AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Josà Djandir Costa Filho
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=14720
Resumo: Citopenias sÃo achados relativamente comuns em pacientes com doenÃas autoimunes, particularmente anemia da doenÃa crÃnica. Atividade inflamatÃria da doenÃa, infecÃÃes, mielotoxicidade pelo tratamento e surgimento de doenÃas hematolÃgicas estÃo presentes causas de ctipoenias. LÃpus Eritematoso SistÃmico (LES), Artrite ReumatÃide (AR) e SÃndrome de SjÃgren (SS) sÃo colagenoses que cursam com citopenias durante o curso crÃnico de suas evoluÃÃes. No entanto, o uso de imunossupressores recomendados para seus tratamentos pode exercer efeito mielotÃxico diretamente, contribuindo para o desenvolvimento de citopenias, ou indiretamente atravÃs do desenvolvimento de alteraÃÃes dispÃsicas na medula Ãssea (MO). Azatioprina (AZA) e Metotrexate (MTX) sÃo as principais drogas utilizadas no tratamento das colagenoses supracitadas. Mielotoxicidade à o efeito mais temido da AZA cuja incidÃncia cumulativa à de 7% ao ano, podendo acontecer com variaÃÃo de dias a anos de uso. Os paraefeitos descritos para o MTX se dÃo pela inibiÃÃo da enzima diidrofolato redutase, diminuindo a sÃntese do tetraidrofolato, metabÃlito essencial na hematopoese, levando a taxas de mielotoxicidade de 3 a 11%. O objetivo deste estudo foi avaliar alteraÃÃes medulares de pacientes com DAI em tratamento com imunossupressores. Para tanto foram consideradas alteraÃÃes no hemograma (citopenias), mielograma (morfologia da medula Ãssea) e cariÃtipo (alteraÃÃes citogenÃticas). Foram selecionados 25 pacientes com diagnÃstico de DAI segundo critÃrios do American College of Rheumatology e critÃrios revisados para neuromielite Ãptica (NMO). Os mesmos apresentavam ao menos uma citopenia no sangue perifÃrico, estavam em uso de imunossupressores, e eram acompanhados nos serviÃos de reumatologia dos hospitais terciÃrios de Fortaleza. A amostra foi composta por 64% (16) participantes portadores de AR, 20% (5) portadores de LES e 4%(1) portadores de SS, miastenia gravis e NMO, respectivamente. Metotrexate foi utilizada em 68% (16), em monoterapia ou associaÃÃes, seguida de AZA em 28%(7) e ciclofosfamida, 4%(1). Terapia transfusional foi utilizada em 36% (9) da amostra. InfecÃÃes clinicamente importantes ocorreram em 32% (8) dos participantes. NÃo houve diferenÃa estatÃstica quanto Ãs transfusÃes e infecÃÃes nos grupos em uso de AZA e MTX. NÃo houve diferenÃa estatÃstica nos nÃveis de hemoglobina e nas contagens de leucÃcitos, linfÃcitos e plaquetas no grupo em monoterapia com MTX quando comparado ao grupo utilizando associaÃÃo MTX + leflunomida. Displasias na MO foram verificadas em 29,4% (5) participantes em uso de MTX. Nesse grupo, leucopenia e linfopenia estiveram altamente associadas à presenÃa de displasias importantes na MO (p = 0,0023 e p = 0,0006, respectivamente). DeleÃÃo intersticial do braÃo curto do cromossomo foi verificada em um (1) indivÃduo portador de AR em uso de MTX. AlteraÃÃes displÃsicas importantes na MO foram verificadas em 42,8%(3), sendo diseritropoese a mais frequente. No entanto, nÃo houve associaÃÃo estatÃstica destas com as citopenias encontradas no grupo (p> 0,05). AlteraÃÃes citogenÃticas estiveram presentes em 28,5% (2) participantes em uso de AZA. Um dos indivÃduos apresentou deleÃÃes intersticiais nos braÃos longos dos cromossomos 5 e 7 (46,XX,del(5)(q31q33),del7(q32)[4]) enquanto outro, no braÃo curto do cromossomo 17 (46, XX del(17)(p11.2) [3]). Linfopenia foi estatisticamente relacionada