Juventude, suicÃdio e vida urbana: tecendo relaÃÃes a partir da estima de lugar

• Autor(a) principal: LÃgia Cristina AzevÃdo Sousa
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC
• Texto Completo: http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=20297
• topic: SuicÃdio; Afetividade; Mapas Afetivos; Juventude; Vida urbana; Suicide; Affectivity; Affective Maps; Youth; Urban life; PSICOLOGIA SOCIAL

Este estudo aborda a relaÃÃo da cidade com a afetividade, fundamentada na ideia de que os ambientes nÃo sÃo apenas cenÃrios fÃsicos, onde as pessoas circulam diariamente, mas tambÃm um produto social, fruto de uma interaÃÃo simbÃlica que se dà entre as pessoas que o compartilham. Neste sentido, a pesquisa analisa o fenÃmeno do suicÃdio pela Ãtica dos processos sociais e ambientais, bem como a inserÃÃo do olhar sobre a afetividade e do modo de vida na cidade na prevenÃÃo do adoecimento psicolÃgico. Encontramos na Psicologia Social e Psicologia Ambiental o suporte teÃrico para tecer relaÃÃes entre o suicÃdio, a afetividade, a juventude e a vida urbana, tendo a Estima de Lugar como uma categoria afetiva que avalia as disposiÃÃes potencializadores e despotencializadoras dos jovens na cidade de Fortaleza. A amostra foi composta por jovens entre 18 e 29 anos, de ambos os sexos e de diferentes nÃveis de escolaridades. Para tanto, utilizamos o Instrumento Gerador dos Mapas Afetivos (IGMA), que visa apreender a relaÃÃo afetiva (sentimentos e emoÃÃes) dos jovens com a cidade a partir da construÃÃo dos mapas afetivos. Foi feita uma anÃlise de conteÃdo de base qualitativa, com uma anÃlise estatÃstica complementar. Os resultados apresentaram de forma expressiva, a partir dos respondentes, uma imagem contrastante da cidade. O contraste à revelado por meio de sentimentos e qualidades polarizadas, evocando caracterÃsticas que podem remeter à agradabilidade, ao pertencimento, à inseguranÃa e à destruiÃÃo. Os mapas afetivos em que prevaleceu a estima de lugar potencializadora indicam identificaÃÃo, apropriaÃÃo e implicaÃÃo do respondente com o lugar, fomentando a criatividade em indivÃduos mais comprometidos com a coletividade, tendo em vista uma relaÃÃo de admiraÃÃo e de cuidado. Por outro lado, os mapas afetivos onde encontramos uma estima de lugar despotencializadora expÃem qualidades que se relacionam com a cidade tais como: ruim, angustiante, carente, estressante, sacrificante, etc., bem como sentimentos que expressam: tristeza, ansiedade, sofrimento, humilhaÃÃo, insatisfaÃÃo, etc. A forte presenÃa da potÃncia de padecimento nas respostas reflete um adoecimento social que à compatÃvel com o crescimento do suicÃdio entre os jovens, o que evidencia nossa preocupaÃÃo. Ao partirmos de uma Psicologia Ambiental e Social que situa o lugar como parte constitutiva da subjetividade dos indivÃduos, compreendemos que os afetos relacionados ao lugar nÃo estÃo desvinculados de sua autoestima, das relaÃÃes interpessoais e do enfrentamento das situaÃÃes cotidianas na cidade.