O mundo dos surdos: representaÃÃes, cotidiano e polÃticas pÃblicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC |
Texto Completo: | http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9215 |
Resumo: | A surdez à concebida, do ponto de vista biomÃdico, como deficiÃncia e o surdo como detentor de anomalia orgÃnica a ser corrigida. PolÃticas pÃblicas de saÃde e intervenÃÃes nessa Ãrea revestem-se, correspondentemente, de tal representaÃÃo. Considerando o modo como cada grupo elabora sua visÃo de mundo, objetivamos, com este estudo, compreender as representaÃÃes e o cotidiano da surdez em uma comunidade de surdos, a fim de refletirmos sobre as polÃticas pÃblicas a eles destinadas. Utilizamos o referencial teÃrico-metodolÃgico qualitativo, com uso da tÃcnica de grupo focal seguida da entrevista aberta. Participaram do estudo, em Fortaleza-Ce em 2010, 15 surdos, professores e alunos de curso prÃ-vestibular da mesma instituiÃÃo. De forma complementar aos relatos dos surdos, foram entrevistadas quatro fonoaudiÃlogas. Os achados evidenciaram que coexistem diferentes concepÃÃes acerca da surdez. Os surdos a compreendem como experiÃncia visual, de carÃter identitÃrio, firmada em seus componentes culturais e lingÃÃsticos. Identidade, cultura e a lÃngua de sinais (Libras) constituem, portanto, sua unidade definidora. Diferente da lÃgica instituÃda na Ãrea da saÃde, o implante coclear foi concebido, pela maioria dos informantes, como sÃmbolo de retrocesso, de negaÃÃo e de perda da identidade surda. Apontaram, em seu cotidiano, barreiras atitudinais, de comunicaÃÃo e informaÃÃo que dificultam e em outros casos inviabilizam seu atendimento e Ãxito de suas demandas nos serviÃos pÃblicos e coletivos, sendo um desafio, para o profissional e o paciente surdo, o atendimento no serviÃo de saÃde. Em suma, o estudo possibilitou se compreender a surdez com base em sua constituiÃÃo histÃrico-social. Diferentes discursos co-existem, visto que a surdez expressa dimensÃes fisiolÃgica, simbÃlica e cultural. CompreendÃ-la em seus distintos aspectos à importante, na medida em que esta pode proporcionar mudanÃas no modo como os profissionais de saÃde e a sociedade ouvinte percebem e se relacionam com os surdos e com as tecnologias auditivas a esses destinadas. Torna-se urgente refletir sobre as estratÃgias para uma sociedade inclusiva, respeitando as diferentes posiÃÃes dos atores sociais em questÃo. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisO mundo dos surdos: representaÃÃes, cotidiano e polÃticas pÃblicas The world of the deaf: representations, public policy and everyday2010-08-13Ricardo Josà Soares Pontes00579620816http://lattes.cnpq.br/0178262414573840MÃrcia Maria Tavares Machado22877983315http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4730226Z2RosilÃa Alves de Sousa23248033004Marilene Calderaro da Silva Munguba07349270372http://lattes.cnpq.br/243228682999590492902251300http://lattes.cnpq.br/1670675385645391Juliana Donato NÃbrega Universidade Federal do CearÃPrograma de PÃs-GraduaÃÃo em SaÃde PÃblicaUFCBRdeafness identity culture representations of health and public policySAUDE COLETIVAA surdez à concebida, do ponto de vista biomÃdico, como deficiÃncia e o surdo como detentor de anomalia orgÃnica a ser corrigida. PolÃticas pÃblicas de saÃde e intervenÃÃes nessa Ãrea revestem-se, correspondentemente, de tal representaÃÃo. Considerando o modo como cada grupo elabora sua visÃo de mundo, objetivamos, com este estudo, compreender as representaÃÃes e o cotidiano da surdez em uma comunidade de surdos, a fim de refletirmos sobre as polÃticas pÃblicas a eles destinadas. Utilizamos o referencial teÃrico-metodolÃgico qualitativo, com uso da tÃcnica de grupo focal seguida da entrevista aberta. Participaram do estudo, em Fortaleza-Ce em 2010, 15 surdos, professores e alunos de curso prÃ-vestibular da mesma instituiÃÃo. De forma complementar aos relatos dos surdos, foram entrevistadas