ao grupo em uso de AZA (p = 0,038), quando comparada ao grupo de MTX, na medida em que anemia apenas mostrou tendÃncia estatÃstica para mesma associaÃÃo (p = 0,066). Necessidade de terapia transfusional e infecÃÃes mostraram forte associaÃÃo estatÃstica, independente da droga utilizada (Odds ratio = 52,5; IC = 1,81-85,7; p = 0,0005). O mesmo nÃo foi verificado quando da associaÃÃo de complicaÃÃes clÃnicas (infecÃÃes e/ou transfusÃes) e ocorrÃncia de displasias importantes na MO (p > 0,05). Quanto à interferÃncia na obtenÃÃo de metÃfases pela tÃcnica da banda G, nÃo houve diferenÃa estatÃstica entre os casos com e sem metÃfases ao uso de MTX ou AZA. AlteraÃÃes citogenÃticas nÃo estiveram associadas ao achado de displasias importantes na MO (p > 0,05). O estudo evidencia necessidade de monitorizaÃÃo clÃnica cuidadosa nos pacientes que apresentam complicaÃÃes (infecÃÃes e/ou transfusÃo), bem como avaliaÃÃo morfolÃgica da MO, quando da presenÃa de citopenias, uma vez que displasias importantes estÃo associadas à presenÃa de citopenias. O achado de alteraÃÃes citogenÃticas, mesmo nÃo associadas a displasias importantes na MO, requer seguimento prÃximo por nÃo se conhecer o prognÃstico de tais alteraÃÃes, uma vez que o surgimento de um clone medular leva ao risco de desenvolvimento de SMD-t.
id UFC_46e39149760280870e1dd950daa6b64a
oai_identifier_str oai:www.teses.ufc.br:8433
network_acronym_str UFC
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.BONE MARROW ABNORMALITIES IN PATIENTS WITH AUTOIMMUNE DISEASES UNDER IMUNOSSUPRESSANT TREATMENT2014-07-22Max Victor Carioca Freitas67953662353http://lattes.cnpq.br/2609171032311880Francisco Saraiva da Silva JÃnior48029963300Carlos Nobre Rabelo JÃnior 80524214387Josà Ajax Nogueira Queiroz10221433368http://lattes.cnpq.br/653480593850261964155188368http://lattes.cnpq.br/7293719694690110Josà Djandir Costa FilhoUniversidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em PatologiaUFCBRREUMATOLOGIACitopenias sÃo achados relativamente comuns em pacientes com doenÃas autoimunes, particularmente anemia da doenÃa crÃnica. Atividade inflamatÃria da doenÃa, infecÃÃes, mielotoxicidade pelo tratamento e surgimento de doenÃas hematolÃgicas estÃo presentes causas de ctipoenias. LÃpus Eritematoso SistÃmico (LES), Artrite ReumatÃide (AR) e SÃndrome de SjÃgren (SS) sÃo colagenoses que cursam com citopenias durante o curso crÃnico de suas evoluÃÃes. No entanto, o uso de imunossupressores recomendados para seus tratamentos pode exercer efeito mielotÃxico diretamente, contribuindo para o desenvolvimento de citopenias, ou indiretamente atravÃs do desenvolvimento de alteraÃÃes dispÃsicas na medula Ãssea (MO). Azatioprina (AZA) e Metotrexate (MTX) sÃo as principais drogas utilizadas no tratamento das colagenoses supracitadas. Mielotoxicidade à o efeito mais temido da AZA cuja incidÃncia cumulativa à de 7% ao ano, podendo acontecer com variaÃÃo de dias a anos de uso. Os paraefeitos descritos para o MTX se dÃo pela inibiÃÃo da enzima diidrofolato redutase, diminuindo a sÃntese do tetraidrofolato, metabÃlito essencial na hematopoese, levando a taxas de mielotoxicidade de 3 a 11%. O objetivo deste estudo foi avaliar alteraÃÃes medulares de pacientes com DAI em tratamento com imunossupressores. Para tanto foram consideradas alteraÃÃes no hemograma (citopenias), mielograma (morfologia da medula Ãssea) e cariÃtipo (alteraÃÃes citogenÃticas). Foram selecionados 25 pacientes com diagnÃstico de DAI segundo critÃrios do American College of Rheumatology e critÃrios revisados para neuromielite