As formas de participaÃÃo social dos bebÃs nas prÃticas cotidianas vivenciadas no contexto de uma creche municipal

• Autor(a) principal: MÃrcia Vanessa Silva
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20105
• topic: BebÃs; ParticipaÃÃo social; PrÃticas cotidianas; Creche; EducaÃÃo infantil; Babies; Social participation; Daily Practices; Day care centers; Early childhood education; EDUCACAO

Esta dissertaÃÃo objetivou analisar as formas de participaÃÃo social dos bebÃs nas prÃticas cotidianas que vivenciam na creche, bem como as concepÃÃes de suas professoras sobre tais formas de participaÃÃo. As reflexÃes e interpretaÃÃes deste trabalho foram subsidiadas por um referencial teÃrico que contemplou a trajetÃria histÃrica da creche, destacando os estudos de alguns autores que tratam da histÃria da EducaÃÃo Infantil no Brasil e a interlocuÃÃo com as perspectivas teÃricas sociointeracionistas de Vygotsky, Wallon e com as contribuiÃÃes do campo da Pedagogia-em-ParticipaÃÃo, destacando os autores Oliveira-Formosinho, Formosinho e AraÃjo. Os princÃpios da abordagem qualitativa alicerÃaram a metodologia. Para a compreensÃo em profundidade do fenÃmeno estudado, optou-se pelo estudo de caso, que foi realizado durante quatro meses em uma creche municipal cearense, na qual sÃo atendidas, em tempo integral, crianÃas de seis meses a trÃs anos de idade. Participaram do estudo 12 bebÃs, com idade entre 12 e 18 meses, e suas trÃs professoras. Os dados foram construÃdos por meio de observaÃÃo participante das prÃticas cotidianas e de entrevistas semiestruturadas com as professoras e as famÃlias dos bebÃs. Para registrar os dados foram utilizados o diÃrio de campo, a videogravaÃÃo, a fotografia e o gravador de voz. As anÃlises revelaram, entre outros elementos, que as prÃticas cotidianas da instituiÃÃo eram permeadas pela dissociaÃÃo entre as aÃÃes de cuidar e educar; pela transmissividade de conhecimentos, pelo cerceamento das iniciativas dos bebÃs e, ao mesmo tempo, pela invisibilidade da participaÃÃo social deles. Estes, com todas as suas potencialidades, rompiam com a perspectiva dessas prÃticas e demonstravam ser desejosos e capazes de participar, por meio de suas aÃÃes imitativas, dos conflitos com os pares e da construÃÃo de relaÃÃes de amizade. Por outro lado, suas aprendizagens e desenvolvimento, eram limitadas pelas prÃticas e concepÃÃes docentes que de um modo geral, associavam as formas de participaÃÃo social dos bebÃs apenas Ãs atividades ditas pedagÃgicas, que objetivavam desenvolver especificamente aspectos do desenvolvimento cognitivo. O estudo destacou a relevÃncia de uma maior visibilizaÃÃo das diversas formas que os bebÃs apresentam para participarem das prÃticas cotidianas. TambÃm propÃe que se ampliem as oportunidades de participaÃÃo social dos bebÃs, com intencionalidade e planejamento pedagÃgicos, durante todos os momentos em que os bebÃs estÃo presentes na instituiÃÃo. à urgente, portanto, uma maior visibilidade dos bebÃs, tanto nas polÃticas pÃblicas e educacionais como nas Pedagogias da EducaÃÃo Infantil. Nesse sentido, ressalta-se a necessidade de maiores investimentos financeiros para as InstituiÃÃes de EducaÃÃo Infantil e uma formaÃÃo continuada sÃlida e especÃfica para docentes que atuam diretamente com os bebÃs. Assim, a creche poderà constituir um contexto de respeito e participaÃÃo dos bebÃs, prevalecendo seus direitos, especificidades, saberes, fazeres, interesses, curiosidades e potencialidades.