Quero minha mÃe: a representaÃÃo da infÃncia e da figura materna na obra de AdÃlia Prado

• Autor(a) principal: KÃlvia Alves Fontenele
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=16039
• topic: AdÃlia Prado; InfÃncia; MÃe; AdÃlia Prado; Childhood; Mother; LITERATURA COMPARADA

Esta pesquisa tem enfoque na representaÃÃo da infÃncia e da figura materna presente na literatura da escritora mineira AdÃlia Prado, buscando entender como se dà a integraÃÃo desses elementos no universo literÃrio em exame. Para tanto, à realizada uma leitura de duas obras fortemente marcadas pelo traÃo memorialÃstico motivador dessas temÃticas, o livro infantil Quando eu era pequena e a narrativa novelÃstica Quero minha mÃe. Com base nesse corpus, propÃem-se algumas discussÃes acerca de questÃes como a complexidade do ser crianÃa, o carÃter simplÃrio comumente atribuÃdo à literatura infantil, a constante recorrÃncia da infÃncia e do sujeito mÃe nessa literatura, o papel deste no desenvolvimento da subjetividade das personagens adelianas, entre outras. Metodologicamente, procede-se de inÃcio a um estudo sobre as caracterÃsticas da escrita de AdÃlia Prado, principalmente com base em suas influÃncias literÃrias. Em seguida, faz-se um apanhado da temÃtica da infÃncia nessa obra tendo por base a narrativa de Quando eu era pequena, para se chegar, entÃo, à representaÃÃo da mÃe, ser que, nessa obra como um todo, vincula-se estritamente a essa fase primeva da vida do indivÃduo e à representada, de maneira mais presente, no livro Quero minha mÃe. A relevÃncia de estudar a infÃncia e a figura da mÃe, de forma mais ampla, dialogando com o contexto social; faculta uma abordagem interdisciplinar, recorrendo-se a fundamentos filosÃficos, psicolÃgicos, histÃricos e sociolÃgicos. Para tanto, como aportes teÃricos, sÃo referidos estudos sobre infÃncia (CHOMBART DE LAUWE, 1991; LAJOLO, 1997; ARIÃS, 2006; MATA, 2006; COUTINHO, 2012a, 2012b), sobre historiografia, teoria e crÃtica literÃria (ARRIGUCCI JR., 1987, 2002; PERRONE-MOISÃS, 1990, 1998, 2012; BARTHES, 2003, 2011; NITRINI, 2010;), sobre a autora (LUCAS, 1991; QUEIROZ, 1994; HOHLFELDT, 2000; FONTENELE, 2002), sobre a histÃria social da mulher, a feminilidade e a relaÃÃo mÃe-filha (BEAUVOIR, 1970; BADINTER, 1985; CAMPOS, 2005; DEL PRIORE, 1995; FREUD, 1931, 1932; ZALCBERG, 2003), entre outros considerados pertinentes à discussÃo. Assim, examina-se a obra de AdÃlia Prado, demonstrando-se, principalmente, que, em tal registro literÃrio, ocorre uma desconstruÃÃo da imagem idealizada tanto da infÃncia como da figura materna, tÃo presente na cultura ocidental. AlÃm disso, aponta-se tambÃm que infÃncia e mÃe sÃo duas temÃticas que se encontram umbilicalmente interligadas nÃo apenas nos dois livros que compÃem o corpus deste trabalho, mas abrangem toda a produÃÃo ficcional da escritora, criando para a obra um traÃado de vasos comunicantes.