Ãptica (NMO). Os mesmos apresentavam ao menos uma citopenia no sangue perifÃrico, estavam em uso de imunossupressores, e eram acompanhados nos serviÃos de reumatologia dos hospitais terciÃrios de Fortaleza. A amostra foi composta por 64% (16) participantes portadores de AR, 20% (5) portadores de LES e 4%(1) portadores de SS, miastenia gravis e NMO, respectivamente. Metotrexate foi utilizada em 68% (16), em monoterapia ou associaÃÃes, seguida de AZA em 28%(7) e ciclofosfamida, 4%(1). Terapia transfusional foi utilizada em 36% (9) da amostra. InfecÃÃes clinicamente importantes ocorreram em 32% (8) dos participantes. NÃo houve diferenÃa estatÃstica quanto Ãs transfusÃes e infecÃÃes nos grupos em uso de AZA e MTX. NÃo houve diferenÃa estatÃstica nos nÃveis de hemoglobina e nas contagens de leucÃcitos, linfÃcitos e plaquetas no grupo em monoterapia com MTX quando comparado ao grupo utilizando associaÃÃo MTX + leflunomida. Displasias na MO foram verificadas em 29,4% (5) participantes em uso de MTX. Nesse grupo, leucopenia e linfopenia estiveram altamente associadas à presenÃa de displasias importantes na MO (p = 0,0023 e p = 0,0006, respectivamente). DeleÃÃo intersticial do braÃo curto do cromossomo foi verificada em um (1) indivÃduo portador de AR em uso de MTX. AlteraÃÃes displÃsicas importantes na MO foram verificadas em 42,8%(3), sendo diseritropoese a mais frequente. No entanto, nÃo houve associaÃÃo estatÃstica destas com as citopenias encontradas no grupo (p> 0,05). AlteraÃÃes citogenÃticas estiveram presentes em 28,5% (2) participantes em uso de AZA. Um dos indivÃduos apresentou deleÃÃes intersticiais nos braÃos longos dos cromossomos 5 e 7 (46,XX,del(5)(q31q33),del7(q32)[4]) enquanto outro, no braÃo curto do cromossomo 17 (46, XX del(17)(p11.2) [3]). Linfopenia foi estatisticamente relacionada ao grupo em uso de AZA (p = 0,038), quando comparada ao grupo de MTX, na medida em que anemia apenas mostrou tendÃncia estatÃstica para mesma associaÃÃo (p = 0,066). Necessidade de terapia transfusional e infecÃÃes mostraram forte associaÃÃo estatÃstica, independente da droga utilizada (Odds ratio = 52,5; IC = 1,81-85,7; p = 0,0005). O mesmo nÃo foi verificado quando da associaÃÃo de complicaÃÃes clÃnicas (infecÃÃes e/ou transfusÃes) e ocorrÃncia de displasias importantes na MO (p > 0,05). Quanto à interferÃncia na obtenÃÃo de metÃfases pela tÃcnica da banda G, nÃo houve diferenÃa estatÃstica entre os casos com e sem metÃfases ao uso de MTX ou AZA. AlteraÃÃes citogenÃticas nÃo estiveram associadas ao achado de displasias importantes na MO (p > 0,05). O estudo evidencia necessidade de monitorizaÃÃo clÃnica cuidadosa nos pacientes que apresentam complicaÃÃes (infecÃÃes e/ou transfusÃo), bem como avaliaÃÃo morfolÃgica da MO, quando da presenÃa de citopenias, uma vez que displasias importantes estÃo associadas à presenÃa de citopenias. O achado de alteraÃÃes citogenÃticas, mesmo nÃo associadas a displasias importantes na MO, requer seguimento prÃximo por nÃo se conhecer o prognÃstico de tais alteraÃÃes, uma vez que o surgimento de um clone medular leva ao risco de desenvolvimento de SMD-t.BACKGROUND: Treatment related Myelodisplastic syndrome (MDS-t) is a clinical disease described as complication of cytotoxic therapy. Its occurrence depends on the mechanism of DNA damage, cumulative dose or intensity of the preceding cytotoxic therapy. Immunosuppressant drugs used in autoimmune diseases have been linked to the development of MDS-t in series and case reports. Antimetabolites like methotrexate (MTX) and Azathioprine (AZA) have been related to that disease. OBJECTIVES: to evaluate bone marrow abnormalities in subjects with under treatment with MTX and AZA that developed cytopenias. METHODS: bone marrow smear, karyotype and peripheral blood analyses were performed in 24 subjects with permanent or transient cytopenias in use of MTX (and combinations) and AZA. RESULTS: Sixteen subjects (66%) have rheumatoid arthritis (RA) and one (4%), psoriatic arthritis (PsolRA). They were treated with MTX alone or in combination with leflunomide, abatacept and infliximab. Five (20%) subjects have Systemic Lupus Erythematosus (SLE). SjÃgren Syndrome (SS), Neuromielits optica (NMO) and Miastenia Gravis (MG) were each one represented by one subject (4% each). Blood transfusions (red cells and platelets) were required in 9 (37%) of subjects and 8 (33%) have clinical important infections. Death occurred in 2 (8%) subjects due infections followed by sepsis). There was not statistical significant difference between the groups in use of MTX and AZA for blood transfusion and occurrence of infections. In both MTX and AZA group, anemia was the was the most common find, verified in 59% (13) subjects in use of MTX and 85,7% (6) in use of AZA. Bicytopenia and pancytopenia was also found in both groups in more than 10% of cases. Association of leflunomide to MTX treatment did not resulted in statistical difference in peripheral blood counts when compared to MTX alone. Moderate dysplasia was found in 29,4% (5) in subjects. Erythroid dysplasia was the most frequent result. Leucopenia e lymphopenia had statistical association with moderate dysplasia in bone marrow smear (Med leuc = 6200 (12630-3778);p = 0,0023 AND Med linf = 1964 (3929-833); p = 0,0006). Karyotype aberration was verified in one case, described as interstitial deletion in chromosome 5 long arm although his bone marrow was normoplasic. Dysplastic abnormalities were found in 42,8% (3) of subjects in use of AZA. Once more erythroid dysplasia was the most frequent result. Statistical significance was not found among cytopenias and dysplastic abnormalities in bone marrow smear. Karyotype aberration was verified in 2 cases. One of them had interstitial deletion in long arms of chromosomes 5 and 7 (46,XX,del(5)(q31q33),del7(q32)[4]). The other one, in chromosome 17 short arm (46 XX del(17)(p11.2) [3]). CONCLUSIONS: leucopenia and lymphopenia can predict, in such level, the presence of marrow toxicity. Karyotype aberration was an unpredictable found and requires a close following once the prognostic of this condition is not known, given the risk of hematologic neoplasms, such as MDS-t.nÃo hÃhttp://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=14720application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:28:24Zmail@mail.com -
dc.title.pt.fl_str_mv AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
dc.title.alternative.en.fl_str_mv BONE MARROW ABNORMALITIES IN PATIENTS WITH AUTOIMMUNE DISEASES UNDER IMUNOSSUPRESSANT TREATMENT
title AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
spellingShingle AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
Josà Djandir Costa Filho
REUMATOLOGIA
title_short AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
title_full AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
title_fullStr AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
title_full_unstemmed AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
title_sort AlteraÃÃes na medula Ãssea de pacientes com doenÃas autoimunes sob tratamento com imunossupressores.
