregados na produÃÃo do texto literÃrio, reciclados esteticamente atravÃs da cristalizaÃÃo. A cristalizaÃÃo de resÃduos culturais e literÃrios à a re-elaboraÃÃo constante das experiÃncias vividas, memÃria e tradiÃÃo, em um novo contexto imaginativo, que traz à obra novas possibilidades criativas que se tornarÃo responsÃveis pela geraÃÃo de um ato discursivo entre leitor e texto, mediante o processo de identificaÃÃo de si e do outro, alÃm de possibilitar ao plano enunciativo uma âabertura da significaÃÃoâ na qual se estabelecem relaÃÃes novas entre os significantes e seu sentido, forjados na mentalidade, de forma consciente ou inconsciente, gerando a permanÃncia de resÃduos de realidade, sedimentos (Ãtnicos, culturais, histÃricos, artÃsticos etc.), que serÃo novamente materiais de criaÃÃo simbÃlica.