Psicoses na infancia e escolarizaÃÃo: uma pesquisa colaborativa na rede regular de ensino
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisPsicoses na infancia e escolarizaÃÃo: uma pesquisa colaborativa na rede regular de ensino2012-05-31Rita Vieira de Figueiredo43833586400LaÃria Beserra Fontenele29848369368http://lattes.cnpq.br/8007133176136088Leonardo Josà Barreira Danziato23149370310http://lattes.cnpq.br/0173039569237058Adriana Leite Limaverde Gomes16927974334http://lattes.cnpq.br/3072347002192936Jean-Robert Poulin6011382533156058292387http://lattes.cnpq.br/3151743958478760 Caciana Linhares PereiraUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em EducaÃÃoUFCBREnfant Psychose Langage InclusionInfÃncia Psicose Linguagem InclusÃoEDUCACAOnÃo hÃA presente pesquisa investiga o processo de escolarizaÃÃo de crianÃas psicÃticas no sistema regular de ensino e, especificamente, na sala de aula regular, o que passou a ocorrer no Brasil sobretudo a partir de 2008. Interrogamos quais mudanÃas podem ser observadas na crianÃa â considerando-se sua relaÃÃo com a linguagem e com a realidade â a partir de sua entrada na escola. De modo preciso, trata-se de apreender em que medida essas mudanÃas podem ser creditadas à experiÃncia escolar. A noÃÃo de âinstituiÃÃo estouradaâ aportada por Maud Mannoni nos serve de horizonte Ãtico e polÃtico, pois o estouro no nÃvel institucional se dirige contra toda relaÃÃo de tutela exclusiva. Seu horizonte à a ruptura do isolamento, que se materializa na possibilidade de habitar espaÃos sociais diferentes, assim como de introduzir entre a crianÃa e o outro, objetos culturais. A escola pode funcionar de forma diferente das instituiÃÃes totais, que estabelecem com o louco uma relaÃÃo tutelar exclusiva? Se o espaÃo que se destina ao louco à o espaÃo do isolamento, da clausura das instituiÃÃes totais, a escola pode trabalhar contra a reproduÃÃo dessa lÃgica? A pesquisa articula as proposiÃÃes psicanalÃticas sobre a relaÃÃo da crianÃa psicÃtica com a linguagem e com a realidade e as proposiÃÃes sustentadas pela perspectiva inclusiva, que se volta para as prÃticas de sala de aula para problematizar o modo como os alunos se relacionam e aprendem. A linguagem se configura como a categoria que, por excelÃncia, permite aos dois campos encontrarem uma base comum para a interlocuÃÃo proposta. A pesquisa foi realizada em duas escolas, no perÃodo de um ano, em colaboraÃÃo com trÃs professores. As anÃlises permitiram as seguintes formulaÃÃes gerais: 1- A vida escolar convoca a crianÃa a um ordenamento do tempo e do espaÃo que promove a substituiÃÃo de uma relaÃÃo mais primitiva com os objetos e a entrada em funcionamento de uma relaÃÃo mediada. Os ritmos que marcam a vida da escola regular introduzem de forma particular - diferente da escola especial - um complexo jogo de presenÃa e ausÃncia que estÃo na base de toda circulaÃÃo social. 2- Na sala de aula regular, a crianÃa està em contato com os significantes que organizam o mundo das crianÃas da sua idade e do seu bairro. A crianÃa à reconhecida, fundamentalmente, como crianÃa. A filiaÃÃo aos nomes que permitem o reconhecimento da crianÃa na cultura tÃm predomÃnio sobre as identificaÃÃes agenciadas pela doenÃa mental. As brincadeiras, os temas das discussÃes, os hÃbitos â todos esses elementos sÃo apresentados à crianÃa como Ãndices de filiaÃÃo, construindo algum relevo na desertificaÃÃo de seu mundo. 3- A aquisiÃÃo da escrita â como submissÃo Ãs normas de uma forma de escrita â equivale à possibilidade de operar com o gozo do Outro a partir de letras. à da escritura do Outro que se trata na alfabetizaÃÃo de uma crianÃa psicÃtica. Esta escritura apresenta uma potÃncia inestimÃvel na estabilizaÃÃo das crises que podem advir muito cedo. 4- Quanto à atuaÃÃo dos professores, observamos a importÃncia da ultrapassagem de um tipo de relaÃÃo entre os profissionais baseada na oferta de estratÃgias ou tÃcnicas padronizadas. No trabalho junto aos professores, essa escolha exige a construÃÃo de um lugar de enunciaÃÃo a partir do qual o professor possa formular suas interrogaÃÃes e trabalhar para respondÃ-las. 5- Observamos que a atuaÃÃo do professor do Atendimento Educacional Especializado pode catalisar reflexÃes junto aos professores e atores que fazem a escola de uma forma geral. Esse professor à tambÃm uma figura central para a continuidade dos avanÃos conquistados por determinada crianÃa, pois desempenha uma funÃÃo de articulador de situaÃÃes de colaboraÃÃo entre os atores da escola.http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8200application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:21:16Zmail@mail.com - |