author Josà Djandir Costa Filho
author_facet Josà Djandir Costa Filho
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Max Victor Carioca Freitas
dc.contributor.advisor1ID.fl_str_mv 67953662353
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2609171032311880
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Francisco Saraiva da Silva JÃnior
dc.contributor.referee1ID.fl_str_mv 48029963300
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Carlos Nobre Rabelo JÃnior
dc.contributor.referee2ID.fl_str_mv 80524214387
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Josà Ajax Nogueira Queiroz
dc.contributor.referee3ID.fl_str_mv 10221433368
dc.contributor.referee3Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6534805938502619
dc.contributor.authorID.fl_str_mv 64155188368
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7293719694690110
dc.contributor.author.fl_str_mv Josà Djandir Costa Filho
contributor_str_mv Max Victor Carioca Freitas
Francisco Saraiva da Silva JÃnior
Carlos Nobre Rabelo JÃnior
Josà Ajax Nogueira Queiroz
dc.subject.cnpq.fl_str_mv REUMATOLOGIA
topic REUMATOLOGIA
dc.description.sponsorship.fl_txt_mv nÃo hÃ
dc.description.abstract.por.fl_txt_mv Citopenias sÃo achados relativamente comuns em pacientes com doenÃas autoimunes, particularmente anemia da doenÃa crÃnica. Atividade inflamatÃria da doenÃa, infecÃÃes, mielotoxicidade pelo tratamento e surgimento de doenÃas hematolÃgicas estÃo presentes causas de ctipoenias. LÃpus Eritematoso SistÃmico (LES), Artrite ReumatÃide (AR) e SÃndrome de SjÃgren (SS) sÃo colagenoses que cursam com citopenias durante o curso crÃnico de suas evoluÃÃes. No entanto, o uso de imunossupressores recomendados para seus tratamentos pode exercer efeito mielotÃxico diretamente, contribuindo para o desenvolvimento de citopenias, ou indiretamente atravÃs do desenvolvimento de alteraÃÃes dispÃsicas na medula Ãssea (MO). Azatioprina (AZA) e Metotrexate (MTX) sÃo as principais drogas utilizadas no tratamento das colagenoses supracitadas. Mielotoxicidade à o efeito mais temido da AZA cuja incidÃncia cumulativa à de 7% ao ano, podendo acontecer com variaÃÃo de dias a anos de uso. Os paraefeitos descritos para o MTX se dÃo pela inibiÃÃo da enzima diidrofolato redutase, diminuindo a sÃntese do tetraidrofolato, metabÃlito essencial na hematopoese, levando a taxas de mielotoxicidade de 3 a 11%. O objetivo deste estudo foi avaliar alteraÃÃes medulares de pacientes com DAI em tratamento com imunossupressores. Para tanto foram consideradas alteraÃÃes no hemograma (citopenias), mielograma (morfologia da medula Ãssea) e cariÃtipo (alteraÃÃes citogenÃticas). Foram selecionados 25 pacientes com diagnÃstico de DAI segundo critÃrios do American College of Rheumatology e critÃrios revisados para neuromielite Ãptica (NMO). Os mesmos apresentavam ao menos uma citopenia no sangue perifÃrico, estavam em uso de imunossupressores, e eram acompanhados nos serviÃos de reumatologia