quatro fonoaudiÃlogas. Os achados evidenciaram que coexistem diferentes concepÃÃes acerca da surdez. Os surdos a compreendem como experiÃncia visual, de carÃter identitÃrio, firmada em seus componentes culturais e lingÃÃsticos. Identidade, cultura e a lÃngua de sinais (Libras) constituem, portanto, sua unidade definidora. Diferente da lÃgica instituÃda na Ãrea da saÃde, o implante coclear foi concebido, pela maioria dos informantes, como sÃmbolo de retrocesso, de negaÃÃo e de perda da identidade surda. Apontaram, em seu cotidiano, barreiras atitudinais, de comunicaÃÃo e informaÃÃo que dificultam e em outros casos inviabilizam seu atendimento e Ãxito de suas demandas nos serviÃos pÃblicos e coletivos, sendo um desafio, para o profissional e o paciente surdo, o atendimento no serviÃo de saÃde. Em suma, o estudo possibilitou se compreender a surdez com base em sua constituiÃÃo histÃrico-social. Diferentes discursos co-existem, visto que a surdez expressa dimensÃes fisiolÃgica, simbÃlica e cultural. CompreendÃ-la em seus distintos aspectos à importante, na medida em que esta pode proporcionar mudanÃas no modo como os profissionais de saÃde e a sociedade ouvinte percebem e se relacionam com os surdos e com as tecnologias auditivas a esses destinadas. Torna-se urgente refletir sobre as estratÃgias para uma sociedade inclusiva, respeitando as diferentes posiÃÃes dos atores sociais em questÃo. http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9215application/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFCinstname:Universidade Federal do Cearáinstacron:UFC2019-01-21T11:22:19Zmail@mail.com - |
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A surdez à concebida, do ponto de vista biomÃdico, como deficiÃncia e o surdo como detentor de anomalia orgÃnica a ser corrigida. PolÃticas pÃblicas de saÃde e intervenÃÃes nessa Ãrea revestem-se, correspondentemente, de tal representaÃÃo. Considerando o modo como cada grupo elabora sua visÃo de mundo, objetivamos, com este estudo, compreender as representaÃÃes e o cotidiano da surdez em uma comunidade de surdos, a fim de refletirmos sobre as polÃticas pÃblicas a eles destinadas. Utilizamos o referencial teÃrico-metodolÃgico qualitativo, com uso da tÃcnica de grupo focal seguida da entrevista aberta. Participaram do estudo, em Fortaleza-Ce em 2010, 15 surdos, professores e alunos de curso prÃ-vestibular da mesma instituiÃÃo. De forma complementar aos relatos dos surdos, foram entrevistadas quatro fonoaudiÃlogas. Os achados evidenciaram que coexistem diferentes concepÃÃes acerca da surdez. Os surdos a compreendem como experiÃncia visual, de carÃter identitÃrio, firmada em seus componentes culturais e lingÃÃsticos. Identidade, cultura e a lÃngua de sinais (Libras) constituem, portanto, sua unidade definidora. Diferente da lÃgica instituÃda na Ãrea da saÃde, o implante coclear foi concebido, pela maioria dos informantes, como sÃmbolo de retrocesso, de negaÃÃo e de perda da identidade surda. Apontaram, em seu cotidiano, barreiras atitudinais, de comunicaÃÃo e informaÃÃo que dificultam e em outros casos inviabilizam seu atendimento e Ãxito de suas demandas nos serviÃos pÃblicos e coletivos, sendo um desafio, para o profissional e o paciente surdo, o atendimento no serviÃo de saÃde. Em suma, o estudo possibilitou se compreender a surdez com base em sua constituiÃÃo histÃrico-social. Diferentes discursos co-existem, visto que a surdez expressa dimensÃes fisiolÃgica, simbÃlica e cultural. CompreendÃ-la em seus distintos aspectos à importante, na medida em que esta pode proporcionar mudanÃas no modo como os profissionais de saÃde e a sociedade ouvinte percebem e se relacionam com os surdos e com as tecnologias auditivas a esses destinadas. Torna-se urgente refletir sobre as estratÃgias para uma sociedade inclusiva, respeitando as diferentes posiÃÃes dos atores sociais em questÃo. |
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