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A presente pesquisa investiga o processo de escolarizaÃÃo de crianÃas psicÃticas no sistema regular de ensino e, especificamente, na sala de aula regular, o que passou a ocorrer no Brasil sobretudo a partir de 2008. Interrogamos quais mudanÃas podem ser observadas na crianÃa â considerando-se sua relaÃÃo com a linguagem e com a realidade â a partir de sua entrada na escola. De modo preciso, trata-se de apreender em que medida essas mudanÃas podem ser creditadas à experiÃncia escolar. A noÃÃo de âinstituiÃÃo estouradaâ aportada por Maud Mannoni nos serve de horizonte Ãtico e polÃtico, pois o estouro no nÃvel institucional se dirige contra toda relaÃÃo de tutela exclusiva. Seu horizonte à a ruptura do isolamento, que se materializa na possibilidade de habitar espaÃos sociais diferentes, assim como de introduzir entre a crianÃa e o outro, objetos culturais. A escola pode funcionar de forma diferente das instituiÃÃes totais, que estabelecem com o louco uma relaÃÃo tutelar exclusiva? Se o espaÃo que se destina ao louco à o espaÃo do isolamento, da clausura das instituiÃÃes totais, a escola pode trabalhar contra a reproduÃÃo dessa lÃgica? A pesquisa articula as proposiÃÃes psicanalÃticas sobre a relaÃÃo da crianÃa psicÃtica com a linguagem e com a realidade e as proposiÃÃes sustentadas pela perspectiva inclusiva, que se volta para as prÃticas de sala de aula para problematizar o modo como os alunos se relacionam e aprendem. A linguagem se configura como a categoria que, por excelÃncia, permite aos dois campos encontrarem uma base comum para a interlocuÃÃo proposta. A pesquisa foi realizada em duas escolas, no perÃodo de um ano, em colaboraÃÃo com trÃs professores. As anÃlises permitiram as seguintes formulaÃÃes gerais: 1- A vida escolar convoca a crianÃa a um ordenamento do tempo e do espaÃo que promove a substituiÃÃo de uma relaÃÃo mais primitiva com os objetos e a entrada em funcionamento de uma relaÃÃo mediada. Os ritmos que marcam a vida da escola regular introduzem de forma particular - diferente da escola especial - um complexo jogo de presenÃa e ausÃncia que estÃo na base de toda circulaÃÃo social. 2- Na sala de aula regular, a crianÃa està em contato com os significantes que organizam o mundo das crianÃas da sua idade e do seu bairro. A crianÃa à reconhecida, fundamentalmente, como crianÃa. A filiaÃÃo aos nomes que permitem o reconhecimento da crianÃa na cultura tÃm predomÃnio sobre as identificaÃÃes agenciadas pela doenÃa mental. As brincadeiras, os temas das discussÃes, os hÃbitos â todos esses elementos sÃo apresentados à crianÃa como Ãndices de filiaÃÃo, construindo algum relevo na desertificaÃÃo de seu mundo. 3- A aquisiÃÃo da escrita â como submissÃo Ãs normas de uma forma de escrita â equivale à possibilidade de operar com o gozo do Outro a partir de letras. à da escritura do Outro que se trata na alfabetizaÃÃo de uma crianÃa psicÃtica. Esta escritura apresenta uma potÃncia inestimÃvel na estabilizaÃÃo das crises que podem advir muito cedo. 4- Quanto à atuaÃÃo dos professores, observamos a importÃncia da ultrapassagem de um tipo de relaÃÃo entre os profissionais baseada na oferta de estratÃgias ou tÃcnicas padronizadas. No trabalho junto aos professores, essa escolha exige a construÃÃo de um lugar de enunciaÃÃo a partir do qual o professor possa formular suas interrogaÃÃes e trabalhar para respondÃ-las. 5- Observamos que a atuaÃÃo do professor do Atendimento Educacional Especializado pode catalisar reflexÃes junto aos professores e atores que fazem a escola de uma forma geral. Esse professor à tambÃm uma figura central para a continuidade dos avanÃos conquistados por determinada crianÃa, pois desempenha uma funÃÃo de articulador de situaÃÃes de colaboraÃÃo entre os atores da escola. |
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