dos hospitais terciÃrios de Fortaleza. A amostra foi composta por 64% (16) participantes portadores de AR, 20% (5) portadores de LES e 4%(1) portadores de SS, miastenia gravis e NMO, respectivamente. Metotrexate foi utilizada em 68% (16), em monoterapia ou associaÃÃes, seguida de AZA em 28%(7) e ciclofosfamida, 4%(1). Terapia transfusional foi utilizada em 36% (9) da amostra. InfecÃÃes clinicamente importantes ocorreram em 32% (8) dos participantes. NÃo houve diferenÃa estatÃstica quanto Ãs transfusÃes e infecÃÃes nos grupos em uso de AZA e MTX. NÃo houve diferenÃa estatÃstica nos nÃveis de hemoglobina e nas contagens de leucÃcitos, linfÃcitos e plaquetas no grupo em monoterapia com MTX quando comparado ao grupo utilizando associaÃÃo MTX + leflunomida. Displasias na MO foram verificadas em 29,4% (5) participantes em uso de MTX. Nesse grupo, leucopenia e linfopenia estiveram altamente associadas à presenÃa de displasias importantes na MO (p = 0,0023 e p = 0,0006, respectivamente). DeleÃÃo intersticial do braÃo curto do cromossomo foi verificada em um (1) indivÃduo portador de AR em uso de MTX. AlteraÃÃes displÃsicas importantes na MO foram verificadas em 42,8%(3), sendo diseritropoese a mais frequente. No entanto, nÃo houve associaÃÃo estatÃstica destas com as citopenias encontradas no grupo (p> 0,05). AlteraÃÃes citogenÃticas estiveram presentes em 28,5% (2) participantes em uso de AZA. Um dos indivÃduos apresentou deleÃÃes intersticiais nos braÃos longos dos cromossomos 5 e 7 (46,XX,del(5)(q31q33),del7(q32)[4]) enquanto outro, no braÃo curto do cromossomo 17 (46, XX del(17)(p11.2) [3]). Linfopenia foi estatisticamente relacionada ao grupo em uso de AZA (p = 0,038), quando comparada ao grupo de MTX, na medida em que anemia apenas mostrou tendÃncia estatÃstica para mesma associaÃÃo (p = 0,066). Necessidade de terapia transfusional e infecÃÃes mostraram forte associaÃÃo estatÃstica, independente da droga utilizada (Odds ratio = 52,5; IC = 1,81-85,7; p = 0,0005). O mesmo nÃo foi verificado quando da associaÃÃo de complicaÃÃes clÃnicas (infecÃÃes e/ou transfusÃes) e ocorrÃncia de displasias importantes na MO (p > 0,05). Quanto à interferÃncia na obtenÃÃo de metÃfases pela tÃcnica da banda G, nÃo houve diferenÃa estatÃstica entre os casos com e sem metÃfases ao uso de MTX ou AZA. AlteraÃÃes citogenÃticas nÃo estiveram associadas ao achado de displasias importantes na MO (p > 0,05). O estudo evidencia necessidade de monitorizaÃÃo clÃnica cuidadosa nos pacientes que apresentam complicaÃÃes (infecÃÃes e/ou transfusÃo), bem como avaliaÃÃo morfolÃgica da MO, quando da presenÃa de citopenias, uma vez que displasias importantes estÃo associadas à presenÃa de citopenias. O achado de alteraÃÃes citogenÃticas, mesmo nÃo associadas a displasias importantes na MO, requer seguimento prÃximo por nÃo se conhecer o prognÃstico de tais alteraÃÃes, uma vez que o surgimento de um clone medular leva ao risco de desenvolvimento de SMD-t.
dc.description.abstract.eng.fl_txt_mv BACKGROUND: Treatment related Myelodisplastic syndrome (MDS-t) is a clinical disease described as complication of cytotoxic therapy. Its occurrence depends on the mechanism of DNA damage, cumulative dose or intensity of the preceding cytotoxic therapy. Immunosuppressant drugs used in autoimmune diseases have been linked to the development of MDS-t in series and case reports. Antimetabolites like methotrexate (MTX) and Azathioprine (AZA) have been related to that disease. OBJECTIVES: to evaluate bone marrow abnormalities in subjects with under treatment with MTX and AZA that developed cytopenias. METHODS: bone marrow smear, karyotype and peripheral blood analyses were performed in 24 subjects with permanent or transient cytopenias in use of MTX (and combinations) and AZA. RESULTS: Sixteen subjects (66%) have rheumatoid arthritis (RA) and one (4%), psoriatic arthritis (PsolRA). They were treated with MTX alone or in combination with leflunomide, abatacept and infliximab. Five (20%) subjects have Systemic Lupus Erythematosus (SLE). SjÃgren Syndrome (SS), Neuromielits optica (NMO) and Miastenia Gravis (MG) were each one represented by one subject (4% each). Blood transfusions (red cells and platelets) were required in 9 (37%) of subjects and 8 (33%) have clinical important infections. Death occurred in 2 (8%) subjects due infections followed by sepsis). There was not statistical significant difference between the groups in use of MTX and AZA for blood transfusion and occurrence of infections. In both MTX and AZA group, anemia was the was the most common find, verified in 59% (13) subjects in use of MTX and 85,7% (6) in use of AZA. Bicytopenia and pancytopenia was also found in both groups in more than 10% of cases. Association of leflunomide to MTX treatment did not resulted in statistical difference in peripheral blood counts when compared to MTX alone. Moderate dysplasia was found in 29,4% (5) in subjects. Erythroid dysplasia was the most frequent result. Leucopenia e lymphopenia had statistical association with moderate dysplasia in bone marrow smear (Med leuc = 6200 (12630-3778);p = 0,0023 AND Med linf = 1964 (3929-833); p = 0,0006). Karyotype aberration was verified in one case, described as interstitial deletion in chromosome 5 long arm although his bone marrow was normoplasic. Dysplastic abnormalities were found in 42,8% (3) of subjects in use of AZA. Once more erythroid dysplasia was the most frequent result. Statistical significance was not found among cytopenias and dysplastic abnormalities in bone marrow smear. Karyotype aberration was verified in 2 cases. One of them had interstitial deletion in long arms of chromosomes 5 and 7 (46,XX,del(5)(q31q33),del7(q32)[4]). The other one, in chromosome 17 short arm (46 XX del(17)(p11.2) [3]). CONCLUSIONS: leucopenia and lymphopenia can predict, in such level, the presence of marrow toxicity. Karyotype aberration was an unpredictable found and requires a close following once the prognostic of this condition is not known, given the risk of hematologic neoplasms, such as MDS-t.
description Citopenias sÃo achados relativamente comuns em pacientes com doenÃas autoimunes, particularmente anemia da doenÃa crÃnica. Atividade inflamatÃria da doenÃa, infecÃÃes, mielotoxicidade pelo tratamento e surgimento de doenÃas hematolÃgicas estÃo presentes causas de ctipoenias. LÃpus Eritematoso SistÃmico (LES), Artrite ReumatÃide (AR) e SÃndrome de SjÃgren (SS) sÃo colagenoses que cursam com citopenias durante o curso crÃnico de suas evoluÃÃes. No entanto, o uso de imunossupressores recomendados para seus tratamentos pode exercer efeito mielotÃxico diretamente, contribuindo para o desenvolvimento de citopenias, ou indiretamente atravÃs do desenvolvimento de alteraÃÃes dispÃsicas na medula Ãssea (MO). Azatioprina (AZA) e Metotrexate (MTX) sÃo as principais drogas utilizadas no tratamento das colagenoses supracitadas. Mielotoxicidade à o efeito mais temido da AZA cuja incidÃncia cumulativa à de 7% ao ano, podendo acontecer com variaÃÃo de dias a anos de uso. Os paraefeitos descritos para o MTX se dÃo pela inibiÃÃo da enzima diidrofolato redutase, diminuindo a sÃntese do tetraidrofolato, metabÃlito essencial na hematopoese, levando a taxas de mielotoxicidade de 3 a 11%. O objetivo deste estudo foi avaliar alteraÃÃes medulares de pacientes com DAI em tratamento com imunossupressores. Para tanto foram consideradas alteraÃÃes no hemograma (citopenias), mielograma (morfologia da medula Ãssea) e cariÃtipo (alteraÃÃes citogenÃticas). Foram selecionados 25 pacientes com diagnÃstico de DAI segundo critÃrios do American College of Rheumatology e critÃrios revisados para neuromielite Ãptica (NMO). Os mesmos apresentavam ao menos uma citopenia no sangue perifÃrico, estavam em uso de imunossupressores, e eram acompanhados nos serviÃos de reumatologia dos hospitais terciÃrios de Fortaleza. A amostra foi composta por 64% (16) participantes portadores de AR, 20% (5) portadores de LES e 4%(1) portadores de SS, miastenia gravis e NMO, respectivamente. Metotrexate foi utilizada em 68% (16), em monoterapia ou associaÃÃes, seguida de AZA em 28%(7) e ciclofosfamida, 4%(1). Terapia transfusional foi utilizada em 36% (9) da amostra. InfecÃÃes clinicamente importantes ocorreram em 32% (8) dos participantes. NÃo houve diferenÃa estatÃstica quanto Ãs transfusÃes e infecÃÃes nos grupos em uso de AZA e MTX. NÃo houve diferenÃa estatÃstica nos nÃveis de hemoglobina e nas contagens de leucÃcitos, linfÃcitos e plaquetas no grupo em monoterapia com MTX quando comparado ao grupo utilizando associaÃÃo MTX + leflunomida. Displasias na MO foram verificadas em 29,4% (5) participantes em uso de MTX. Nesse grupo, leucopenia e linfopenia estiveram altamente associadas à presenÃa de displasias importantes na MO (p = 0,0023 e p = 0,0006, respectivamente). DeleÃÃo intersticial do braÃo curto do cromossomo foi verificada em um (1) indivÃduo portador de AR em uso de MTX. AlteraÃÃes displÃsicas importantes na MO foram verificadas em 42,8%(3), sendo diseritropoese a mais frequente. No entanto, nÃo houve associaÃÃo estatÃstica destas com as citopenias encontradas no grupo (p> 0,05). AlteraÃÃes citogenÃticas estiveram presentes em 28,5% (2) participantes em uso de AZA. Um dos indivÃduos apresentou deleÃÃes intersticiais nos braÃos longos dos cromossomos 5 e 7 (46,XX,del(5)(q31q33),del7(q32)[4]) enquanto outro, no braÃo curto do cromossomo 17 (46, XX del(17)(p11.2) [3]). Linfopenia foi estatisticamente relacionada ao grupo em uso de AZA (p = 0,038), quando comparada ao grupo de MTX, na medida em que anemia apenas mostrou tendÃncia estatÃstica para mesma associaÃÃo (p = 0,066). Necessidade de terapia transfusional e infecÃÃes mostraram forte associaÃÃo estatÃstica, independente da droga utilizada (Odds ratio = 52,5; IC = 1,81-85,7; p = 0,0005). O mesmo nÃo foi verificado quando da associaÃÃo de complicaÃÃes clÃnicas (infecÃÃes e/ou transfusÃes) e ocorrÃncia de displasias importantes na MO (p > 0,05). Quanto à interferÃncia na obtenÃÃo de metÃfases pela tÃcnica da banda G, nÃo houve diferenÃa estatÃstica entre os casos com e sem metÃfases ao uso de MTX ou AZA. AlteraÃÃes citogenÃticas nÃo estiveram associadas ao achado de displasias importantes na MO (p > 0,05). O estudo evidencia necessidade de monitorizaÃÃo clÃnica cuidadosa nos pacientes que apresentam complicaÃÃes (infecÃÃes e/ou transfusÃo), bem como avaliaÃÃo morfolÃgica da MO, quando da presenÃa de citopenias, uma vez que displasias importantes estÃo associadas à presenÃa de citopenias. O achado de alteraÃÃes citogenÃticas, mesmo nÃo associadas a displasias importantes na MO, requer seguimento prÃximo por nÃo se conhecer o prognÃstico de tais alteraÃÃes, uma vez que o surgimento de um clone medular leva ao risco de desenvolvimento de SMD-t.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-07-22
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
status_str publishedVersion
format masterThesis
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=14720
url http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=14720
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do CearÃ
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Patologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFC
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do CearÃ
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
instname:Universidade Federal do Ceará
instacron:UFC
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
instname_str Universidade Federal do Ceará
instacron_str UFC
institution UFC
repository.name.fl_str_mv -
repository.mail.fl_str_mv mail@mail.com
_version_ 1643295209175384064